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Angioplastia com Stent

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Definição: Stents são molas feitas de um metal especial para serem colocados em vasos sanguíneos através dos vasos da perna ou do braço.

    Qual a função do stent ?
  • Quando há uma placa de gordura importante que obstrui grande parte do vaso, pode-se tentar acessar essa placa por dentro do vaso e esmagá-la com um balão. Entretanto, se apenas isso for feito, a placa tende a retornar em questão de meses. Pensando em resolver este problema, engenheiros de saúde desenvolveram uma pequena estrutura de malha metálica chamada stent. O stent é posicionado dentro do vaso, após o esmagamento da placa de gordura, para evitar que a placa volte a crescer.
    Quem deve colocar um stent ?
  • Pacientes que tem obstruções nas artérias do coração (coronárias) e que infartaram, ou sentem dor no peito.
    Como que acontece o cateterismo, angioplastia e stent ?
  • Cateterismo : Exame onde o médico coloca um tubo de plástico em algum vaso sanguíneo (geralmente na virilha ou no punho) e leva esse tubo até o coração. Ao chegar lá, ele injeta um contraste nas artérias ao mesmo tempo em que faz uma radiografia. O contraste desenha as artérias na radiografia e mostra as obstruções no vaso;
  • Angioplastia : Após a detecção da obstrução, o médico insere um balão murcho dentro do vaso na altura da obstrução e então enche esse balão, amassando a placa de gordura e liberando a circulação do sangue no vaso. A angioplastia pode ser realizada logo após o cateterismo no mesmo procedimento;
  • Stent: Estrutura metálica colocada no vaso, no local da obstrução, para evitar que a placa de gordura se forme novamente. Geralmente é colocado quando o médico infla o balão e esmaga a placa de gordura.
    Qual a diferença entre stent convencional e farmacológico?
  • Após o stent ser posicionado, ele leva um tempo até ser coberto pela “pele” do vaso (é como se fosse uma cicatrização). Essa “pele” por vezes pode crescer além do limite do stent e obstruir novamente o vaso, a essa complicação damos o nome de reestenose de stent. A reestenose de stent ocorre principalmente em pacientes diabéticos, lesões em bifurcações ou stents longos;
  • Para evitar esse fato, criou-se o stent embebido em drogas quimioterápicas que impedem uma cicatrização exacerbada. No entanto, o stent permanece exposto ao sangue por mais tempo.
    O que pode ocorrer no pós-operatório?
  • Retirada acidental da artéria radial;
  • Hematoma no local da punção;
  • Pseudoaneurisma ou aneurisma no local da punção;
  • Nefropatia por contraste;
  • Trombose de stent ;
  • Reestenose de stent.
    O que acontece após o procedimento?
  • Após o procedimento, o paciente é encaminhado a unidade de terapia intensiva ou cardiointensiva para monitorização e cuidado. O procedimento dura cerca de uma hora, porém pode durar mais a depender da complexidade. O paciente normalmente fica acordado durante todo o procedimento, recebendo apenas anestesia local;
  • Em geral o paciente fica apenas 24 horas em observação e recebe soro na veia para proteção dos rins. Em algumas ocasiões o paciente pode voltar ainda com o introdutor dos tubos de plástico (cateteres) na artéria da virilha para ser retirado no CTI. Isso ocorre devido ao efeito da heparina e a possibilidade de sangramento ao retirar precocemente o introdutor;
  • Os médicos realizarão curativos muito apertados para evitar sangramentos. Isso pode ser extremamente incômodo, porém é extremamente importante.
    Quanto tempo dura um stent ?
  • Isso vai depender da agressividade da doença do paciente e dos cuidados que ele toma com sua saúde a partir daquele momento;
  • Um stent nunca é retirado do corpo do paciente, o que acontece é uma nova obstrução do vaso.
    Como cuidar melhor da saúde após colocar um stent ?
  • Tome regularmente os remédios: alguns remédios aliviam os sintomas e outros prolongam a vida e melhoram a força do coração. Além disso, eles previnem as descompensações e evitam internações, por isso devem ser tomados religiosamente como prescritos, mesmo que o paciente não tenha nenhum sintoma da doença;
  • Trate doenças em paralelo: manter um bom controle da hipertensão e diabetes é fundamental para evitar novos infartos. Essas doenças estão implicadas na origem do infarto e seu controle deve ser rigoroso;
  • Evite o sal: o sal pode aumentar a pressão, o que piora a doença;
  • Pratique atividade física: quando estamos bem condicionados fisicamente, nosso coração consegue bombear o sangue com maior eficiência, portanto é preciso ter uma rotina diária de exercícios físicos conforme indicação médica;
  • Perca peso: caso esteja acima do peso, perder peso pode ajudar a reduzir a pressão arterial, além de eliminar o trabalho extra que o seu coração vai ter;
  • Pare de fumar: fumar aumenta as chances de ter um infarto e morrer;
  • Limite a ingesta de álcool: homens devem beber no máximo duas doses ao dia, enquanto mulheres, apenas uma. Caso a doença tenha acontecido devido ao uso do álcool, é sugerível abandonar esse hábito;
  • Coma melhor: deve-se evitar dietas ricas em gorduras saturadas e açúcar. É sempre bom dar preferência a carnes brancas, legumes, vegetais e frutas;
  • Evite a automedicação: alguns medicamentos podem piorar a doença, principalmente o uso de anti-inflamatórios. É recomendável tomar apenas medicamentos prescritos pelos médicos.
    Quais as complicações da angioplastia/implante de stent ?
  • As complicações são mínimas e raras. As principais são vasculares e estão ligadas ao sítio de punção;
    Qual o risco de o stent ficar exposto ao sangue?
  • O stent é altamente trombogênico, ou seja, tem uma alta capacidade de estimular a formação de coágulos, podendo ocluir o vaso novamente. A essa complicação damos o nome de trombose de stent;
  • A trombose de stent é evitada com remédios, basicamente o AAS aliado ao clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor. Essas medicações devem ser mantidas enquanto o stent estiver exposto, ou seja, até 3 meses para stents convencionais e até um ano para stents farmacológicos.
  • Para mais informações, acesse o conteúdo de Trombose de Stent

Autor(a) principal: Gabriel Quintino Lopes (Clí­nica Médica e Cardiologia).

    Equipe adjunta:
  • Daniele Tokars Zaninelli (Clínica Médica e Endocrinologia);
  • Gustavo Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia);
  • Lívia Pessôa de Sant'Anna (Clínica Médica e Hematologia);
  • Maikel Ramthun (Clínica Médica, Nefrologia e Medicina Intensiva).

Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Bianco HT, Chacra APM, Bertoluci MC et al. Diretriz brasileira baseada em evidências sobre prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com diabetes: posicionamento da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Arq Bras Cardiol 2017; 109(6Supl.1):1-31.

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