Conteúdo copiado com sucesso!

Acrodermatite Crônica Atrofiante

Voltar

Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

  • A resposta ao tratamento na fase edematosa inicial pode evitar a evolução para a fase atrófica;
  • Na fase atrófica, recomenda-se o tratamento para erradicar o agente, mas a resposta clínica, em geral, é mais discreta;
  • A antibioticoterapia sistêmica é a base do tratamento;
  • As orientações terapêuticas descritas abaixo são baseadas na revisão sistemática de guidelines europeus e americanos realizada em 2021, que utilizou guidelines baseados em estudos de coorte;
  • O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível para prevenir dano cutâneo irreversível.

Tratamento Farmacológico – Antibioticoterapia Sistêmica

Escolha um dos esquemas abaixo.

    Esquema A: Antibióticos de primeira escolha. Escolha uma das opções:
  • Doxiciclina (geralmente disponível no SUS) (100 mg/comprimido): 1 comprimido VO de 12/12 horas por 21-28 dias;
  • Amoxicilina (geralmente disponível no SUS) (500 mg/comprimido): 1 comprimido VO de 8/8 horas por 21-28 dias;
  • Axetilcefuroxima (250 ou 500 mg/comprimido): 500 mg VO de 12/12 horas por 21-28 dias.

    Esquema B: Antibiótico alternativo em caso de contraindicação à Doxiciclina e aos betalactâmicos: [cms-watermark]
  • Azitromicina (500 mg/comprimido): 1 comprimido VO 1x/dia por 21-28 dias. [cms-watermark]

    Esquema C: Antibióticos indicados se associação com sintomas neurológicos. Escolha uma das opções:
  • Ceftriaxona (500 ou 1.000 mg pó para solução injetável): 2 g EV 1x/dia por 21-28 dias;
  • Cefotaxima (500 ou 1.000 mg pó injetável): 2 g EV de 8/8 horas por 21-28 dias;
  • Penicilina G (1.000.000 U pó para solução injetável): 3.000.000 ou 4.000.000 EV de 4/4 horas por 21-28 dias.

Profilaxia

1. Intervenções precoces são fundamentais, pois a transmissão ocorre principalmente após [cms-watermark] 36 a 48 horas de contato do carrapato com a pele.

    2. Prevenção do contato prolongado com o carrapato:
  • Uso de repelentes à base de DEET, Icaridina ou IR3535, entre outros. Aplicar na pele em áreas expostas ou diretamente na roupa (nunca aplicar sob a roupa);
  • Aplicação de produtos à base de Permetrina 0,5% spray nas roupas ou uso de tecidos impregnados com Permetrina;
  • Preferir roupas claras e soltas (facilitam a visualização do carrapato aderido à roupa), com mangas e calças compridas, colocando as calças por dentro das meias;
  • Procurar carrapatos no corpo após realizar atividades ao ar livre;
  • Outras medidas que podem auxiliar:
    • Procurar carrapatos em animais de estimação;
    • Lavar roupas com água quente ou deixá-las na secadora por 10-60 minutos;
    • Após atividades ao ar livre, tomar banho em até 2 horas.
    3. Remoção de carrapatos aderidos à pele:
  • Utilizar uma pinça de ponta fina, posicionando-a entre a pele e o carrapato;
  • No ponto de contato mais próximo da pele, comprimir a boca do carrapato com firmeza e puxá-lo para cima;
  • É contraindicado o uso de substâncias tóxicas ou calor para matar o carrapato, pelo risco de aumentar a taxa de transmissão.
    4. Antibioticoterapia profilática:
  • Doxiciclina 200 mg em dose única é indicada em casos de alto risco de transmissão ( todos os três itens abaixo devem estar presentes ):
    • Área altamente endêmica;
    • Carrapato identificado da espécie Ixodes spp. ;
    • Tempo de contato do carrapato prolongado (superior a 36 horas).

Outras Informações

Autoria principal: Jaqueline Barbeito de Vasconcellos (Dermatologia).

    Revisão:
  • Cecília Victer (Dermatologia);
  • Mariana Santino (Dermatologia);
  • Marselle Codeço (Dermatologia).

Azulay RD, Azulay-Abufalia L, Azulay DR. Azulay Dermatologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2022.

Nguala S, Baux E, Patrat-Delon S, et al. Methodological Quality Assessment with the AGREE II Scale and a Comparison of European and American Guidelines for the Treatment of Lyme Borreliosis: A Systematic Review. Pathogens. 2021; 10(8):972.

Lebwohl MG, Heymann WR, Coulson IH, et al. Treatment of Skin Disease: Comprehensive Therapeutic Strategies. 6th ed. Philadelphia: Elsevier; 2022.

Mushtaq A, Kazi F. New guidelines for Lyme disease diagnosis. Lancet Infect Dis. 2021; 21(2):173.

Ogrinc K, Maraspin V, Lusa L, et al. Acrodermatitis chronica atrophicans: clinical and microbiological characteristics of a cohort of 693 Slovenian patients. J Intern Med. 2021; 290(2):335-48.

Lantos PM, Rumbaugh J, Bockenstedt LK, et al. Clinical Practice Guidelines by the Infectious Diseases Society of America (IDSA), American Academy of Neurology (AAN), and American College of Rheumatology (ACR): 2020 Guidelines for the Prevention, Diagnosis and Treatment of Lyme Disease. Clin Infect Dis. 2021; 72(1):e1-e48.

Cardoso AEC, Cardoso AEO, Talhari C, et al. Update on parasitic dermatoses. An Bras Dermatol. 2020; 95(1):1-14.

Kullberg BJ, Vrijmoeth HD, van de Schoor F, et al. Lyme borreliosis: diagnosis and management. BMJ. 2020; 369:m1041.

Gocko X, Lenormand C, Lemogne C, et al. Lyme borreliosis and other tick-borne diseases. Guidelines from the French scientific societies. Med Mal Infect. 2019; 49(5):296-317.

Kang S, Amagai M, Bruckner AL, et al. Fitzpatrick's Dermatology. 9th ed. New York: McGraw Hill Education; 2019.

Bolognia JL, Schaffer JV, Cerroni L et al. Dermatology. 4th ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2018.

Florens N, Lemoine S, Guebre-Egziabher F, et al. Chronic Lyme borreliosis associated with minimal change glomerular disease: a case report. BMC Nephrol. 2017; 18(1):51.

Lenormand C, Jaulhac B, Debarbieux S, et al. Expanding the clinicopathological spectrum of late cutaneous Lyme borreliosis (acrodermatitis chronica atrophicans [ACA]): A prospective study of 20 culture- and/or polymerase chain reaction (PCR)-documented cases. J Am Acad Dermatol. 2016; 74(4):685-92.

Zajkowska J, Czupryna P, Pancewicz SA, et al. Acrodermatitis chronica atrophicans. Lancet Infect Dis. 2011; 11(10):800.

Santos M, Haddad Jr V, Ribeiro-Rodrigues R, et al. Borreliose de Lyme. An Bras Dermatol. 2010; 85(6):930-8.