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Teste da D-Xilose - Urina

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Definição: A D-xilose é um monossacarídio composto por cinco carbonos (pentose) e encontrado em plantas; normalmente não é detectada em quantidades significativas no sangue.

Sinônimos: Teste de Absorção da Xilose; Teste de Tolerância da Xilose; Prova da D-xilose; D-xilose Urinária; Teste da D-xilose; Teste da D-xilose (Urina de 5 horas).

Após sua administração por via oral, esse carboidrato é absorvido intacto por difusão passiva (principalmente) e facilitada, no jejuno e no íleo. A maior parte é excretada pela via renal nas primeiras 5 horas, e apenas uma pequena proporção metabolizada no fígado.

Uma dose oral (25 g) de D-xilose é fornecida para o paciente em jejum, e após um período de tempo específico (5 horas), essa pentose é dosada na urina.

A absorção desse carboidrato depende da integridade da mucosa intestinal. Em contrapartida, ela é independente da ação das enzimas pancreáticas.

Desse modo, suas concentrações urinárias estão diminuídas nas más-absorções relacionadas com doença da mucosa intestinal, e naquelas desencadeadas por insuficiência pancreática/doenças hepatobiliares, suas quantidades estão nos limites da normalidade.

O teste de absorção da D-Xilose é utilizado, portanto, primariamente na avaliação funcional da integridade do jejuno e no diagnóstico diferencial da má-absorção.

A avaliação da absorção da D-xilose também pode ser realizada pela coleta de sangue do paciente 1 hora após a administração da D-xilose, entretanto, o teste da urina de 5 horas [cms-watermark] em adultos mostrou-se mais acurado. Já o teste do ar expirado apresenta um melhor desempenho clínico-analítico, porém sua disponibilidade é limitada.

    Indicações:
  • Diagnóstico diferencial de má-absorção (doença da mucosa intestinal versus insuficiência pancreática/doenças hepatobiliares);
  • Avaliação funcional da integridade do intestino delgado.

Como solicitar: Teste de D-xilose - Urina.

  • Orientações ao paciente:
    • Alimentos contendo pentoses (frutas, compotas, geleias, gelatinas) devem ser evitados no dia anterior à realização do exame;
    • Fazer jejum de 12 horas;
    • Entre 8 e 9 horas da manhã, o paciente deve esvaziar a bexiga, desprezando essa urina;
    • Logo após o esvaziamento vesical, administrar 25 g de D-xilose (para crianças, 0,5 g por kg de peso, até o máximo de 25 g) pela via oral, dissolvidos em 250 mL de água;
    • O paciente deverá permanecer em repouso em posição supina até o término do teste;
    • Armazenar toda a urina obtida durante o teste, mantida sob refrigeração (2 a 8 o C). Após 5 horas do início do teste, o paciente deverá coletar a última urina, adicionando a quantidade obtida àquela já existente.
  • Frasco próprio para coleta de urina fornecido pelo laboratório clínico (ver figura abaixo). Enviar uma alíquota de 10 mL da amostra congelada (-20 o C);
  • Material: Urina;
  • Volume recomendável: Volume total de 5 horas.
Texto alternativo para a imagem Frasco próprio para coleta de urina fornecido pelo laboratório clínico. Ilustração: Caio Lima
    Dose de 25 g de D-xilose:
  • Adultos: ≥ 4 g/5 horas (≥ 26,6 micromol/5 horas);
  • Crianças: > 20% de xilose excretada em relação à administrada.

Observação! Os valores de referência para o teste da D-xilose podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

  • Alimentos contendo pentoses (frutas, compotas, geleias) devem ser evitados no dia anterior à realização do exame; [cms-watermark]
  • Alguns medicamentos (Ácido acetilsalicílico, Indometacina, outros anti-inflamatórios não esteroides, Neomicina, Glipizida, Atropina) podem interferir no ensaio;
  • Coleta incompleta de urina, ascite, retenção urinária, alterações no esvaziamento gástrico ou fermentação da D-xilose por bactérias intestinais podem provocar resultados falso-positivos;
  • Alguns laboratórios clínicos utilizam a administração de 5 g de D-xilose, alterando os valores de referência e a sensibilidade do teste (diminui);
  • A interpretação desse teste é prejudicada em pacientes com insuficiência renal;
  • É um exame que, devido às baixas sensibilidade e especificidade, não é mais tão usado.
  • Aumento dos níveis: Não se aplica. Valores nos limites da normalidade são encontrados na má-absorção por insuficiência pancreática ou por condições hepatobiliares;
  • Diminuição dos níveis: Má-absorção intestinal (doença da mucosa), doença celíaca, espru tropical, doença de Crohn, ressecção cirúrgica intestinal, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), amiloidose, linfoma, isquemia intestinal, doença de Whipple, gastrenterite eosinofílica, síndrome de Zollinger-Ellison, enterite rádica, supercrescimento bacteriano, e algumas parasitoses;
    • Causas de diminuição da concentração na urina, não relacionada com a má-absorção: insuficiência renal crônica, vômito, esvaziamento gástrico lentificado ou rápido, hipomotilidade, síndromes de estase intestinal, desidratação/hipovolemia.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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