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Glaucoma Primário de Ângulo Aberto

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Definição: Doença do nervo óptico caracterizada por aumento da pressão intraocular em algum estágio, dano do nervo óptico e ângulo de drenagem aberto, podendo levar a perda de campo visual característica.

    Quais são as causas do glaucoma primário?
  • O processo do dano e a relação com a pressão intraocular é pouco entendida;
  • Múltiplos fatores estão envolvidos e o mecanismo é especulativo (lesão mecânica direta das fibras ou dano isquêmico por compressão de vasos que suprem a cabeça do nervo);
  • Diminuição do fluxo, interferindo na chegada de nutrientes; lesão oxidativa e imunomediada e de privação de fatores de crescimento neuronais;
  • Ocorre apoptose das células ganglionares retinianas;
  • Após a lesão inicial ocorre um remodelamento da cabeça do nervo óptico.
    Quais são os fatores de risco para o glaucoma primário?
  • Pressão intraocular aumentada;
  • História familiar de glaucoma;
  • Idade avançada;
  • Afrodescendentes;
  • Córnea fina;
  • Miopia;
  • Doença vascular.
    Quais são os sintomas?
  • Costuma ser assintomático até os estágios mais tardios;
  • Visão tubular e perda de fixação central ocorrem já na doença avançada.
    Como é feito o diagnóstico?
  • Exame oftalmológico completo (acuidade visual, avaliação pupilar, biomicroscopia, tonometria de aplanação, gonioscopia, fundoscopia);
  • Avaliar fatores de risco, uso crônico de esteroides, história de cirurgia refrativa;
  • Gonioscopia com ângulo aberto;
  • Paquimetria (afeta a PIO aparente);
  • Nervo óptico com alterações características na fundoscopia;
  • Campo visual computadorizado (só se altera após grande perda neuronal);
  • Documentação do nervo óptico;
  • A tomografia de coerência óptica.
    Como é feito o tratamento?
  • O tratamento inicial é normalmente feito com apenas uma droga, usualmente um análogo de prostaglandina ou um beta bloqueador;
  • A escolha do hipotensor depende de vários fatores (doenças, condição social, características do agente e efeitos colaterais);
  • Trabeculoplastia a laser pode ser usada em casos de intolerância à medicação, falha do tratamento ou não adesão;
  • O tratamento cirúrgico (trabeculectomia, cirurgias não penetrantes, implantes de drenagem e procedimentos ciclodestrutivos) pode ser opção na falha terapêutica, intolerância à medicação, na necessidade de 3 ou mais drogas e na piora progressiva, apesar do controle da pressão.

Autor(a) principal: Juliana Maria da Silva Rosa (Oftalmologia).

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