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Definição:
A ultrassonografia abdominal é
um exame de imagem amplamente disponível, operador-dependente e baseado na emissão de ondas de ultrassom emitidas por um transdutor.
Sinônimos: USG de abdome total, US abdome total ou ultrassom de abdome total; US de abdome superior, USG de abdome superior ou ultrassom de abdome superior; Ultrassonografia das vias urinárias, ultrassonografia do aparelho urinário, US aparelho urinário ou US de rins e vias urinárias.
A especificação da história clínica e hipótese diagnóstica no pedido médico é fundamental. Deve-se interpretar a solicitação como um verdadeiro parecer radiológico. A região abdominal alvo do estudo deve ser especificada. Na pesquisa de condições específicas (ex.: hipertensão portal; hipertensão renovascular), o estudo vascular com doppler deve ser considerado.
No que se refere a um exame operador-dependente, é aconselhável que os exames sejam realizados por profissionais experientes, com formação sólida e por meio de aparelhos de boa qualidade.
Exame de baixo custo, boa acessibilidade e livre de radiação ionizante. O transdutor mais utilizado é o curvilinear, caracterizado por baixa frequência de ondas (1-6 MHz). A maior amplitude e energia das ondas permitem a penetração em tecidos profundos, como as estruturas intracavitárias e retroperitoneais.
A posição habitual é o decúbito dorsal, com o posicionamento do transdutor em diferentes regiões do abdome, ajustando a orientação conforme a estrutura avaliada, sempre com a utilização de meio viscoso interposto (gel).
As imagens são obtidas em tempo real no modo B (bidimensional). Estruturas líquidas apresentam-se anecoicas, enquanto órgãos sólidos apresentam ecogenicidade variável.
Exame operador-dependente. Limitação técnica na presença de obesidade, interposição de alças (aderências em ferida operatória ou síndrome de Chilaiditi) ou presença de enfisema subcutâneo. A avaliação de estruturas retroperitoneais é frequentemente limitada.
Não há contraindicações ao método. O exame pode ser um pouco difícil, especialmente para a avaliação de estruturas retroperitoneais, sobretudo entre obesos ou na presença de meteorismo.
A insonação em áreas específicas pode ser limitada por feridas, infecções de partes moles, feridas abertas e queimaduras extensas.
Exame isento de complicações. Com o advento da ultrassonografia à beira do leito, um dos maiores riscos do exame é a interpretação equívoca dos achados, desencadeando condutas potencialmente maléficas.
Os efeitos biológicos, como aquecimento tecidual e cavitação, são teóricos, e nas condições de uso clínico, não há evidências de dano significativo.
Os procedimentos ecoguiados podem apresentar complicações mais expressivas, como hematomas, lesão vascular, infecção (0,1%-0,2%) e lesão de órgãos adjacentes.
Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).
Revisão: Leandro Lima da Silva (Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva).
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