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Toxoplasmose IgM

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Definição: São anticorpos da classe IgM dirigidos contra o protozoário causador da toxoplasmose: Toxoplasma gondii .

Sinônimos: Sorologia IgM - Toxoplasmose; Toxoplasma gondii IgM; Toxoplasma IgM; Toxoplasmose Imunoglobulina M; Toxoplasmose, anticorpos IgM; Toxoplasmose IgM Ab; Anticorpos IgM antitoxoplasmose; Toxoplasmose IgM sérico; Toxoplasmose IgM - Sangue.

Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular, com ampla distribuição mundial, que pode infectar tanto seres humanos quanto outros animais de sangue quente.

A infecção humana (hospedeiro intermediário) ocorre, principalmente, pela ingestão de carnes mal cozidas e/ou de alimentos contaminados com fezes de gato (hospedeiro definitivo), contendo oocistos do parasita.

A maioria das infecções agudas, em indivíduos imunocompetentes, é assintomática ou oligossintomática, sem grandes repercussões clínicas.

Entretanto, o diagnóstico da infecção por T. gondii é especialmente importante em pacientes imunocomprometidos, gestantes e neonatos, tendo em vista sua maior morbidade e gravidade nesses grupos.

A sorologia (IgM e IgG ) ainda é a maneira mais utilizada e amplamente disponível para o diagnóstico da toxoplasmose, embora haja outros testes e métodos que auxiliem na interpretação do caso (ex.: avidez de IgG, testes moleculares).

Os anticorpos IgM aparecem por volta de 5 dias após a infecção por Toxoplasma gondii , com diminuição em algumas semanas a meses, podendo permanecer detectáveis por até 18 meses.

Um resultado de IgM positivo, por si só, não confirma uma infecção recente, devendo ser confirmado por outra metodologia e repetido em um período de 3 semanas.

Por não serem capazes de atravessar a barreira placentária, os anticorpos IgM (assim como os IgA) são especialmente úteis para a investigação de infecção congênita pelo toxoplasma.

Quando positivos (em conjunto com os anticorpos IgG ), notadamente em mulheres grávidas, o teste de avidez de IgG deve ser solicitado para auxiliar na diferenciação de doença recente ou passada, facilitando, assim, o raciocínio clínico-diagnóstico.

    Indicações:
  • Auxílio no diagnóstico da toxoplasmose aguda/recente;
  • Avaliação de gestantes no pré-natal;
  • Triagem em pacientes imunodeprimidos;
  • Investigação de toxoplasmose congênita.

Como solicitar: Toxoplasmose IgM.

  • Orientações ao paciente: não é necessário preparo específico;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Aguardar a completa retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos, e manter a amostra sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável : 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

  • Observação! Os pontos de corte dos títulos de anticorpos antitoxoplasmose IgM podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

Amostras acentuadamente hemolisadas e/ou com contaminação microbiana podem prejudicar sua determinação laboratorial.

Os resultados e pontos de corte devem ser interpretados com muita cautela, já que dependem da técnica do teste, do fabricante do kit e do laboratório clínico.

Um resultado de IgM positivo, por si só, não confirma uma infecção recente, devendo ser confirmado por outra metodologia e repetido em um período de 3 semanas.

A depender da técnica empregada, a presença de fator reumatoide no soro pode levar a resultados falso-positivos.

Nenhum teste sorológico, de maneira isolada, afasta ou confirma totalmente uma infecção recente ou tardia por T. gondii .

Quando positivos (em conjunto com os anticorpos IgG ), notadamente em mulheres grávidas, o teste de avidez de IgG deve ser solicitado para auxiliar na diferenciação de doença recente ou passada, facilitando assim o raciocínio clínico-diagnóstico.

Reagente: Infecção aguda/recente; infecção passada (títulos decrescentes ainda detectáveis); toxoplasmose congênita.

Não reagente: Indivíduos sem contato prévio; infecção passada; infecção aguda em pacientes imunocomprometidos; fase muito inicial/precoce da infecção.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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