' Mononucleose (Anticorpos Heterófilos) - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Mononucleose (Anticorpos Heterófilos)

Voltar

Definição: É um teste rápido, simples e de baixo custo (popularmente conhecido como monoteste), que utiliza, principalmente, a aglutinação em látex ou a imunocromatografia, para a pesquisa de anticorpos heterófilos circulantes da mononucleose infecciosa (MI).

Sinônimo: Monoteste; Mono Test; Monospot; Mono Spot; Teste rápido para mononucleose; Mononucleose (Anticorpos Heterófilos) sérico; Mononucleose (Anticorpos Heterófilos) - Sangue.

A MI é uma doença benigna autolimitada, transmitida pela saliva, causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV). É mais comum em adolescentes e adultos jovens que apresentem um quadro clínico que pode cursar com, por exemplo: febre, faringite, fadiga, cefaleia, edema peripalpebral, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia.

Os anticorpos heterófilos são da classe das imunoglobulinas M (IgM), e reagem contra determinados antígenos presentes em hemácias de carneiro e cavalo, aglutinando-as. Esses anticorpos são detectados 6-10 dias após a infecção, alcançando pico em 2-3 semanas, com declínio posterior e gradual de seus níveis, podendo permanecer detectáveis por até 1 ano (média de 4-8 semanas).

Aproximadamente 10% dos pacientes não desenvolverão anticorpos heterófilos durante o curso da doença. Nesses casos, na vigência de suspeita clínica considerável, está indicada a solicitação de anticorpos específicos contra antígenos virais (ex.: anti-EBV IgM, anti-EBV IgG e anti-EBNA ), bem como a repetição do teste rápido em alguns dias, a fim de avaliar uma possível soroconversão.

O teste rápido para a pesquisa de anticorpos heterófilos apresenta, em linhas gerais, sensibilidade de 60-80% e especificidade de 80-100%. Ele substituiu a antiga e clássica técnica de Paul-Bunnell-Davidsohn para a pesquisa desses anticorpos.

    Indicações:
  • Auxiliar no diagnóstico de mononucleose infecciosa (MI);
  • Diagnóstico diferencial de faringite estreptocócica, citomegalovirose (CMV) e rubéola.

Como solicitar: Teste rápido para mononucleose ou Monoteste.

  • Orientações ao paciente: não é necessário preparo específico;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Aguardar a completa retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos e manter a amostra sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.

Parágrafo de texto.

Texto alternativo para a imagem Figura 1 . Tubo para soro - tampa vermelha - Ilustração : Caio Lima.
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela - Ilustração : Caio Lima.

Não reagente (ausência de anticorpos).

Resultados falso-negativos são comuns em pacientes imunocomprometidos e crianças. Todavia, esses pacientes apresentam reações positivas para os anticorpos específicos contra antígenos virais (ex.: anti-EBV IgM, anti-EBV IgG e anti-EBNA ).

Em até 40% das crianças (principalmente, mas não exclusivamente, nas menores de 5 anos), e em 10% dos adultos (notadamente durante os primeiros 7 dias de doença), resultados falso-negativos podem ocorrer.

Amostras acentuadamente hemolisadas ou lipêmicas podem prejudicar a análise.

A interpretação de seus resultados deve ser cautelosa e necessita levar em conta dados clínicos, história e resultado de outros exames complementares.

Resultados falso-positivos podem ocorrer em pacientes com hepatites virais, doenças autoimunes, neoplasias, citomegalovirose e outras doenças.

Reagente: Mononucleose infecciosa aguda ou recente.

Não reagente: Indivíduos sem contato prévio, infecção passada, mononucleose infecciosa corrente ou recente (em 10% dos casos).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Leung AKC, Lam JM, Barankin B. Infectious Mononucleosis: An Updated Review. Curr Pediatr Rev. 2024; 20(3):305-322.

Tan JW, Hu JR. Fever with atypical lymphocytosis: pearls and pitfalls in Epstein-Barr virus serology. BMJ Case Rep. 2023 May 3; 16(5):e250081.

Sylvester JE, Buchanan BK, Silva TW. Infectious Mononucleosis: Rapid Evidence Review. Am Fam Physician. 2023 Jan; 107(1):71-78.

Kiiskinen SJ, Luomala O, Häkkinen T, et al. Evaluation of the Serological Point-of-Care Testing of Infectious Mononucleosis by Data of External Quality Control Samples. Microbiol Insights. 2020 Dec 3; 13:1178636120977481.

Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ, eds. Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases. 9th ed. Elsevier; 2020.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1ªst ed. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2019.

Marshall-Andon T, Heinz P. How to use…the Monospot and other heterophile antibody tests. Arch Dis Child Educ Pract Ed. 2017 Aug; 102(4):188-193.

McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.

Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK, eds. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook With Key Word Index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc.; 2001.

Peter J, Ray CG. Infectious mononucleosis. Pediatr Rev. 1998; 19(8):276-279.

Davidsohn I, Walker PH. The nature of heterophilic antibodies in infectious mononucleosis. Am J Clin Pathol. 1935; 5:445-465.