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Definição: Procedimento de formação de imagem pela emissão de raios X que permite a análise de doenças do tórax. Pode ou não ser realizado com a administração de contraste, formando imagens mais nítidas da parte vascular (angiotomografia de tórax).
Sinônimos:
TC de tórax; tomografia computadorizada de tórax; TC.
Solicita-se a TC de tórax para avaliação de pacientes que têm sintomas respiratórios e/ou de caixa torácica, além de rastreio de nódulo pulmonar. Pode-se solicitar associado à administração de contraste. Para estudar as alterações vasculares, deve-se solicitar, além da tomografia de tórax, a angiotomografia de tórax.
Figura 1. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Figura 2. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição das figuras: Tomografia computadorizada do tórax, cortes nos planos axiais, nas janelas de pulmão (onde se visualiza a doença do parênquima pulmonar) e na janela de partes moles (onde se observa o mediastino e suas estruturas, como presença de linfonodomegalias, massas mediastinais, coração e vasos da base).
Para a realização da imagem, o paciente deve permanecer em decúbito dorsal, com os braços elevados acima da cabeça.
É solicitada uma manobra de inspiração profunda seguida de apneia. Em casos específicos, pode-se realizar a imagem em expiração para comparação com a fase inspiratória.
No geral, o exame não requer preparo. Contudo, nos casos em que é necessário o uso de contraste, é fundamental a avaliação de alergia a iodo. Se houver histórico de alergia, é necessário o preparo antialérgico com corticoide e anti-histamínico conforme cada instituição. Para mais informações, acesse conteúdo específico sobre Protocolo de Dessensibilização.
Para a administração de contraste iodado, é mandatório avaliar a função renal do paciente por meio de um exame de creatinina sérica recente, com cálculo da taxa de filtração glomerular (TFG ou eGFR). Pacientes com insuficiência renal grave (geralmente TFG < 30 mL/minuto/1.73m²) têm um risco aumentado de desenvolver lesão renal aguda pós-contraste (PC-AKI) e, portanto, o uso de contraste é contraindicado ou deve ser feito após avaliação de risco-benefício e hidratação.
Atualmente, o exame é realizado de forma rápida, de fácil execução e com boa disponibilidade na maioria dos serviços.
Com a emissão de radiação, a imagem é feita pelos cortes que variam de espessura. As máquinas antigas faziam cortes com 5 mm de espessura. Enquanto as máquinas mais modernas de alta resolução fazem cortes de 0,625 a 1,25 mm, sendo possível analisar o lóbulo secundário pulmonar.
Atualmente, softwares de imagem conseguem editar e acentuar características específicas do exame, por exemplo, técnica MIP (
maximum intensity projection mode
), na qual se acentua as estruturas com maior densidade. É excelente para identificar nódulos pulmonares. A outra técnica utilizada é a MinIP (
minimum intensity projection mode
), na qual se acentua as áreas de menor densidade, sendo excelente para visualização de cistos pulmonares.
Nos casos de ser necessária a administração do contraste venoso, a principal limitação são os pacientes com antecedente alérgico ao contraste iodado, pacientes asmáticos com crise recente ou paciente com histórico de reações alérgicas graves a qualquer medicamento ou alimento (isso pode ser discutido com calma).
Caso o exame seja imprescindível, convém realizar preparo antialérgico, que deve ser iniciado na véspera do exame, ou realizar o exame em ambiente hospitalar. Outra limitação é a exposição à radiação à qual o paciente será submetido.
Além disso, pacientes que não conseguem permanecer em decúbito dorsal, taquipneicos com dificuldade de realizar a manobra de apneia, podem não conseguir realizar a TC.
Pacientes claustrofóbicos: Nestes casos, é possível explicar ao paciente que, diferentemente da ressonância magnética, trata-se de um exame muito rápido e que, comumente, costuma ser bem tolerado até por este tipo de paciente.
Pacientes gestantes ou com gestação suspeita: Também não devem ser submetidos ao exame, pela excessiva dose de radiação ionizante à qual serão expostos. Em casos extremos, pode-se utilizar protetor abdominal de chumbo.
As principais são as reações alérgicas ao meio de contraste venoso. Além disso, pode ocorrer o extravasamento do meio de contraste no local da punção venosa. Embora geralmente leve, em casos raros pode causar lesões de tecidos moles ou síndrome compartimental.
Lesão renal aguda pós-contraste (PC-AKI):
Principal complicação tardia relacionada ao contraste em pacientes de risco.
Complicações tardias ao excesso de radiação ionizante (por isso, cabe ao médico assistente decidir com muita cautela se a TC é realmente necessária, evitando expor o paciente desnecessariamente à radiação ionizante).
Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).
Revisão: Bruna C. Provenzano (Clínica Médica, Terapia Intensiva e Pneumologia).
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