Introdução:
O paciente deve ser orientado, e reconhecer o seu papel sobre o controle dos fatores de risco cardiovasculares. Para isso, é necessário que fique claro sobre quais aspectos ele tem poder.
Fatores de Risco Não Modificáveis
Quais são os fatores que revelam a propensão maior ou não de um paciente a desenvolver o risco cardiovascular?
Idade:
A maioria dos eventos cardiovasculares ocorrem após os 65 anos;
Sexo masculino:
Homens têm maior risco de morte precoce do que mulheres. Após a menopausa, o risco cardiovascular das mulheres aumenta consideravelmente;
Hereditariedade e etnia:
Filhos de pais com doença cardiovascular manifesta possuem maior risco. Afro-americanos são mais propensos a terem hipertensão e assim, maior risco cardiovascular.
Fatores de Risco Modificáveis
Quais são os fatores que revelam a propensão maior ou não de um paciente a desenvolver o risco cardiovascular?
Pressão arterial:
Geralmente vem associada a outros fatores de risco relacionados ao estilo de vida (sobrepeso/obesidade, sedentarismo, tabagismo e dieta). Hipertensão aumenta consideravelmente o risco cardiovascular e é fortemente impactada pelas correções no estilo de vida;
Colesterol:
Os níveis de colesterol total são influenciados pela idade, sexo, hereditariedade e dieta. Quanto maior o nível de colesterol total, maior o risco cardiovascular. Porém, é de suma importância observar os níveis de triglicérides, HDL e LDL. Os níveis de HDL e triglicérides são fortemente relacionados aos exercícios físico e dieta;
Cigarro:
Fumar é um fator de risco independente. Quanto mais você fuma, maior é o seu risco. Existe uma relação direta. Fumantes passivos também possuem risco cardiovascular aumentado. Nunca é tarde para se parar de fumar;
Inatividade física:
Atividades físicas não programadas (caminhar até o trabalho, subir escadas, arrumar a casa) já causam algum benefício. Blocos de 10 minutos de atividade física moderada também já trazem benefícios. O importante é manter-se ativo, independente do exercício que se faça. Discuta com seu médico as melhores opções. O exercício físico atua positivamente sobre os níveis de pressão arterial, HDL, triglicérides, glicemia e peso. Atingir o mínimo de 75 minutos de atividade moderada a intensa por semana, ou 150 minutos de atividade leve a moderada;
Obesidade:
Causa e consequência de vários fatores de risco cardiovasculares. Eliminar 5% de peso já traz benefícios cardiovasculares. A redução de 5 kg pode gerar uma redução de até 30% sobre os níveis de pressão arterial;
Dieta:
O primeiro passo para melhorar a dieta é a redução do consumo de industrializados, açucares, refrigerantes e alimentos refinados (farinhas, principalmente). Dietas baixas em carboidratos, baixa gordura trans e hidrogenadas, hiperproteicas e hipocalóricas têm se mostrado grandes aliadas no controle do peso, hipertensão, diabetes e pré-diabetes, níveis de triglicérides e HDL;
Alcoolismo:
Excesso de álcool se relaciona a maiores níveis de pressão, cardiomiopatia, AVC e câncer. Além disso aumenta os níveis de triglicérides e causa ganho de peso. Pessoas que não bebem não devem ser orientadas a ingerir álcool para obterem benefícios cardiovasculares.
Atenção!
É vital que o paciente entenda que
é possível reduzir o risco cardiovascular
por meio do estilo de vida, especialmente controlando os fatores abaixo.
Fatores de Risco Associados
Quais são os fatores de risco associados?
Estresse:
Estudos recentes já confirmam a relação de altos níveis de estresse com maior risco cardiovascular. Além disso, alto nível de estresse se relaciona com maus hábitos, tais como o tabagismo, erros alimentares e alcoolismo;
Alcoolismo:
Excesso de álcool se relaciona a maiores níveis de pressão, cardiomiopatia, AVC e câncer. Além disso aumenta os níveis de triglicérides e causa ganho de peso. Pessoas que não bebem não devem ser orientadas a ingerir álcool para obterem benefícios cardiovasculares.
Autor(a) principal:
Victor Queiroz de Miranda (Medicina do Exercício e do Esporte).
Equipe adjunta:
Paula Cardoso Benayon (Medicina do Exercício e do Esporte).
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