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Definição: É um "teste rápido" qualitativo simples, barato e não invasivo, que consiste na determinação da presença de hemoglobina humana nas fezes, o que pode indicar algum grau de sangramento pelo trato gastrointestinal e, em último caso, de um possível câncer colorretal.
Sinônimos:
Sangue oculto nas fezes; Pesquisa de hemoglobina nas fezes; Sangue oculto imunocromatográfico; Sangue oculto imunoquímico; FIT; Sangue oculto nas fezes - Qualitativo; Sangue oculto anti-hemoglobina humana nas fezes; Pesquisa de sangue oculto fecal por anticorpos monoclonais.
O sangue oculto nas fezes é utilizado na triagem anual de pacientes com baixo risco para câncer colorretal a partir dos 45 anos de idade (a depender da bibliografia estudada), ou em pacientes mais novos de alto risco (ex.: história familiar positiva, algumas síndromes genéticas).
Antigamente, métodos como o de guaiaco apresentavam restrições quanto a dieta, possibilidade de reação cruzada com hemoglobinas não humanas, efeito prozona, etc.
Nos dias de hoje, com o advento de testes imunoquímicos com anticorpos monoclonais específicos para a porção globina da hemoglobina humana, a necessidade de dieta e possibilidade de interferência com hemoglobinas de outras espécies foi superada.
Dessa forma, esses testes mais modernos apresentam melhor desempenho analítico com relação aos primeiros testes desenvolvidos e, quando disponíveis, devem ser utilizados com preferência.
Como solicitar: Pesquisa de sangue oculto fecal por anticorpos monoclonais.
Frasco próprio para fezes, sem conservantes.
Ilustração:
Caio Lima
Negativo.
O uso de certos medicamentos, a critério médico, deve ser evitado por 3 dias antes da coleta (ex.: AINEs, anticoagulantes, vitamina C, contrastes radiológicos, Sulfato ferroso, Colchicina, supositórios, laxantes), bem como o uso de álcool.
Contaminação com urina, diluição do material, sangramento menstrual ou doença hemorroidaria ativa podem interferir no resultado.
Pode não detectar a maioria dos pólipos, bem como alguns tumores malignos colorretais que não apresentam perda crônica de sangue.
Apresenta relativa baixa sensibilidade e especificidade.
Seus níveis devem ser sempre avaliados em conjunto com história clínica, exame físico e com resultados de outros exames complementares.
Dada a degradação da hemoglobina humano no decorrer do transito intestinal, a detecção de sangramentos da parte superior do trato gastrointestinal pode ser prejudicada.
Os resultados não devem ser interpretados como evidência absoluta da presença ou ausência de doença.
Concentrações baixas de hemoglobina nas fezes, inferiores à sensibilidade analítica do teste, podem gerar resultados falsos-negativos.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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