' Velocidade de Hemossedimentação (VHS) - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Velocidade de Hemossedimentação (VHS)

Voltar

Definição: A velocidade de hemossedimentação (VHS) é um ensaio antigo, com baixa especificidade, porém ainda muito utilizado em nosso meio.

Sinônimos: ESR; Taxa de hemossedimentação; Eritrossedimentação; Velocidade de eritrossedimentação; Hemossedimentação; Velocidade de sedimentação globular.

A velocidade de hemossedimentação (VHS) advém de processos nos quais estão envolvidos fatores plasmáticos (ex.: aumento das concentrações de algumas proteínas, notadamente o fibrinogênio) e eritrocitários (ex.: diferença de carga elétrica), que são desencadeados em resposta a uma ampla gama de processos inflamatórios/infecciosos.

Classicamente, seu resultado deriva do tempo necessário para a sedimentação/precipitação espontânea de eritrócitos suspensos em plasma, durante 1 hora, em posição vertical. O VHS pode ser realizado em um tubo/pipeta graduada específica ( Westergren), ou ser processado de maneira totalmente automatizada por aparelhos, medidos em milímetros por hora (mm/hora).

É um exame que apresenta boa sensibilidade, porém baixa especificidade, visto que suas concentrações podem se alterar diante de uma ampla gama de condições. A dosagem da proteína C reativa, como um marcador de fase aguda, apresenta vantagens clínicas e metodológicas em relação à do VHS.

    Indicações:
  • Marcador inespecífico de atividade inflamatória/infecciosa;
  • Utilizado como critério diagnóstico para algumas patologias (ex.: polimialgia reumática);
  • Avaliação de severidade e seguimento da atividade de doença em algumas patologias autoimunes, colagenoses e vasculites.

Como solicitar: Velocidade de hemossedimentação (VHS).

  • Orientações ao paciente: Não é necessário preparo específico;
  • Tubo para sangue total (tampa roxa - EDTA) (figura 1) ou tubo específico fornecido pelo Laboratório Clínico contendo o anticoagulante citrato de sódio 3,2% (tampa preta) (figura 2). Contactar o laboratório antes da coleta para informações específicas;
  • Material: Sangue total;
  • Volume recomendável: Varia de acordo com o método utilizado e tubo fornecido pelo Laboratório Clínico. Contatar o laboratório antes da coleta para informações específicas.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para sangue total - tampa roxa - EDTA


Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo específico fornecido pelo laboratório clínico contendo o anticoagulante Citrato de sódio 3,2% - tampa preta
    Pelo método de Westergren:
  • Adulto masculino (primeira hora): ≤ 50 anos: 0 a 15 mm/hora; > 50 anos: 0 a 20 mm/hora; [cms-watermark]
  • Adulto feminino (primeira hora): ≤ 50 anos: 0 a 25 mm/hora; > 50 anos: 0 a 30 mm/hora;
    • Observação! Os valores de referência da velocidade de hemossedimentação podem variar de acordo com sexo, idade, Laboratório Clínico e metodologia utilizada.

Anemia e paraproteinemia invalidam o resultado (aumentam falsamente).

Aglutininas frias, material coagulado, baixa temperatura na área técnica e sangue acondicionado por tempo demasiadamente prolongado podem reduzir falsamente os resultados.

É um teste que apresenta uma baixa especificidade, encontrando-se alterado diante de uma ampla gama de condições. Dessa forma, se faz necessária sua correlação com dados clínicos e outros exames complementares.

Aumento: Estados inflamatórios/infecciosos, pós-operatório, doença inflamatória pélvica, sepse, trauma, idosos, tabagismo, síndrome metabólica, isquemia/injúria tecidual, doença renal em estágio terminal, síndrome nefrótica, apendicite aguda, doenças autoimunes, atrite reumatoide, artrite séptica, arterite temporal, polimialgia reumática, gravidez, pós-parto, osteomielite, malignidades, obesidade, anemia, macrocitose, hiperfibrinogenemia, aumento das α 2 , ß e gamaglobulinas, mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström.

Diminuição: I nsuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência hepática crônica, atividade física moderada, microcitose, policitemia, células falciformes, esferócitos, hipofibrinogenemia, síndrome de ativação macrofágica (SAM), hipogamaglobulinemia, hiperalbuminemia, aumento da lecitina, leucocitose extrema, caquexia, hiperbilirrubinemia, drogas (esteroides, anti-inflamatórios).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Alende-Castro V, Alonso-Sampedro M, Vazquez-Temprano N, et al. Factors influencing erythrocyte sedimentation rate in adults: New evidence for an old test. Medicine (Baltimore). 2019; 98(34):e16816.

Alende-Castro V, González-Quintela A. Current validity of the erythrocyte sedimentation rate. Med Clin (Barc). 2023; 161(3):110-2.

Arik N, Bedir A, Günaydin M, et al. Do erythrocyte sedimentation rate and C-reactive protein levels have diagnostic usefulness in patients with renal failure? Nephron. 2000; 86(2):224.

Bedell SE, Bush BT. Erythrocyte sedimentation rate. From folklore to facts. Am J Med. 1985; 78(6 Pt 1):1001-9.

David S, Shoenfeld Y. [Erythrocyte Sedimentation Rate - Purposeful Review for Clinical Application]. Harefuah. 2022; 161(9):552-5.

Eloseily EMA, Minoia F, Crayne CB, et al. Ferritin to Erythrocyte Sedimentation Rate Ratio: Simple Measure to Identify Macrophage Activation Syndrome in Systemic Juvenile Idiopathic Arthritis. ACR Open Rheumatol. 2019; 1(6):345-9.

Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook With Key Word Index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.

Jurado RL. Why shouldn't we determine the erythrocyte sedimentation rate? Clin Infect Dis. 2001; 33(4):548-9.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.

McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.

van den Broe NR, Letsky EA. Pregnancy and the erythrocyte sedimentation rate. BJOG. 2001; 108(11):1164-7.