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Abscesso Cerebral

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Prescrição Hospitalar

Orientações ao Prescritor

  • Antibioticoterapia por 4-8 semanas (variável de acordo com a etiologia e a gravidade).

Dieta e Hidratação

    1. Dieta oral livre, conforme aceitação, se paciente lúcido e orientado.
  • Variações de dieta de acordo com comorbidades;
  • Se paciente instável, optar por dieta zero e aporte calórico basal (~100 g de glicose).

2. Ringer lactato ~20 mL/kg/EV ou SF 0,9 % entre 20-30 mL/kg/dia EV, com variação de volume de acordo com a necessidade.

Antibioticoterapia Empírica

Escolha um dos esquemas:

    Esquema A: Abscesso cerebral decorrente de contiguidade a partir da cavidade oral, seios nasais ou otogênico: [cms-watermark] Associação:
    [cms-watermark]

    I. Metronidazol
    7,5 mg/kg (geralmente 500 g) EV de 8/8 horas.
    +
    II. Cefalosporina de 3 a /4 a geração.
    Opções para cefalosporinas de 3 a geração (II):
  • Ceftriaxona 2 g EV de 12/12 horas;
  • Cefotaxima 2 g EV de 4/4 horas;
  • Cefepima 2g EV de 8/8 horas.

    Esquema B: Abscesso cerebral decorrente de disseminação hematogênica. [cms-watermark] Associação:
    [cms-watermark]

    I. Metronidazol 7,5 mg/kg (geralmente 500 g) EV de 8/8 horas.
    +
    II. Cefalosporina de 3 a /4 a geração.
    +
    III. Glicopeptídeo.

    Opções para cefalosporinas de 3 a geração (II):
  • Ceftriaxona 2 g EV de 12/12 horas;
  • Cefotaxima 2 g EV de 4/4 horas;
  • Cefepima 2 g EV de 8/8 horas.
    Opções para glicopeptídeo (III):
  • Vancomicina 15-20 mg/kg/dose (não exceder 2 g por dose) EV de 8/8 a 12/12 horas para cobertura empírica de MRSA;
  • Teicoplanina (6-12 mg/kg) 400 mg EV de 12/12 horas por 3 doses (dose de ataque) seguidos de 400 mg EV/IM de 24/24 horas (dose de manutenção).

Esquema C: Abscesso cerebral em pós-operatório de neurocirurgia. [cms-watermark] Associação:

I. Glicopeptídeo.
+
II. Cefalosporina de 3 a /4 a geração ou Carbapenema.

    Opções para glicopeptídeo (I):
  • Vancomicina 15-20 mg/kg/dose (não exceder 2 g por dose) EV de 8/8 a 12/12 horas para cobertura empírica de MRSA;
  • Teicoplanina (6-12 mg/kg) 400 mg EV de 12/12 horas por 3 doses (dose de ataque) seguidos de 400 mg EV/IM de 24/24 horas (dose de manutenção).
    Opções para cefalosporinas de 3 a /4 a geração ou Carbapenema (II):
  • Ceftazidima 2 g EV de 8/8 horas;
  • Cefepima 2 g EV de 8/8 horas;
  • Meropenem 2 g EV de 8/8 horas;
  • Imipenem 500 mg ou 1 g EV de 6/6 horas.

Esquema D: Abscesso cerebral associado a trauma penetrante. [cms-watermark] Associação:

I. Glicopeptídeo.
+
II. Cefalosporina de 3 a /4 a geração.
+
III. Metronidazol 7,5 mg/kg (geralmente 500 g) EV de 8/8 horas, se houver acometimento de seios paranasais.
[cms-watermark]

    Opções para glicopeptídeo (I):
  • Vancomicina 15-20 mg/kg/dose (não exceder 2 g por dose) EV de 8/8 a 12/12 horas para cobertura empírica de MRSA;
  • Teicoplanina (6-12 mg/kg) 400 mg EV de 12/12 horas por 3 doses (dose de ataque) seguidos de 400 mg EV/IM de 24/24 horas (dose de manutenção).
    Opções para cefalosporinas de 3 a /4 a geração (II):
  • Ceftriaxona 2 g EV de 12/12 horas;
  • Cefotaxima 2 g EV de 4/4 ou 6/6 horas;
  • Cefepima 2 g EV de 8/8 horas, se houver suspeita de P. aeruginosa.

    Esquema E: Abscesso cerebral de origem desconhecida. A ssociação:

    I. Glicopeptídeo.
    +
    II. Cefalosporina de 3 a /4 a geração.
    +
    III. Metronidazol 7,5 mg/kg (geralmente 500 g) EV de 8/8 horas.

    Opções para glicopeptídeo (I):
  • Vancomicina 15-20 mg/kg/dose (não exceder 2 g por dose) EV de 8/8 a 12/12 horas para cobertura empírica de MRSA;
  • Teicoplanina (6-12 mg/kg) 400 mg EV de 12/12 horas por 3 doses (dose de ataque) seguidos de 400 mg EV/IM de 24/24 horas (dose de manutenção).
    Opções para cefalosporina de 3 a /4 a geração (II):
  • Ceftriaxona 2 g EV de 12/12 horas;
  • Cefotaxima 2 g EV de 4/4 ou 6/6 horas;
  • Cefepima 2 g EV de 8/8 horas, se houver suspeita de P. aeruginosa.

Esquema F: Transplantados: Associação:
[cms-watermark]
I. Esquemas anteriores citados conforme apresentação clínica.
+
II. Voriconazol 6 mg/kg EV de 12/12 horas por 24 horas (dose de ataque) seguidos de 4 mg/kg EV 12/12 horas.
+
III. SMX-TMP 20 mg/kg/dia EV divididos em 6/6 ou 12/12 horas. [cms-watermark]

Profiláticos e Sintomáticos

    1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor ou febre ≥ 37,8 °C. Escolha uma das opções:
  • Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
  • Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
  • Dipirona sódica 500-1.000 mg VO até de 4/4 horas;
  • Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
    2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
  • Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV diluídos em água destilada até de 8/8 horas;
  • Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
  • Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
  • Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
  • Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
    3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
  • Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas pela manhã;
  • Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas em jejum;
  • Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.
    4. Profilaxia para TVP:
  • Enoxaparina (100 mg/mL) 0,5 mg/kg SC 1x/dia (ajuste para doença renal);
  • Se contraindicação: Compressor pneumático de membros inferiores. [cms-watermark]

Cuidados

  1. Glicemia capilar de 2/2 horas. Em seguida, usar intervalos maiores ou mesmo avaliar necessidade de novas mensurações. [cms-watermark]
  2. Glicose hipertônica 25% 50 mL VO/SNE/EV em caso de HGT < 60 mg/dL.
  3. Passar cateter vesical de demora e medir diurese (alvo: > 1 mL/kg/hora).
  4. Cabeceira do leito elevada a 30º.
  5. Acesso venoso periférico salinizado.
  6. Sinais vitais de 4/4 horas. [cms-watermark]

Outras Informações

Autoria principal: Rafael Silva Duarte (Medicina e Microbiologia).

Revisão: Raíssa M. Perlingeiro (Infectologia e mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infectoparasitárias pelo INI/FIOCRUZ).

    Equipe adjunta:
  • Isabel Cristina Melo Mendes (Infectologia).

Bodilsen J, Brouwer MC, van de Beek D, et al. Partial oral antibiotic treatment for bacterial brain abscess: an open-label randomized non-inferiority trial (ORAL). Trials. 2021; 22(1):796.

Brouwer MC, Coutinho JM, van de Beek D. Clinical characteristics and outcome of brain abscess: systematic review and meta-analysis. Neurology. 2014; 82(9):806-13.

Brouwer MC, Tunkel AR, McKhann GM 2nd, et al. Brain abscess. N Engl J Med. 2014; 371(5):447-56.

Simjian T, Muskens IS, Lamba N, et al. Dexamethasone administration and mortality in patients with brain abscess: a systematic review and meta-analysis. World Neurosurg. 2018; 115:257-263.

Sonneville R, Ruimy R, Benzonana N, et al. An update on bacterial brain abscess in immunocompetent patients. Clin Microbiol Infect. 2017; 23(9):614-620.

Tunkel AR, Wispelwey B, Scheld WM. Brain abscess. In: Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ. Mandell, Douglas & Bennett's Principles and Practices of Infectious Diseases. 8th ed. Philadelphia: Elsevier, 2014.

Widdrington JD, Bond H, Schwab U, et al. Pyogenic brain abscess and subdural empyema: presentation, management, and factors predicting outcome. Infection. 2018; 46(6):785-792.