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Crise Convulsiva

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Definição: A convulsão é causada por atividades elétricas desordenadas dos neurônios, levando a apresentações clínicas diversas, dependendo da área do cérebro que esse fenômeno ocorreu.

Comuns, afetam 8-10% da população ao longo da vida. Representam 1-2% de todos os atendimentos no departamento de emergência e, aproximadamente, 25% será de uma primeira crise.

    O que causa uma convulsão?
  • As convulsões nem sempre estão associadas à epilepsia.
    São causas:
  • Febre alta;
  • Hipoglicemia;
  • Desidratação;
  • Cicatrizes gliais pós-trauma;
  • Sequelas de infecção do sistema nervoso central;
  • Tumores;
  • Predisposição genética;
  • Intoxicação por álcool;
  • Medicamentos ou drogas ilícitas.
    Quais são os fatores de risco para uma convulsão?
  • Como citado acima, diversos fatores podem desencadear uma convulsão. Alguns fatores de riscos específicos e não específicos podem desencadear crises em pacientes com epilepsia.
    Alguns deles:
  • Estímulos luminosos;
  • Estresse;
  • Privação de sono;
  • Má adesão farmacológica;
  • Álcool, drogas ilícitas, medicamentos.
    Quais são os sintomas de uma convulsão ?
  • Inconsciência;
  • Queda desamparada, em que a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço para evitar danos físicos a si própria;
  • Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos;
  • Suor;
  • Midríase (pupila dilatada);
  • Cianose nos lábios (arroxeados);
  • "Espumar pela boca" (salivação);
  • Morder a língua e/ou lábios;
  • Corpo rígido e contração do rosto;
  • Ranger de dentes;
  • Palidez intensa;
  • Movimentos involuntários e desordenados;
  • Perda do controle de urina e/ou fezes (relaxamento do esfíncter).
    O que não é epilepsia?
  • O indivíduo que apresenta uma única convulsão durante a vida ou uma série de crises num certo espaço de tempo que não mais se repetiu;
  • O indivíduo que apresenta convulsão na vigência de processos patológicos em atividade (meningite, distúrbios metabólicos, fenômenos hipóxicos) e que desaparecem após a eliminação dos mesmos;
  • O indivíduo que apresenta convulsões ocasionais em função de certas afecções que lhe são peculiares (hipocalcemia, hipoglicemia, convulsões febris, etc.).

Importante! Deixar claro que o paciente que apresentou uma convulsão não necessariamente tem o diagnóstico de epilepsia.

No processo de investigação podem ser necessários diversos exames, dependendo da suspeita: neuroimagem (Tomografia ou Ressonância Magnética), exames laboratoriais, punção lombar e eletroencefalograma.

    A primeira convulsão deve ou não ser tratada com medicamento?
  • A decisão de tratar ou não tratar um paciente após a primeira crise não provocada deve ser individualizada;
  • O médico deve levar em consideração não apenas o risco de recorrência e suas consequências, como também o risco do uso de drogas anticonvulsivantes.

Se o médico julgar necessário o início de uma medicação, é importante que seja elaborada uma estratégia clara sobre como será tomada a droga e o que o paciente fará se desenvolver efeitos colaterais ou continuar tendo crises.

Se um medicamento não funcionar, seja pelos efeitos colaterais ou porque não controla as crises, o médico pode sugerir medicamentos alternativos ou métodos alternativos de tomar a medicação.

    Pontos importantes no início do tratamento:
  • Crise focal ou generalizada;
  • Presença de comorbidades;
  • Idade;
  • Mulher em idade fértil;
  • Perfil de efeitos colaterais e interações medicamentosas;
  • Custo;
  • Preferir monoterapia.

Dependerá da etiologia da convulsão.

Crises secundárias, resolvendo/controlando a causa primária, tende a ter bom prognóstico.

Analisar cada caso de maneira individualmente.

Quando o diagnóstico de epilepsia é feito, pode ser emocionalmente difícil por uma série de razões. Podem ser assustadoras para o paciente, seus amigos e entes queridos. Dependendo de sua frequência e gravidade, as crises também podem interferir na sua capacidade de dirigir ou até mesmo trabalhar.

Os medicamentos anticonvulsivantes, às vezes, podem causar depressão. É orientado ao paciente relatar tudo durante a consulta. Sempre c onversar com o médico. Pode haver tratamentos, serviços ou estratégias que podem ajudá-lo a superar os obstáculos.

    Como reduzir as chances de novas convulsões?
  • Oriente o paciente a tomar seus medicamentos exatamente como indicado, nos momentos certos e nas doses certas;
  • Quaisquer efeitos secundários devem ser avisados ao médico. Dessa forma, será possível encontrar o melhor medicamento para o tratamento;
  • Importante não deixar a receita acabar;
  • Interromper o medicamento anticonvulsivo repentinamente pode ocasionar nova convulsão;
  • Os medicamentos anticonvulsivantes podem interagir com outros medicamentos. Misturá-los pode aumentar os efeitos colaterais ou fazê-los não funcionar tão bem;
  • Enquanto o paciente estiver tomando antiepiléptico, o médico deve ser consultado antes do início de qualquer novo medicamento;
  • Álcool deve ser evitado, pois aumenta o risco de convulsões e os efeitos colaterais dos medicamentos.

Autor(a) principal: Felipe Nobrega (Neurologia).

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