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Osmolalidade – Urina

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Definição: A osmolalidade de um soluto se refere ao número de partículas osmoticamente ativas (moléculas ou íons) em um 1 kg de água (solvente), sendo independente do tamanho ou carga das partículas.

Sinônimos: Osmolalidade urinária; osmolaridade urinária (embora seja um termo conceitualmente diferente, na prática é utilizado para a mesma finalidade). [cms-watermark]

É preferível utilizar o termo osmolalidade, em vez de osmolaridade (por se basear nas propriedades coligativas das partículas em solução). [cms-watermark]

Pode ser quantificada diretamente por um aparelho (osmômetro) ou estimada por meio de um cálculo matemático* que leva em consideração os principais solutos da urina (sódio, potássio, glicose e ureia), com exceção dos sais de amônia. [cms-watermark]

  • *Osmolalidade urinária: (2 x [Na + K]) + [ureia em mg/dL]/2,8 + [glicose em mg/dL]/18.

A osmolalidade urinária é a forma mais fidedigna para a determinação da concentração urinária, apresentando vantagens em relação às tiras de urina (baseadas na força iônica) ou à determinação da gravidade específica, além de não precisar de correção para glicosúria, proteinúria ou frio.

É uma medida da capacidade de concentração dos túbulos renais influenciada pelo estado de hidratação do paciente. [cms-watermark]

O princípio do osmômetro se baseia na medida da pressão de vapor ou na queda do ponto de congelamento (o mais utilizado), havendo algumas características distintas entre essas metodologias. [cms-watermark]

Quando utilizados esses métodos para a determinação da osmolalidade urinária, a diferença entre eles não é significativa (em contraste com a mensuração da osmolalidade sérica). [cms-watermark]

O conceito de "hiato osmolal urinário" refere-se à diferença matemática de valores obtidos entre a osmolalidade diretamente quantificada pelo osmômetro e a osmolalidade calculada na urina. [cms-watermark]

Normalmente, essa diferença é de 80-100 mOsm/kg H 2 O entre a osmolalidade mensurada diretamente e a calculada, representando os sais de amônia. O "hiato osmolal urinário" é utilizado, entre outras finalidades, para a caracterização das acidoses metabólicas. [cms-watermark]

A determinação simultânea das osmolalidades urinária e sérica facilita a interpretação dos resultados. [cms-watermark]

    Indicações: Avaliar:
  • Capacidade renal de concentração urinária;
  • Equilíbrio hidroeletrolítico;
  • Nefropatias;
  • [cms-watermark] Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH);
  • [cms-watermark] Desidratação;
  • [cms-watermark] Diabetes melito ou insípido ;
  • [cms-watermark] Amiloidose.

Útil quando empregada complementarmente a um EAS que tenha demonstrado proteinúria e/ou glicosúria, ou em pacientes em uso de substâncias radiopacas. [cms-watermark]

Como solicitar: Osmolalidade urinária (idealmente informar se a osmolalidade solicitada é a medida ou a calculada).

  • Orientações ao paciente: n ão é necessário preparo específico. Informar medicamentos em uso;
  • Frasco para urina de amostra com tampa, sem conservantes. Manter o material sob refrigeração (2-8 o C) (ver figuras 1 e 2 abaixo). Para a urina de 24 horas, entrar em contato com o laboratório clínico para informações específicas;
  • Material: u rina (amostra aleatória);
  • Volume recomendável: 5 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1 . Frasco coletor de urina não estéril


Texto alternativo para a imagem Figura 2 . Kit coletor de urina não estéril
  • Neonatos: 75-300 mOsm/kg H 2 O;
  • Crianças e adultos: 250-900 mOsm/kg H 2 O;
  • Relação osmolalidade urina/soro: 1-3;
  • Relação osmolalidade urina/soro após restrição hídrica: 3-4,7;
  • Hiato osmolal urinário: 80-100 mOsm/kg H 2 O.

Observação! Espera-se que p acientes com função renal normal devam ser capazes de concentrar a urina em níveis superiores a 800 mOsm/kg H 2 O após serem submetidos a uma restrição hídrica de 14 horas.

Observação! Os valores de referência para a osmolalidade urinária podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

A determinação da osmolalidade sérica geralmente é necessária para a interpretação dos resultados da osmolalidade urinária.

Seus valores dependem e variam de acordo com a ingestão hídrica.

A capacidade de concentração urinária diminui com a idade.

    Aumento:
  • SIADH;
  • Desidratação;
  • Doença de Addison;
  • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC);
  • Cirrose hepática;
  • Hipernatremia;
  • Estenose de artéria renal;
  • Choque;
  • Restrição hídrica;
  • Diarreia/vômitos;
  • Febre.
    Diminuição:
  • Insuficiência renal aguda e crônica;
  • Necrose tubular aguda;
  • Pielonefrite;
  • Diabetes melito ou insípido ;
  • Intoxicação pela água/hiper-hidratação;
  • Hiponatremia;
  • Nefropatias intersticiais;
  • Uso de diuréticos.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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