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Definição:
A ultrassonografia transfontanela é um exame
de alta resolução que demonstrou ser uma ferramenta extremamente valiosa na identificação da anatomia intracraniana normal e patológica em pacientes recém-nascidos.
Sinônimos: USG transfontanela; Ultrassom transfontanela; ultrassonografia transfontanelar.
Ultrassonografia transfontanela. Acompanhada de adequada indicação clínica no pedido médico.
Atenção : Vale a pena ressaltar que este exame só pode ser solicitado naqueles pacientes que ainda apresentam a fontanela anterior aberta, com pelo menos duas polpas digitais. A fontanela anterior em geral inicia seu fechamento por volta do nono mês de vida até os 15 meses. Essencial, portanto, que o pediatra ou neuropediatra que estejam solicitando o exame avaliem antes se existem pelo menos duas polpas digitais palpáveis.
Tornou-se o exame de escolha para avaliação inicial e investigação de hidrocefalia
, de hemorragias periventriculares (destacando-se a hemorragia de matriz germinativa
em prematuros), intraventriculares e intraparenquimatosas, de lesões isquêmicas, malformações congênitas e de infecções cerebrais no neonato.
Nenhum preparo é necessário. Radiologistas pediátricos costumam solicitar um jejum para o bebê de cerca de 2 horas, para que ele mame na sala de exames, facilitando a execução e realização do exame de imagem.
As imagens rotineiramente são obtidas nos planos coronal e sagital. As imagens coronais são obtidas colocando-se o transdutor transversamente pela fontanela anterior e angulando o feixe de ultrassom da frente para trás. As imagens sagitais são obtidas posicionando-se o transdutor em orientação longitudinal na fontanela anterior e angulando o feixe do meio para lateral (figuras 1 a 6).
Figura 1. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Figura 2. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição das figuras 1 e 2: Ultrassonografia transfontanela cortes coronais, realizada varredura de anterior para posterior. CC – corpo caloso; Ch – plexo coroide; F – lobo frontal; N – núcleos da base; T – lobo temporal.
Figura 3. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição da figura 3: Ultrassonografia transfontanela, plano sagital na linha média. CC – corpo caloso; FP – fossa posterior; 4 – ventrículo.
Figura 4. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Figura 5. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição das figuras 4 e 5: Ultrassonografia transfontanela, planos parassagitais direito e esquerdo, varrendo até o nível da ínsula.
Figura 6. Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição da figura 6: Ultrassonografia transfontanela, varredura com transdutor linear de alta frequência.
Exame rápido, de baixo custo, boa acessibilidade, livre de radiação ionizante. Não exige sedação do paciente e boa parte dos aparelhos são portáteis (desse modo, tornou-se uma ferramenta excelente na avaliação de crianças extremamente graves e instáveis que não possam ser transportadas para a sala de radiologia para investigação por imagens).
A fontanela anterior deve ter pelo menos duas polpas digitais (ou seja, exame costuma ser realizado na maioria dos casos no máximo até os 13-15 meses de vida). Além disso, a ultrassonografia é um exame operador dependente.
Fontanela anterior fechada ou pequena.
Não há.
Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).
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