' Ocitocina - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Ocitocina

Voltar

Definição: H ormônio oligopeptídico pequeno (de nove aminoácidos), sintetizado no hipotálamo (núcleo supraóptico e paraventricular) e transportado pelos axônios nervosos até a hipófise posterior (neuro-hipófise), na qual é armazenado e secretado para a circulação.

Sinônimos: Oxitocina; Ocitocina Sérica; Ocitocina - Sangue.

Esse hormônio neuropeptídico tem meia-vida plasmática curta (3 a 5 minutos) e apresenta uma secreção/liberação de forma não pulsátil (exceto no parto e na lactação).

Nas mulheres em idade fértil, a ocitocina atua como um estimulante direto e indireto (mediante liberação de prostaglandina pela decídua) da contração da musculatura lisa uterina durante o parto, além de participar da hemostasia do sítio placentário e do estímulo à atividade uterina depois do parto.

Durante a gestação, os altos níveis de estrogênio regulam de maneira positiva a quantidade de receptores de ocitocina no útero e na decídua, promovendo uma maior e crescente sensibilidade à ocitocina nesses locais.

A distensão mecânica/pressão provocada pelo feto, notadamente contra a cérvix e a vagina durante o trabalho de parto, estimula a liberação de ocitocina pela neuro-hipófise, mecanismo conhecido como "reflexo de Ferguson".

Sua síntese extra-hipofisária por membrana decídua, cório e âmnio também tem papel na fisiologia normal do parto.

Uma outra importante função da ocitocina é a promoção à contração dos músculos mamários e à ejeção do leite materno pelas células mioepiteliais das glândulas mamárias/ductos lactíferos. O estresse atua de maneira negativa nesse mecanismo, inibindo, assim, a ejeção do leite.

O ocitocina também parece desempenhar um papel na regulação da cognição e do comportamento social humano.

Nos homens, esse hormônio parece estar ligado a funções sexuais, comportamentais e gonadais.

    Indicações:
  • Em mulheres grávidas com maiores chances de parto prematuro;
  • Como marcador de convulsão não testemunhada;
  • Investigação de tumores ectópicos produtores de ocitocina.

Como solicitar: Ocitocina.

  • Orientações ao paciente: N ão é necessário nenhum preparo específico. Se a mulher estiver grávida, deve informar a idade gestacional;
  • T ubo para sangue total (tampa roxa - com ácido etilenodiaminotetracético): c entrifugar amostra por 15 minutos, separar o plasma em um tubo de plástico estéril e congelá-lo (-20°C) imediatamente;
  • Material: S angue;
  • Volume recomendável: 3 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para sangue total - tampa roxa. Ilustração: Caio Lima

Inferior a 700 pg/mL.

Observação! Os valores de referência para a ocitocina podem variar de acordo com o Laboratório Clínico. [cms-watermark]

A deficiência desse hormônio, por apresentar um papel limitado, não é reconhecida como uma síndrome clínica.

Devido à sua meia-vida curta (3 a 5 minutos), estando sujeita à degradação pela oxitoquinase, fatores pré-analíticos (ex.: coleta, transporte, armazenamento) podem interferir nos seus resultados.

Condições patológicas associadas ao excesso ou à deficiência das concentrações de ocitocina são raras.

Os resultados podem apresentar considerável variabilidade entre ensaios/kits diagnósticos diferentes.

Anticorpos heterófilos detectados na amostra podem interferir em algumas metodologias.

Reações cruzadas com outros hormônios (ex.: hormônio antidiurético ) podem ocorrer.

    Aumento:
  • Parto;
  • Lactação;
  • Tumores ectópicos produtores de ocitocina;
  • Convulsão;
  • Hipoglicemia.
    Diminuição:
  • Estresse.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Grifnée E, Mackowiak A, Demeuse J, et al. Development and validation of a highly-sensitive, quantitative LC-MS/MS assay to evaluate plasma oxytocin. J Mass Spectrom Adv Clin Lab. 2025; 36:19-28.

Hermesch AC, Kernberg AS, Layoun VR, et al. Oxytocin: physiology, pharmacology, and clinical application for labor management. Am J Obstet Gynecol. 2024; 230(3S):S729-39.

Uvnäs-Moberg K. The physiology and pharmacology of oxytocin in labor and in the peripartum period. Am J Obstet Gynecol. 2024; 230(3S):S740-58.

Kanaan S, Garcia MAT, Xavier AR, eds. Bioquímica clínica. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2022.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2019.

McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2017.

Edlow AG, Norwitz ER, eds. Endocrine diseases of pregnancy. In: Strauss JF, Barbieri RL. Yen and Jaffe's reproductive endocrinology. 7th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2014.

Jacobs DS, Oxley DK, Demott WR, eds. Jacobs & Demott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc.; 2001.

Fuchs AR, Fuchs F, Husslein P, et al. Oxytocin receptors and human parturition: a dual role for oxytocin in the initiation of labor. Science. 1982; 215(4538):1396-8.