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Radiografia de Tórax

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Definição: E xame que produz imagens bidimensionais do tórax através de pequenas doses de radiação ionizante.

Sinônimos: Raio X de tórax, RX de tórax, Radiografia de tórax.

No receituário comum, deve-se solicitar a radiografia de tórax e, em seguida, as incidências desejadas. A principal utilizada na prática clínica é a PA (posteroanterior) junto com o perfil.

  • AP (anteroposterior);
  • Laurell (decúbito lateral com raios horizontais);
  • Apicolordótica;
  • Oblíqua;
  • Expiração máxima;
  • Com marcadores no tórax;

Cada uma dessas incidências tem um objetivo diferente. Em seguida, deve-se colocar a indicação com o resumo do quadro clínico para auxiliar a avaliação do radiologista.

Doença pulmonar, doença cardíaca, hemoptise , investigação de pneumonia, pneumotórax, dispneia, trauma, rastreio oncológico, monitoramento de pacientes internados em UTI, pós-operatórios, pré-operatórios, exames admissionais, posicionamento de cateteres venosos e/ou alimentares, suspeita de corpo estranho, suspeita de fratura de arcabouço ósseo torácico, dor pleurítica.

Não é necessário preparo. Solicita-se, quando possível, que o paciente realize inspiração profunda. É importante retirar sutiã ou vestimentas que possam comprometer a geração correta de imagem.

Projeção em PA : Realizada com paciente em pé, de costas para o raio, "abraçando" a estativa e realizando inspiração profunda. Deve ser solicitada de rotina. O raio penetra o paciente de posterior para anterior. Melhor técnica para avaliar pulmão, grandes vasos, mediastino e caixa torácica, reduzindo a magnificação do coração. Também auxilia a retirar as escápulas dos campos pulmonares. Distância padronizada de 1,8 metro do paciente para a ampola que emite os raios. Uma lesão localizada atrás do coração ou nas bases atrás das cúpulas diafragmáticas pode ser pouco visível em PA.

Projeção em AP : Realizado quando o paciente está impossibilitado de realizar o exame em PA/perfil. É feita com paciente sentado ou até mesmo no leito. Utilizado em pacientes pediátricos e pacientes acamados, em UTI. Apresenta algumas limitações, como superestimar as dimensões mediastinais, muitas vezes dando falsa impressão de cardiomegalia, pouco inspirado, comumente rodado e com sobreposição das escápulas nos campos pulmonares. Dificulta a avaliação da trama vascular pulmonar, como por exemplo na avaliação da redistribuição que ocorre na congestão pulmonar.

Projeção em perfil: Usualmente solicitada em conjunto com uma das duas incidências citadas. Geralmente é feita com o lado esquerdo do paciente junto ao detector (raios penetram pelo lado direito), o que reduz a magnificação do coração.

    Demais incidências:
  • Decúbito lateral com raios horizontais (muito utilizado no passado para avaliação de derrame pleural, mas hoje está em desuso );
  • Apicolordótica: Realizada em hiperlordose. Nesta incidência, as escápulas estão elevadas e fora dos campos pulmonares superiores, possibilitando melhor visualização destas áreas;
  • Oblíqua: Pode ser obtida em PA pela direita ou esquerda. Pode auxiliar na investigação do aumento isolado de câmaras cardíacas ou na visualização de lesões parcialmente encobertas pelo mediastino. Pouco utilizada hoje em dia ;
  • Expiração máxima: Avaliação de pequeno pneumotórax.

Exame rápido, barato e de fácil acesso. Pode ser realizado ambulatorialmente ou em paciente internado. Máquinas portáteis permitem a execução do exame a beira do leito.

É importante analisar a técnica utilizada. Para isso, deve-se avaliar a penetração, a inspiração e o posicionamento para saber se a radiografia foi bem feita. Isso é válido principalmente para os exames feito em PA e perfil.

    Critérios de qualidade da radiografia de tórax:
  • Regime de dose (penetração): É determinada pela intensidade de raio X utilizado. No PA, não se deve ver a coluna com nitidez na área cardíaca, apenas devemos ver T1 a T3. Com o advento da imagem digital, os erros de dose podem ser corrigidos;
  • Inspiração: É determinada pela manobra de inspiração e apneia do paciente. O correto é ter entre 9 e 10 arcos costais posteriores acima do diafragma, nos campos pleuropulmonares;
  • Posicionamento: É determinado pelo posicionamento no momento do exame. As clavículas devem estar equidistantes da fúrcula esternal.

Exposição à radiação ionizante e pode ter aquisição de imagens dificultada nos pacientes que não conseguem realizar apneia.

A radiação ionizante aplicada para realização de um RX de tórax é bem baixa, sendo pouco provável gerar complicações. Contudo, é prudente realizar proteção do abdome nos casos de gestantes.

Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).

    Revisão:
  • Bruna C. Provenzano (Clínica Médica, Terapia Intensiva e Pneumologia);
  • Luiza Gondim Toledo (Clínica Médica e Pneumologia).

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