Conteúdo copiado com sucesso!

Abscesso Pulmonar

Voltar

Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

  • Uma vez obtido o controle do quadro com a antibioticoterapia venosa, havendo tolerância da via enteral, seguir o tratamento com antibióticos orais até completar 4 semanas.

Tratamento Farmacológico

    1. Antibioticoterapia: Escolha uma das opções:
  • Clindamicina (medicação de escolha) 600 mg VO de 8/8 horas;
  • Amoxicilina + clavulanato 875/125 mg VO de 12/12 horas;
  • Levofloxacino 500-750 mg VO de 24/24 horas;
  • Moxifloxacino 400 mg VO de 24/24 horas.

Prescrição Hospitalar

Dieta e Hidratação

  1. Dieta oral livre , conforme aceitação e condições clínicas:
    • No caso de rebaixamento do nível de consciência, prescrever dieta enteral por sonda nasoentérica. [cms-watermark]
  2. Hidratação venosa 30-40 mL/kg/dia com base nos parâmetros hemodinâmicos e na necessidade diária básica:
    • Glicose hipertônica a 50% 200 mL distribuídos nos frascos de soro fisiológico (SF) a 0,9%, ao longo das 24 horas (quando jejum prolongado). [cms-watermark]

Tratamento Farmacológico

Escolha um dos esquemas:

    Esquema A: Tratamento empírico com monoterapia: Escolha uma das seguintes opções:
  • Clindamicina (tratamento de escolha) 600 mg EV de 8/8 horas, seguidos de 150-300 mg VO de 6/6 horas; [cms-watermark]
  • Amoxicilina + clavulanato 1 g EV de 8/8 horas (principal alternativa à clindamicina, especialmente se guiada por resultados de cultura e antibiograma); [cms-watermark]
  • Ampicilina + sulbactam 2 g EV 6/6 horas;
  • Meropenem 1-2 g EV de 8/8 horas;
  • Moxifloxacino 400 mg EV 1x/dia, seguidos de 400 mg VO 1x/dia;
  • Piperacilina + tazobactam 4,5 g EV a cada 6 ou 8 horas.

Esquema B: Tratamento empírico: Associação:

I. Clindamicina 600 mg EV de 8/8 horas, seguidos de 150-300 mg VO de 6/6 horas.
+
II. Cefalosporina de 2 a ou 3 a gerações.

    Opções de Cefalosporinas (II):
  • Cefuroxima 1,5 g EV a cada 8 ou 12 horas;
  • Cefoxitina 1 g EV a cada 6 ou 8 horas;
  • Ceftriaxona 1 g EV de 12/12 horas;
  • Ceftazidima 1 g de 8/8 horas.

Profiláticos e Sintomáticos

    1. Analgésico e antitérmico: Em caso de dor ou febre ≥ 37,8 °C. Escolha uma das seguintes opções:
  • Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
  • Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
  • Dipirona sódica 500-1.000 mg VO até 4/4 horas;
  • Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
    2. Antiemético: Em caso de náuseas e/ou vômito. Escolha uma das seguintes opções:
  • Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluídos em água destilada, até de 8/8 horas;
  • Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
  • Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
  • Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
  • Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
    3. Proteção gástrica: Escolha uma das seguintes opções:
  • Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
  • Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
  • Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.

Cuidados

  1. Manter fisioterapia e drenagem postural.
  2. Necessário fazer controle radiológico e cerca de duas consultas de retorno durante o tratamento, para avaliar imagem e estado geral e, eventualmente, prorrogar antibioticoterapia ou avaliar tratamento cirúrgico.
  3. Diferente da pneumonia adquirida na comunidade (PAC), a melhora clínica do abscesso pulmonar pode demorar de 7 a 10 dias:
    • Isso não denota falha terapêutica; [cms-watermark]
    • Acompanhar estado geral e marcadores inflamatórios;
    • Se clinicamente estável, PCR em queda, mas ainda apresentando febre nos primeiros 7 a 10 dias, não é necessário mudar o tratamento ou ampliar o espectro da medicação. [cms-watermark]
  4. Avaliação cirúrgica é indicada principalmente para abscessos pulmonares grandes (acima de 6 cm) e com pouca resposta ao tratamento.

Outras Informações

Autoria principal: Caio C. B. de Castro (Cirurgia Torácica).

    Revisão:
  • Fernanda Oliveira (Clínica Médica e Pneumologia);
  • Matheus Meira (Cirurgia do Aparelho Digestivo e Videolaparoscopia);
  • Aluisio Reis (Cirurgia Torácica).

Kuhajda I, Zarogoulidis K, Tsirgogianni K, et al. Lung abscess-etiology, diagnostic and treatment options. Ann Transl Med. 2015; 3(13):183.

Figueiredo MRG, Alencar RF, Junio GNM. Abscesso pulmonar: perfil microbiológico e tratamento clínico. Pulmão. 2014; 23(3):22-27.

Agasthian T. Results of surgery for bronchiectasis and pulmonary abscesses. Thorac Surg Clin. 2012; 22(3):333-344.

Wali SO. An update on the drainage of pyogenic lung abscesses. Ann Thorac Med. 2012; 7(1):3-7.

Sancho LMM. Supurações pulmonares. In: Gama Rodrigues JJ, Machado MCC, Rasslan S. Clínica Cirúrgica. São Paulo: Manole; 2008. 304-306.

Polenakovik H, Burdette SD, Polenakovik S. Moxifloxacin is efficacious for treatment of community-acquired lung abscesses in adults. Clin Infect Dis. 2005; 41(5):764-765.

Bartlett JG. Lung abscess. [Internet]. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. (Accessed on April 30, 2024).