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Relação Proteína_Creatinina - Amostra Isolada

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Definição: Essa relação indica, de forma quantitativa, a presença de proteínas na urina, sendo uma alternativa à determinação da proteína na urina de 12 ou, mais classicamente, de 24 horas. A proteína total é dosada em uma amostra isolada de urina ( spot ), corrigida pela creatinina urinária.

Sinônimos: Proteína/creatinina em amostra isolada; Proteína total/creatinina em amostra isolada; Razão proteína/creatinina em amostra isolada; Relação proteína/creatinina em amostra isolada; Proteína/creatinina em urina spot; RPC - amostra isolada.

Sob condições fisiológicas, pequenas concentrações de proteínas podem ser detectadas (abaixo de 150 mg/24 horas) na urina.

Além da albumina (principal proteína plasmática), outras proteínas do plasma (ex.: imunoglobulinas), cadeias leves (ex.: Kappa, Lambda) e proteínas não plasmáticas (ex.: Tamm-Horsfall, secreções prostáticas, vaginais) podem ser encontradas na urina normal.

Em linhas gerais, quando ocorre algum grau de dano renal (mesmo que inicial) a perda de proteínas na urina pode ser evidenciada, podendo ser basicamente de 4 tipos: proteinúria glomerular, tubular, por hiperfluxo ou tecidual.

Já a creatinina é uma substância endógena que é formada a partir da degradação da creatina.

Em relação ao aspecto muscular, a creatina é convertida em creatina fosfato (o mais importante composto de reserva de fosfato para o metabolismo muscular). Através da perda de água, por uma reação espontânea não enzimática (descarboxilação), a creatina é então convertida em creatinina.

Ela é produzida a uma taxa relativamente constante, proporcional à massa muscular do indivíduo, sendo excretada na urina de maneira quase uniforme.

Por não circular ligada a proteínas plasmáticas, a creatinina é livremente filtrada nos glomérulos. Ela não é reabsorvida (em condições fisiológicas), apresentando, entretanto, uma pequena secreção tubular proximal.

Devido a essa característica, a creatinina urinária é frequentemente utilizada como um fator de correção/normalização de outros analitos em amostras isoladas de urina.

    Indicações:
  • Triagem, acompanhamento, avaliação da resposta ao tratamento e prognóstico de doenças renais;
  • Screening de gamopatias monoclonais;
  • Diagnóstico diferencial de proteinúria ortostática.

Como solicitar: Relação proteína/creatinina - amostra isolada de urina.

  • Orientações ao paciente:
    • Lavar as mãos e realizar assepsia da região genital com água e sabão. Secar em seguida;
    • Colher preferencialmente a primeira urina da manhã ou com intervalo de, no mínimo, 2 horas entre as micções, desprezando o primeiro jato, e colhendo o jato médio (meio) da urina, sem interromper o fluxo urinário;
    • Levar o material ao laboratório em, no máximo, 2 horas após a coleta, conservada sob refrigeração (2 a 8 o C).
  • Frasco de coleta: frasco próprio para urina com tampa de rosca (ver figuras 1 e 2 abaixo);
  • Material: urina (amostra isolada);
  • Volume recomendável: 10,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Frasco coletor de urina não estéril


Texto alternativo para a imagem Figura 2 . Kit coletor de urina não estéril

Até 0,20.

Existe uma variação diurna da creatinina, diminuindo sua excreção de 30-50% à noite.

Exercícios, febre, inflamação/infecção, hematúria, contaminação com fluxo menstrual, infecção do trato urinário, gravidez e proteinúria postural benigna podem aumentar a excreção de proteínas na urina.

O uso de Dipirona pode interferir nas dosagens de creatinina em algumas metodologias.

Bilirrubinas em altas concentrações podem reduzir a creatinina em algumas metodologias.

A excreção da creatinina é influenciada por diversos fatores, como massa muscular, sexo, idade, raça, dieta.

Aumentos analíticos da creatinina, devido a interferências no método, podem ocorrer pelo uso de Cefoxitina, Cefalotina, Flucitosina e outras drogas.

Devido à variabilidade biológica, um resultado anormal de proteinúria deve ser confirmado em uma nova amostra de urina de 24 horas (exame mais acurado).

    Aumento:
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Insuficiência cardíaca congestiva;
  • Pericardite constritiva;
  • Trombose de veias renais;
  • Síndrome nefrótica;
  • Síndrome nefrítica;
  • Malária;
  • Gravidez/toxemia;
  • Metais pesados (ouro, mercúrio);
  • Neoplasias;
  • Amiloidose;
  • Anemia falciforme;
  • Síndrome antifosfolipídica primária;
  • Rejeição de enxerto renal;
  • Drogas (Penicilamida, AINES);
  • Nefroesclerose;
  • Mieloma múltiplo e outras gamopatias monoclonais;
  • Nefrolitíase;
  • Pielonefrite crônica;
  • Nefrite intersticial crônica;
  • Doença policística;
  • Doenças tubulares renais;
  • Infecção do trato urinário.
    Diminuição/estabilização:
  • Mudança do estilo de vida;
  • Tratamento adequado e eficaz.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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