' Atividade Sexual Pós-evento Cardiovascular - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Atividade Sexual Pós-evento Cardiovascular

Voltar

Definição: Vários fatores influenciam no retorno à atividade sexual após um evento cardiovascular. Fatores psicológicos, como falta de confiança para realizar a atividade sexual, são comuns e se somam à diminuição da libido, disfunção erétil e transtornos na ejaculação. A correta orientação do paciente nessa fase e o manejo terapêutico devem ser realizados ainda nas fases iniciais da reabilitação cardiovascular.

    Quais as causas principais de eventos cardiovasculares durante a atividade sexual?
  • A maioria dos eventos cardiovasculares durante a atividade sexual acontece em dois contextos: situações de infidelidade sexual e/ou uso concomitante de drogas e medicações estimulantes. Altos níveis de estresse também são causas. Por isso, deve-se praticar a atividade sexual de forma segura e confortável, evitando posições que exijam grande esforço.
    Quais as causas de disfunções sexuais após evento cardiovascular?
  • A maioria das disfunções sexuais após evento cardiovascular possuem origem psicológica e devem ser abordadas para a recuperação da confiança do paciente.
    O uso de inibidores de fosfodiesterase ou Sildenafila é contraindicado?
  • O uso de inibidores de fosfodiesterase ou Sildenafila não é contraindicado para todos os pacientes após evento. Somente para aqueles com angina classe IV, estenose valvar grave ou arritmias ventriculares persistentes;
  • Pacientes que usam Nitroglicerina, outros nitratos ou inibidores alfa-adrenérgicos centrais regularmente podem fazer hipotensão com o uso concomitante de inibidores da fosfodiesterase-5; portanto, não é recomendado o uso dessas drogas em conjunto.
    Qual o risco de enfartar durante o ato sexual?
  • Bem pequeno. Consta que menos de 1% dos infartos estão relacionados ao ato sexual. O esforço realizado no ato sexual é o equivalente a subir dois lances de escada. Pessoas que realizam esse exercício sem problemas não devem ter dificuldades nas relações sexuais.
    Como sei que estou enfartando durante a atividade sexual?
  • Os principais sintomas relacionados ao infarto são: dor no peito, com característica em aperto que pode irradiar para o pescoço ou braço esquerdo. A dor é de forte intensidade, interrompendo o ato sexual. Pode vir acompanhada de mal-estar, palpitação, sudorese fria e falta de ar.

Relações sexuais de pacientes cardiopatas bem compensados são seguras. O prognóstico no longo prazo é favorável e o médico deve sempre orientar sobre a importância do controle das comorbidades, tranquilizando o paciente em relação aos atos sexuais. [cms-watermark]

    O que fazer caso sinta dor no peito durante o ato sexual?
  • Parar imediatamente a relação sexual, permanecer em repouso o máximo possível e procurar uma emergência.
    Pacientes com problema de coração podem usar o "azulzinho"?
  • Caso a doença cardíaca esteja compensada é possível utilizar inibidores da fosfodiesterase-5 com segurança. O uso deve ser orientado pelo médico, nunca se deve misturar esses remédios com nitrato ou inibidores alfa-adrenérgicos centrais. É preferível, para esses fins, utilizar medicamentos com menor meia-vida, como a Sildenafila.
    Quais as principais prevenções para evitar um evento cardiovascular?
  • Deve-se evitar a prática de atividade sexual após o consumo excessivo de álcool ou de alimentos;
  • Caso se tenha um teste de esforço ou outro método correspondente (incluindo atividades físicas do dia a dia) com a capacidade funcional maior ou igual a 6 METs, não são necessárias restrições para a prática de atividade sexual. A duração e a intensidade do esforço durante o sexo, em geral, não ultrapassam esse limiar e não aumentariam o risco de complicações cardiovasculares;
  • Não se deve misturar inibidores da fosfodiesterase-5 com nitratos ou inibidores alfa-adrenérgicos centrais;
  • Manter controlado o peso, o colesterol, a glicemia e a pressão arterial.

Autor(a) principal: Victor Queiroz de Miranda (Medicina do Exercício e do Esporte).

Revisor(a): Gabriel Quintino Lopes (Clí­nica Médica e Cardiologia).

    Equipe adjunta:
  • Paula Cardoso Benayon (Medicina do Exercício e do Esporte);
  • Eraldo Moraes (Cardiologia, Eletrofisiologia, com especialização em Marca-passo).

Herdy AH, Burdiat G, Lopez-Jimenez F, et al. Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol 2014; 103(2):1-31.

Levine GN, Steinke EE, Bakaeen FG, et al. Sexual activity and cardiovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2012; 125(8):1058-72.

Sauer WH, Kimmel SE. Sexual activity in patients with cardiovascular disease [Internet]. Kaski JC, Givens J, eds. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. (Accessed on March 02, 2020).

Steinke EE, Jaarsma T, Barnason SA, et al. Sexual counseling for individuals with cardiovascular disease and their partners: a consensus document from the American Heart Association and the ESC Council on Cardiovascular Nursing and Allied Professions (CCNAP). Circulation 2013; 128:2075.

Levine GN, Steinke EE, Bakaeen FG, et al. Sexual activity and cardiovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation 2012; 125:1058.

Ishikura F, Beppu S, Hamada T, et al. Effects of sildenafil citrate (Viagra) combined with nitrate on the heart. Circulation 2000; 102:2516.

Arora RR, Timoney M, Melilli L. Acute myocardial infarction after the use of sildenafil. N Engl J Med 1999; 341:700.