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Trata-se da realização de radiografias em três incidências para avaliar possíveis causas de abdome agudo. Atualmente, a sua solicitação vem diminuindo por conta da disponibilidade da tomografia computadorizada de abdome e pelve
, que agrega muito mais informação na suspeita de um abdome agudo quando comparada à radiografia.
A rotina de abdome agudo inclui:
Radiografia de
abdome AP em ortostase
e decúbito dorsal + radiografia do tórax em ortostase (três incidências no total).
Sinônimos:
Raios X em três posições; raios X de abdome agudo (em pé, deitado + cúpulas).
As três radiografias devem ser solicitadas como rotina de abdome agudo. Os técnicos de radiologia já estão cientes da necessidade de incluir estas três imagens radiográficas, conforme descrito anteriormente.
Avaliar a presença de distensão de alças que possa sugerir obstrução/suboclusão; afastar causas de abdome agudo cirúrgico; avaliar presença de pneumoperitônio.
Pode demonstrar sinais de pneumoperitôneo, processos consolidativos em bases pulmonares, presença de calcificações, pneumatose intestinal, cálculos radiopacos e dilatação de alças intestinais com ou sem níveis hidroaéreos.
Alguns padrões nas imagens de radiografia podem indicar a etiologia da obstrução, como a imagem em bico de pássaro/grão de café, sugestiva de volvo colônico.
Observação!
A rotina de abdome agudo é um exame complementar e, como tal, deve ser precedido de uma anamnese completa e um exame físico detalhado, visando elaborar hipóteses diagnósticas. De acordo com a suspeita clínica principal, a ultrassonografia de abdome
(colecistite) ou a tomografia de abdome podem ser muito mais efetivas para o diagnóstico que a rotina de abdome agudo.
Como este exame é solicitado no contexto de emergência, nenhum preparo é necessário.
São realizadas radiografia de abdome AP em ortostase e decúbito dorsal + radiografia do tórax em ortostase (3 incidências no total).
Exame rápido, de fácil acesso e execução, barato.
Exposição à radiação ionizante. Na população pediátrica, a fim de reduzir a dose de radiação ionizante, opta-se por única radiografia, e a escolhida é AP em decúbito dorsal do abdome, incluindo as bases pulmonares. Isso porque, aparentemente, a radiografia de abdome em decúbito é a que mais agrega informações.
A base pulmonar é avaliada também, pois muitas vezes a causa da dor abdominal pode ser uma pneumonia de base pulmonar.
A rotina de abdome agudo pode não visualizar alterações em várias patologias agudas do abdome e da pelve.
Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).
Revisão:
Caroline Camargo (Gastroenterologia).
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