'
Definição: São anticorpos da classe IgM produzidos pelo organismo diante de infecção aguda do vírus causador do sarampo.
Sinônimos:
Morbília - IgM; Anticorpo IgM - Sarampo; Sorologia IgM - Sarampo; Sarampo Imunoglobulina M; Sarampo, anticorpos IgM; Sarampo IgM Ab; Anticorpos IgM antissarampo; RV-IgM; Sarampo IgM sérica; Sarampo IgM - Sangue.
O sarampo é uma doença infectocontagiosa exantemática causada por um vírus do gênero
Morbillivirus
, pertencente à família Paramyxoviridae. Geralmente cursa com quadros e sintomas brandos, como febre, erupção cutânea maculopapular, linfadenopatia, tosse. Todavia, em algumas situações, a doença pode evoluir para casos e complicações graves.
A transmissão se dá de maneira direta, de maneira altamente contagiosa, de pessoa a pessoa por aerossóis e outras secreções respiratórias. Por apresentar vacinação eficaz, em grande parte dos países desenvolvidos, foi erradicado.
Apresenta período de incubação de, aproximadamente, 8-12 dias, seguida de uma fase prodrômica (ex.: febre, coriza, tosse, conjuntivite, manchas de Köplik). Após 2 dias da febre, uma erupção maculopapular pode ser observada primeiramente na face e depois centrifugamente pelo corpo por 4-7 dias.
Os anticorpos IgM contra o sarampo podem ser detectados 2-4 dias após o início da erupção cutânea, com pico em 2 semanas, podendo permanecer detectáveis por até 12 semanas. Após a vacinação, a IgM pode apresentar positividade, transitoriamente, por até cerca de 8 semanas.
O diagnóstico do sarampo é especialmente importante em
pacientes imunocomprometidos, lactentes, gestantes e desnutridos,
tendo em vista a possibilidade de evoluções de maior gravidade nesses grupos.
A sorologia IgG, o isolamento viral e as técnicas moleculares também estão disponíveis para o auxílio diagnóstico dessa infecção.
Como solicitar:
Sarampo IgM.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha -
Ilustração
: Caio Lima.
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela -
Ilustração
: Caio Lima.
Não reagente.
Observação! Os pontos de corte dos títulos de anticorpos antissarampo IgM podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.
Hemólise e/ou lipemia acentuadas, além de contaminação microbiana e inativação pelo calor, podem interferir nos resultados.
Seus resultados devem ser interpretados em conjunto com dados clínicos, história, técnica do teste, do fabricante do
kit
e do laboratório clínico.
Embora sugira uma infecção aguda/recente, um resultado de IgM positivo não deve ser utilizado, de maneira isolada, para o diagnóstico.
Um resultado de IgM negativo não exclui, de maneira conclusiva, a possibilidade de infecção aguda, especialmente se a coleta for feita de maneira muito precoce, no estágio inicial da infecção.
A IgM pode ser detectada no soro, transitoriamente, por até cerca de 8 semanas após a vacinação.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Zubach V, Beirnes J, Hayes S, et al. Diagnostic accuracy of commercially available serological tests for the detection of measles and rubella viruses: a systematic review and meta-analysis. J Clin Microbiol. 2024 Feb 14; 62(2):e0133923.
Carson KJ, Tucker HR, Howard K, et al. Evaluation of measles IgM antibody detection assays during the 2018-2019 outbreak in New York State. Diagn Microbiol Infect Dis. 2022 Sep; 104(1):115741.
Hübschen JM, Gouandjika-Vasilache I, Dina J. Measles. Lancet. 2022 Feb 12; 399(10325):678-690.
Pérez Olmeda M, Balfagón P, Camacho J, et al. Comparative evaluation of assays for IgM detection of rubella and measles infections. Enferm Infecc Microbiol Clin (Engl Ed). 2022 Jan; 40(1):22-27.
McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
Moss WJ. Measles. Lancet. 2017; 390(10111):2490-2502.
Feigin RD, Cherry JD, Demmler-Harrison GJ, et al (Eds). Textbook of Pediatric Infectious Diseases. 6th ed. Philadelphia, PH: Saunders; 2009.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK, eds. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook With Key Word Index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc.; 2001.
Norrby E, Kristensson K. Measles virus in the brain. Brain Res Bull 1997; 44:213-220.
Veronesi R. Doenças infecciosas e parasitárias. 8.ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 1991. p. 24-35.