Definição:
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por arbovírus, sendo transmitida pela picada do inseto
Aedes aegypti
nas áreas urbanas e pelos mosquitos do gênero
Haemagogus
ou
Sabethes
nas áreas silvestres. Raramente é transmitida da gestante para o feto e existe o risco de transmissão no leite materno se a mãe receber a vacina durante a amamentação até o sexto mês de vida do bebê.
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Quanto tempo demora entre a entrada do vírus no organismo e o início de suas manifestações (período de incubação)?
Geralmente de 3-6 dias.
Como a febre amarela pode se manifestar?
Assintomática;
Quadro inicial com duração aproximada de 3 dias, que geralmente evolui para cura:
Febre alta;
Calafrios;
Dor de cabeça;
Dor muscular;
Dor nas costas;
Mal-estar;
Enjoo;
Vômitos;
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Uma minoria (10-15%) evolui com a forma grave depois de 2-3 dias do início do quadro com:
Retorno da febre com vômitos e sangramentos;
A pele e os olhos tornam-se amarelados (icterícia);
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Podem ficar desidratados, com sangramentos importantes, imunidade baixa, com comprometimento da consciência e falência de órgãos. Até 20-50% das pessoas que ficam em estado grave podem falecer.
Como é feito o diagnóstico da febre amarela?
História clínica e exame físico de criança não vacinada ou que recebeu vacina há menos de 30 dias em área afetada por febre amarela com quadro de até 1 semana de febre acompanhado por, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: calafrios, dor de cabeça, dor muscular, dor nas costas, mal-estar, enjoo, pele e/ou olhos amarelados e sangramento;
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Também podem ser feitos exames de sangue, para avaliar se há alterações no hemograma, no fígado e na coagulação, e de urina;
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Exames para detecção do vírus no sangue (RT-PCR) até o quinto dia do início do quadro ou anticorpos contra o vírus, após 5 dias.
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O que fazer se eu suspeitar que meu filho ou alguém da família está com febre amarela?
Procurar Serviço de Pronto Atendimento para avaliação clínica, na qual o médico avaliará qual é o melhor tratamento para o paciente e se é necessário fazer exames de sangue.
Quais são os sinais de gravidade que devem me fazer procurar ou levar meu filho imediatamente ao Serviço de Emergência?
Sonolência excessiva ou irritabilidade;
Redução do volume ou interrupção da eliminação de urina;
Pele ou olhos amarelados;
Dor abdominal intensa;
Urina "cor de coca-cola";
Sangramento em nariz, gengiva ou em outro local;
Tonteira;
Sensação de desmaio ou desmaio;
Vômitos que não param.
Como é o tratamento da febre amarela?
Não existe medicação específica contra a febre amarela. O tratamento é de suporte, ou seja, devemos aumentar a hidratação que a pessoa recebe, fornecer antitérmicos (contra a febre), analgésicos (contra a dor) e, se a pessoa piorar, ela pode ser internada para ajudar a corrigir os problemas que podem surgir, tais como desidratação, açúcar baixo no sangue e sangramentos;
É importante
evitar
o uso da Ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno e Naproxeno, pois aumentam o risco de sangramento.
Como os pacientes com febre amarela evoluem?
A maioria evolui para a cura. Uma minoria evolui de forma grave com necessidade de internação, e pode até haver casos fatais.
Como prevenir a febre amarela?
Vacinação
contra a febre amarela 10 dias antes de ir para área endêmica e a partir dos 9 meses de idade, sendo que o esquema de vacinação atual no Brasil consiste em dose única da vacina;
Por meio da
eliminação dos criadouros
do mosquito
Aedes Aegypti
, como: água parada em vasos de plantas, pratos de plantas, caixas d'água abertas, pneus, garrafas plásticas ou piscinas sem uso;
Por meio do
uso de repelentes e roupas
que minimizem a exposição da pele.
Para saber mais sobre o uso de repelentes, consulte o conteúdo específico;
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Usar
telas
contra mosquitos em janelas e portas;
É importante que as pessoas doentes também usem repelente, pelo menos, na primeira semana da doença para evitar que o mosquito as pique e transmita o vírus para outras pessoas por meio do mosquito.
Quais são os eventos adversos mais frequentes da vacina contra a febre amarela?
Manifestações alérgicas;
Manifestações da própria doença, ou seja, desenvolvimento de febre amarela.
Quais são as restrições para vacina contra febre amarela?
Como a vacina é feita com o vírus vivo enfraquecido (atenuado) e é cultivado em ovo de galinha, tem restrições para seu uso:
Crianças menores de 9 meses de idade;
P
essoas com choque anafilático relacionado a proteína do ovo;
Pessoas em quimioterapia/radioterapia;
Pessoas em tratamentos que comprometam a imunidade (imunossupressores);
Pessoas que vivem com HIV com contagem de CD4 menor que 350;
Pessoas portadoras de doenças autoimunes (desregulação do sistema imune);
Adiar a vacinação de gestantes, exceto em situações em que o risco é muito grande, se o médico liberar;
Mães que amamentam bebês < 6 meses devem interromper a amamentação por 10 dias, se vacinarem contra febre amarela;
Pessoas com > 60 anos de idade só podem ser vacinadas se um médico liberar sua vacinação.
Essas pessoas devem adotar medidas que minimizem o contato com o mosquito, como uso de repelentes, de roupas adequadas e de mosquiteiros. Além disso, deve-se intensificar o cuidado com a eliminação de criadouros dos mosquitos (como todos devem fazer, independentemente da condição de saúde).
Autoria principal:
Renata Carneiro da Cruz (Pediatria pela UERJ e SBP).
Revisão:
Gabriela Guimarães Moreira Balbi (Pediatria pela UFPR e Reumatologia Infantil pela UNIFESP).
Ministério da Saúde (BR). Febre amarela [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2024 [citado em 19 dez 2024].
Martins MM, Prata-Barbosa A, Cunha AJLA. Arboviral diseases in pediatrics. Jornal de Pediatria, 2020.
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Departamento Científico de Imunizações. Febre Amarela: Pediatria para famílias. Sociedade Brasileira de Pediatria. (Acessado em maio 20, 2021).
Sáfadi MAP, Kfouri RA, Jarovsky D. Perguntas frequentes sobre a Febre Amarela. Sociedade de Pediatria de São Paulo Departamento de Imunizações. (Acessado em maio 20, 2021).
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Febre amarela: guia para profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. 1a ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.