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Ultrassonografia de Pelve Feminina em Pediatria

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Definição: A ultrassonografia de pelve feminina costuma ser o método de imagem de escolha para avaliação inicial de anormalidades ginecológicas na população pediátrica.

Sinônimos: U ltrassonografia de pelve feminina; Ultrassonografia transabdominal; Ultrassonografia transperineal; Ultrassonografia transvaginal; Ultrassonografia suprapúbica.

Depende da via de escolha. No caso da população pediátrica em geral, será realizada por via suprapúbica (também conhecida como transabdominal) ou via transperineal. A via transvaginal fica reservada para pacientes em idade fértil e com vida sexual ativa.

Investigação de dor abdominal ou pélvica, avaliação de transtornos de puberdade precoce, amenorreia, síndrome dos ovários policísticos, transtornos de interssexo, massas ovarianas ou uterinas, suspeitas de corpos estranhos vaginais, avaliação em pacientes com neoplasias secundárias (metástases de neuroblastoma, leucemia, linfoma, rabdomiossarcomas e tumor de Wilms , embora raros, podem acometer ovários), suspeita de doença inflamatória pélvica, suspeita de torção anexial e/ou tubária, avaliação de malformações uterinas congênitas, avaliação de anomalias vaginais congênitas.

Na ultrassonografia transvaginal, solicita-se que a paciente esvazie sua bexiga antes do exame e, preferencialmente, não esteja no período menstrual. Já na ultrassonografia suprapúbica (ou transabdominal) e transperineal, solicita-se que a paciente encha a bexiga.

Isso nos pacientes pediátricos pode ser complicado, mas devemos orientar a mãe e a criança para avisarem ao radiologista quando houver desejo miccional, a fim de iniciarmos a realização do exame.

Em alguns casos, quando a bexiga está muito repleta, pode atrapalhar nas medidas uterinas e isso é particularmente complicado nas pacientes em avaliação de puberdade precoce. Nesses casos, pode ser solicitado que a criança realize o esvaziamento vesical parcial. [cms-watermark]

  1. Ultrassonografia transabdominal ou suprapúbica: Em lactentes e crianças pequenas é mais bem realizada com um transdutor linear ou curvilíneo de 5-12MHz, de alta resolução. Em crianças maiores e adolescentes, pode ser necessário um transdutor de 3,5-5 MHz.
  2. Ultrassonografia transperineal: No contexto clínico de malformações urogenitais, hidrometrocolpos, massas labiais e corpos estranhos vaginais, a investigação transperineal por imagens é útil na avaliação da genitália externa e da vagina inferior. Esse exame é realizado com transdutor de 8MHz ou superior, coberto por gel acústico, e depois colocado diretamente contra os pequenos lábios e o orifício externo da uretra.
  3. Ultrassonografia transvaginal: Uso limitado na pediatria, sendo reservada a poucas pacientes adolescentes com vida sexual ativa.

Exame rápido, de baixo custo e fácil acessibilidade. Tem como grande vantagem ser livre de radiação ionizante.

Exame operador-dependente é a principal limitação da ultrassonografia, de um modo geral. No caso específico da ultrassonografia transvaginal, sua limitação é não poder ser realizada em pacientes virgens e também poder causar algum desconforto durante a realização do exame.

Pacientes virgens, no caso da ultrassonografia transvaginal. Na ultrassonografia transabdominal ou transperineal, não há contraindicações.

Não há. Trata-se de um exame extremamente seguro.

    As medidas uterinas e ovarianas normais, na população pediátrica, variam de acordo com a faixa etária.
  • Ovários:
Idade Volume ovariano (cm 3 )
1 dia-3 meses 1,1 (1,0)
4-12 meses 1,1 (0,7)
13-24 meses 0,7 (0,4)
2 anos 0,8 (0,4)
3 anos 0,7 (0,2)
4 anos 0,8 (0,4)
5 anos 0,9 (0,2)
6 anos 1,2 (0,4)
7 anos 1,3 (0,6)
8 anos 1,1 (0,5)
9 anos 2,0 (0,8)
10 anos 2,2 (0,7)
11 anos 2,5 (1,3)
12 anos 3,8 (1,4)
13 anos 4,2 (2,3)
Pós-menarca 9,8 (0,6)

Útero:

Idade (anos) Volume (cm 3 )
2 2,0 (0,2)
3 1,6 (0,08)
4 2,1 (0,06)
5 2,4 (0,1)
6 1,8 (0,2)
7 2,3 (0,1)
8 3,1 (0,2)
9 3,7 (0,2)
10 6,5 (0,4)
11 6,7 (0,3)
12 16,2 (0,9)
13 13,2 (0,6)

Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).

    Revisão:
  • Camilla Luna (Ginecologista e Obstetra pela UERJ e FEBRASGO, especialista em Reprodução Humana pela AMB);
  • Dolores Silva (Pediatria pela UERJ).
    Equipe adjunta:
  • Fabiana Barreto Goulart Déléage (Pediatria pela SMS/RJ e Medicina de Adolescentes pela UERJ);
  • Gabriela Guimarães Moreira Balbi (Pediatria pela UFPR e Reumatologia Infantil pela UNIFESP);
  • Maria Eduarda B. Cruxen (Pediatria pela UFCSPA);
  • Renata Carneiro da Cruz (Pediatria pela UERJ e SBP);
  • Vanessa Nascimento (Cirurgia Pediátrica Geral pelo IFF/FIOCRUZ e Oncológica pelo INCA);
  • Vívian Moitinho (Pediatria UERJ/Neonatologia IFF-Fiocruz);
  • João Marcelo Coluna (Ginecologia e Obstetrícia, com mestrado em Fisiopatologia).

Langer JE, Oliver ER, Lev-Toaff AS, et al. Imaging of the female pelvis through the life cycle. Radiographics. 2012; 32(6):1575-1597.

Paltiel HJ, Phelps A. US of the pediatric female pelvis. Radiology. 2014; 270(3):644-657.

Cohen HL, Eisenberg P, Mandel F, et al. Ovarian cysts are common in premenarchal girls: a sonographic study of 101 children 2-12 years old. AJR Am J Roentgenol. 1992; 159(1):89-91.

Siegel MJ. Ultrassonografia pediátrica. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.