' Impetigo em Pediatria - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Impetigo em Pediatria

Voltar

Definição: Infecção cutânea localizada, causada por estafilococo ou estreptococo, caracterizada por lesão pustulosa/vesicular que evolui com crosta acastanhada (impetigo não bolhoso) ou lesão bolhosa transparente (impetigo bolhoso).

    Quais são os agentes causadores de impetigo?
  • Impetigo não bolhoso (mais de 70% dos casos): Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes;
  • Impetigo bolhoso: Staphylococcus aureus.
    Quais são as manifestações do impetigo NÃO bolhoso?
  • Após lesão da pele (escoriação, queimadura, picada de inseto, catapora, pediculose, abrasão ou laceração) na face ou extremidades, forma-se pústula ou vesícula, que evolui depois com crosta melicérica < 2 cm de diâmetro, com pouca ou nenhuma dor, e sem eritema ao redor, pode ser pruriginoso, geralmente há linfadenopatia satélite e, em metade dos casos, há leucocitose.
    Quais são as manifestações do impetigo bolhoso?
  • Secundária à infecção estafilocócica, forma-se bolha transparente e flácida principalmente na face, tronco, glúteos, genitália ou extremidades. Com a ruptura da bolha que é frágil, fica erosão na pele.
    Qualquer doença ou lesão que altere a barreira da pele, pode servir como fator de risco para se ter impetigo:
  • Dermatite atópica;
  • Lesões herpéticas;
  • Eczemas;
  • Prurigo estrófulo;
  • Escoriação;
  • Queimadura;
  • Picada de inseto;
  • Catapora;
  • Pediculose;
  • Abrasão ou laceração da pele.
    Como é feito o diagnóstico de impetigo?
  • O diagnóstico de impetigo é baseado nas manifestações clínicas.
    Como devemos tratar o impetigo?
  • Se forem poucas lesões, prescrever Mupirocina creme a 2%: passar fina camada nas lesões 2 a 3x/dia, por 10-14 dias (ou até as lesões desaparecerem);
  • Se houver lesões próximas a boca, furunculose, celulite pequena (que não for na face, nem próxima à articulação e não for em paciente < 2 anos de idade) prescrever Cefalexina 250 mg/5 mL solução oral ou 500 mg comprimido: 50-100 mg/kg/dia de 6/6 horas VO, por 7 dias (dose máxima: 1 g/dose). Se houver suspeita de CA-MRSA, prescrever Sulfametoxazol-trimetoprima 8 a 12 mg/kg/dia de 12/12 horas VO, por 7-14 dias;
  • Em caso de celulite em face, próxima de articulação ou extensa, abscesso ou linfadenite supurativa, prescrever Oxacilina 100 mg/kg/dia de 6/6 horas EV, por 14 dias, avaliar necessidade de prescrição concomitante de Vancomicina 60 mg/kg/dia de 6/6 horas EV, por 14 dias.
    Qual a importância da higiene no tratamento?
  • Os hábitos de higiene, como banho diário e manutenção de unhas limpas e cortadas, são fundamentais para a prevenção e tratamento do impetigo.
    Pessoas próximas ao paciente devem ser tratadas também?
  • Deve-se orientar o tratamento dos contatos íntimos do paciente para evitar recorrência da infecção.
    Quais as orientações sobre glomerulonefrite pós-estreptocócica?
  • Os pais dos pacientes com impetigo devem ser orientados a respeito dessa complicação pós-infecção por estreptococos;
  • A doença pode se iniciar de 18-21 dias após as lesões cutâneas e os pais devem ficar atentos a sinais e sintomas como inchaço (edema), febre, sangue na urina (hematúria) e redução do volume da urina (oligúria).
    Quais são as possíveis complicações do impetigo?
  • Celulite (vermelhidão intensa na pele, dor e inchaço);
  • Artrite séptica (febre alta, dor forte na articulação principalmente na movimentação e dificuldade para movimentar a articulação afetada);
  • Furúnculo (caroço/ nodulação avermelhada, inicialmente endurecido, que depois fica mole com ponto de fistulização ["olho"] por onde sai secreção);
  • Glomerulonefrite pós-estreptocócica (após 18-21 dias das lesões de pele, o paciente pode ter inchaço (edema), febre, sangue na urina (hematúria) e redução do volume da urina (oligúria).

O impetigo pode ser prevenido com higiene adequada como banho diário e manutenção de unhas limpas e cortadas.

Autor(a) principal: Dolores Silva (Pediatria pela UERJ).

Revisor(a): Renata Carneiro da Cruz (Pediatria pela UERJ e SBP). [cms-watermark]

    Equipe adjunta:
  • Gabriela Guimarães Moreira Balbi (Pediatria pela UFPR e Reumatologia Infantil pela UNIFESP).

Baddour LM. Impetigo [Internet]. Sexton DJ, Kaplan SL, Rosen T, et al, eds. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. (Acessed on July 11, 2019).

McDonald MI, Towers RJ, Andrews RM, et al. Low rates of streptococcal pharyngitis and high rates of pyoderma in Australian aboriginal communities where acute rheumatic fever is hyperendemic. Clin Infect Dis. 2006; 43:683.

Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014; 59:147.

Bass JW, Chan DS, Creamer KM, et al. Comparison of oral cephalexin, topical mupirocin and topical bacitracin for treatment of impetigo. Pediatr Infect Dis J. 1997; 6:708.

Oxford languages. Impetigo. Disponível em https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/. (Acesso em 19 mar 2021).

Whitebook. Drogas Pediátricas. 2021: Whitebook.

Kliegman RM, Stanton BF, St Geme JW, et al. Nelson textbook of Pediatrics. 20th ed. Philadelphia: Elsevier, 2016.