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Definição: Exame não invasivo para o screening do sexo fetal através do sangue materno.
Sinônimos: Sexo fetal não invasivo; Sexagem fetal não invasiva; Determinação do sexo fetal não invasiva.
Durante o curso de uma gestação normal, uma certa quantidade de DNA livre fetal (por apoptose de células da placenta) atinge a circulação materna.
Metodologias moleculares são usadas para identificar a presença do DNA livre fetal no plasma materno, que é maior quanto mais avançada for a gravidez (geralmente, o exame é realizado a partir da oitava semana de gestação).
Geneticamente, os homens são determinados pela presença dos cromossomos sexuais XY, enquanto as mulheres pelos cromossomos XX.
Por meio de técnicas de biologia molecular, pesquisa-se a presença/ausência no sangue periférico materno de sequências (fragmentos) do cromossomo Y.
Quando fragmentos do cromossomo Y são detectados, indica que o feto é do sexo masculino. Por outro lado, quando não detectados, sugere que o feto é do sexo feminino.
Ele pode ser utilizado tanto em gestações desenvolvidas por fecundação natural quanto por fertilização in vitro (FIV).
Essa técnica possui uma sensibilidade média de 98,9%, com especificidade de 99,6%.
Como solicitar:
Sexagem fetal.
Cromossomo Y detectado: Indica que o feto é do sexo masculino.
Cromossomo Y não detectado: Indica que o feto é do sexo feminino.
Esse exame não tem a finalidade de determinar se uma mulher está grávida. Caso uma paciente do sexo feminino realize o exame e não esteja gestante, o teste apenas indicará um resultado de que o cromossomo Y não foi detectado.
Transfusões sanguíneas, abortos recentes ou história de transplante de órgãos de um doador do sexo masculino podem gerar resultados falsos de fetos do sexo masculino.
O uso de alguns anticoagulantes, bem como outros interferentes/contaminações, pode gerar resultados inconclusivos. Uma nova coleta pode ser necessária para confirmação.
Gestação múltipla com o óbito de um dos fetos pode interferir no resultado.
Uma baixa concentração de DNA fetal no sangue materno, abaixo do limite de detecção da técnica, pode levar a resultados falsos de feto do sexo feminino.
Quadros de mosaicismos podem interferir no resultado.
Nas gestações gemelares monozigóticas, o teste consegue identificar o sexo dos dois fetos. No caso de gestações gemelares dizigóticas com resultado masculino, indica que pelo menos um dos fetos é do sexo masculino, não sendo capaz de determinar o sexo do outro. Tanto nas gestações monozigóticos quanto nas dizigóticas um resultado feminino indica que os dois fetos são do sexo feminino.
Esse teste não é capaz de detectar possíveis alterações genéticas do feto.
Não se aplica.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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