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Definição: O vírus varicela-zóster (VZV) é um herpes-vírus, de material genético DNA, implicado em duas condições clínicas: a varicela/catapora (infecção primária) e o herpes-zóster (reativação do vírus endógeno latente).
Sinônimos:
VZV IgG; VZ IgG; Vírus varicela-zóster IgG; Vírus varicela-zóster - Imunoglobulina G; Vírus varicela-zóster sorologia IgG; Anti-VZV IgG; Varicela-zóster Anticorpos IgG; Anticorpos IgG Anti-Varicela-zóster; Anticorpos Anti-Varicela-zóster IgG; Varicela-zóster IgG - Sangue; Varicela-zóster IgG sérico; Varicela-zóster IgG, Ab.
A varicela é uma infecção primária exantemática, de evolução benigna em crianças imunocompetentes. Entretanto, atenção especial deve ser dada a adultos, recém-nascidos, mulheres grávidas e pacientes imunocomprometidos, tendo em vista o maior risco de complicações nessas populações.
Após a infecção primária, o VZV permanece latente na raiz dorsal e nos gânglios sensoriais. O herpes-zóster ocorre quando a infecção latente pelo VZV é reativada, produzindo lesões cutâneas muito dolorosas, com distribuição em dermátomos, sendo mais prevalente em idosos e em imunocomprometidos.
Os anticorpos IgG podem ser detectados após cerca de 9 dias do rash cutâneo na varicela primária e 10 dias após um quadro de herpes-zóster. Amostras pareadas, coletadas na fase aguda e na convalescença (10-14 dias de intervalo) são recomendadas.
Com relação aos anticorpos IgM
, estes podem ser detectados de 6-7 dias após o aparecimento do
rash
cutâneo, com pico sérico em torno de 14 dias.
A pesquisa dos anticorpos IgG, assim como o aumento de, pelo menos, 4x de seus títulos/concentrações entre duas amostras, deve ser acompanhada da aferição dos anticorpos IgM.
A IgG, produzida por uma infecção primária ou pela vacinação, pode persistir positiva por toda a vida. Uma IgG reagente geralmente confere imunidade contra a varicela, porém não contra o herpes-zóster, que pode se desenvolver apesar de altos títulos de anticorpos.
Testes moleculares (ex.: PCR) também podem ser utilizados para o diagnóstico da fase aguda, sendo altamente sensíveis e específicos. Por sua vez, o isolamento viral em cultura, apesar de ter ótima acurácia, não é utilizado de rotina, visto ser uma técnica laboriosa, de pouca disponibilidade e de alto custo.
Como solicitar:
Herpes-zóster IgG.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha.
Ilustração:
Caio Lima
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela.
Ilustração:
Caio Lima
Não reagente.
Infecções primárias ou secundárias por outros herpes-vírus podem causar aumento dos títulos de anticorpos, em indivíduos que tiveram varicela previamente.
Amostras acentuadamente hemolisadas, ictéricas, lipêmicas ou inativadas pelo calor podem prejudicar sua determinação.
Com o passar do tempo, as concentrações dos anticorpos IgG podem decair.
Anticorpos da classe IgG podem estar presentes no sangue de pacientes que receberam transfusões recentes de hemocompotentes.
Amostras coletadas na fase inicial da infecção aguda podem ser negativas para os anticorpos IgG.
Há várias metodologias/ kits diagnósticos para a pesquisa dos anticorpos antivaricela-zóster IgG, cada qual com desempenho analítico distinto.
Uma IgG reagente geralmente confere imunidade contra a varicela, entretanto não contra o herpes-zóster, que pode se desenvolver a despeito de altos títulos de anticorpos circulantes.
Algumas metodologias apresentam sensibilidade limitada para a detecção de anticorpos induzidos pela vacinação em razão de, notadamente, uma menor concentração de anticorpos produzidos em relação à infecção natural.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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