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Sulfato de Dehidroepiandrosterona (S-DHEA)

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Definição: O sulfato de dehidroepiandrosterona (S-DHEA) é um esteroide sintetizado e secretado pelo córtex adrenal, sob influência parcial do ACTH.

Sinônimos: S-DHEA; SDHEA; DHEAS; DHEA-S; Sulfato de desidroepiandrosterona; Dehidroepiandrosterona sulfato; Dehidroepiandrosterona sulfatada; Sulfato dehidroepiandrosterona; S-DHEA sérico; S-DHEA - Sangue.

Em mulheres saudáveis, o córtex adrenal é o sítio exclusivo de sua síntese. Já nos homens, o córtex adrenal é a principal fonte, com apenas cerca de 5% do S-DHEA sendo sintetizado pelos testículos. Apresenta uma meia-vida de cerca de 10 a 20 horas e, ao contrário da dehidroepiandrosterona (DHEA), suas concentrações não sofrem influência do ritmo circadiano.

No tecido periférico, ele pode ser convertido em andrógenos mais potentes (ex.: androstenediona , testosterona ), e em estrógenos (ex.: estradiol ). Em pessoas saudáveis, a concentração sérica do S-DHEA é aproximadamente 300 a 500 vezes maior do que a da DHEA .

Seus níveis apresentam um pequeno decréscimo após o nascimento, continuam baixos na primeira infância e aumentam a partir dos 8 anos, atingindo seu pico por volta dos 30 anos. Após a terceira década de vida, apresenta um decréscimo gradual. Na faixa dos 70 a 80 anos de idade, ele atinge apenas de 10% a 25% de sua concentração de pico.

    Indicações:
  • Investigação de hiperfunção/insuficiência adrenal;
  • Avaliação de virilização, síndrome dos ovários policísticos e adrenarca prematura em mulheres;
  • Investigação de hiperplasia congênita da adrenal;
  • Hiperandrogenismo;
  • Acompanhamento de suplementação com DHEA;
  • Doença tireoidiana.

Como solicitar: S-DHEA.

Observação! Geralmente, o S-DHEA é solicitado em conjunto com o DHEA . Quando somente um deles é solicitado, usualmente o S-DHEA é o exame de escolha, já que ele não apresenta variação circadiana e possui uma meia-vida maior em comparação ao DHEA .

  • Orientações ao paciente: Jejum não necessário. Se o método utilizado for por radioimunoensaio, a administração recente de radioisótopos deve ser evitada;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela): Aguardar a devida retração do coágulo, centrifugar a amostra por 15 minutos e armazenar o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro — tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima.


Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro — tampa amarela. Ilustração: Caio Lima.
    Homens:
  • 1 a 5 dias: 12 a 254 micrograma/dL (0,3 a 6,9 micromol/L);
  • 1 mês a 5 anos: 1 a 41 micrograma/dL (0,03 a 1,1 micromol/L);
  • 6 a 9 anos: 2,5 a 145 micrograma/dL (0,07 a 3,9 micromol/L);
  • 10 a 11 anos: 15 a 115 micrograma/dL (0,4 a 3,1 micromol/L);
  • 12 a 17 anos: 20 a 555 micrograma/dL (0,5 a 15,0 micromol/L);
  • 18 a 30 anos: 125 a 619 micrograma/dL (3,4 a 16,7 micromol/L);
  • 31 a 50 anos: 59 a 452 micrograma/dL (1,6 a 12,2 micromol/L);
  • 51 a 60 anos: 20 a 413 micrograma/dL (0,5 a 11,1 micromol/L);
  • 61 a 83 anos: 10 a 285 micrograma/dL (0,36 a 7,7 micromol/L).
    Mulheres:
  • 1 a 5 dias: 10 a 248 micrograma/dL (0,3 a 6,7 micromol/L);
  • 1 mês a 5 anos: 5 a 55 micrograma/dL (0,1 a 1,5 micromol/L);
  • 6 a 9 anos: 2,5 a 140 micrograma/dL (0,07 a 3,8 micromol/L);
  • 10 a 11 anos: 15 a 260 micrograma/dL (0,4 a 7,0 micromol/L);
  • 12 a 17 anos: 20 a 535 micrograma/dL (0,5 a 14,4 micromol/L);
  • 18 a 30 anos: 45 a 380 micrograma/dL (1,2 a 10,3 micromol/L);
  • 31 a 50 anos: 12 a 379 micrograma/dL (0,8 a 10,2 micromol/L);
  • Pós-menopausa: 30 a 260 micrograma/dL (0,8 a 7,0 micromol/L).

Observação! Os valores de referência para o sulfato de dehidroepiandrosterona (S-DHEA) podem variar de acordo com a idade, sexo, laboratório clínico e a metodologia utilizada.

Uma variação isolada de seus níveis, por si só, não faz diagnóstico de nenhuma doença específica, devendo-se complementar a investigação com a dosagem laboratorial de outros hormônios.

Na hiperplasia adrenal congênita, a depender do tipo de deficiência enzimática, seus níveis podem se apresentar elevados, normais ou diminuídos.

Amostras acenduadamente hemolisadas podem prejudicar sua determinação.

A presença de anticorpos heterófilos na amostra pode interferir nos resultados.

    Aumento:
  • Hiperplasia adrenal congênita;
  • Neoplasias virilizantes da adrenal;
  • Tumor ectópico produtor de ACTH;
  • Hirsutismo;
  • Uso de esteroides anabólicos;
  • Doença de Cushing;
  • Adrenarca precoce;
  • Hipertireoidismo;
  • Tabagismo;
  • Síndrome dos ovários policísticos.
    Diminuição:
  • Insuficiência adrenal;
  • Hipotireoidismo;
  • Doença de Addison;
  • Anorexia nervosa.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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