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Agitação Psicomotora na Emergência

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Prescrição Hospitalar

Orientação ao Prescritor

    Ao se deparar com um paciente agitado, o médico e a equipe de saúde devem se preparar: [cms-watermark]
  • Perceber pequenos indícios de agitação leve, mas que podem facilmente escalonar para quadros mais graves e abordá-los;
  • O atendimento precisa ser realizado em equipe, e o reforço para ajuda extra deve ser de fácil acesso; [cms-watermark]
  • A abordagem deve ser conduzida por um membro da equipe; [cms-watermark]
  • O paciente agitado deve ser separado dos demais pacientes e/ou de outras pessoas próximas; [cms-watermark]
  • O ambiente em que o paciente se encontra deve estar livre de objetos que possam ser usados para agredir os outros ou a si; [cms-watermark]
  • O médico e a equipe de saúde devem permanecer próximos à porta ou de uma saída; [cms-watermark]
  • Tentar estabelecer a causa do quadro (inclusive causas orgânicas) e possíveis gatilhos para o seu agravamento; [cms-watermark]
  • Avaliar as medicações ou substâncias ingeridas nas últimas 24 horas; [cms-watermark]
  • Durante a abordagem verbal ao paciente, tranquilizá-lo ou distraí-lo;
  • Evitar interromper o paciente ou criticá-lo e não mentir para ele.
    Processo durante o atendimento:
  • Tentar criar um vínculo enquanto respeita o espaço pessoal do paciente; [cms-watermark]
  • Explicar que não será tolerada a violência, mas não o fazer em tom de desafio;
  • Tranquilizar e procurar identificar emoções e desejos ou oferecer escuta empática;
  • Ouvir o que o paciente tem a dizer;
  • Oferecer medicação por via oral (VO).

Se nada até aqui surtir efeito e houver um escalonamento do quadro, proceder a contenção mecânica + química ao mesmo tempo em que explica o que acontecerá. [cms-watermark]

    Orientações gerais:
  • Para a contenção química, a via de preferência é sempre a oral. A via endovenosa (EV) deve ser evitada pelo maior risco de efeitos colaterais; [cms-watermark]
  • Não utilizar Diazepam por via intramuscular (IM) por conta da sua distribuição errática;
  • Para pacientes com agitação por síndrome de abstinência, benzodiazepínicos são a medicação de escolha;
  • Em pacientes com intoxicação alcoólica, lembrar-se de que o uso concomitante de benzodiazepínicos aumenta o risco de depressão respiratória;
  • Em idosos, evitar benzodiazepínicos e preferir antipsicóticos atípicos em doses baixas;
  • Não há estudos que endossem o uso de benzodiazepínicos em monoterapia VO. A recomendação é usar em associação a antipsicóticos. [cms-watermark]

Dieta e Hidratação

  1. Dieta zero.
  2. Acesso venoso salinizado.

Tratamento Farmacológico

Escolher uma dose por classe conforme a necessidade clínica e "Orientações ao Prescritor":

    Classe A: Benzodiazepínicos. Escolha uma das opções:
  • Clonazepam 2 mg VO (dose máxima: 8 mg/dia);
  • Diazepam 5 mg VO (dose máxima: 30 mg/dia);
  • Lorazepam 1 mg VO (dose máxima: 4 mg/dia); [cms-watermark]
  • Midazolam 1 5 mg IM (dose máxima: não há).

    Classe B: Antipsicóticos típicos. Escolha uma das opções:
  • Haloperidol 1,5-5 mg VO ou 5 mg IM (dose máxima: 30 mg/dia);
  • Clorpromazina 25-50 mg VO ou 25 mg IM. Se necessário, repetir em 1 hora e, depois, a cada 4-6 horas (dose máxima: 200 mg/dia).

    Classe C: Antipsicóticos atípicos. Escolha uma das opções:
  • Risperidona 1-2 mg VO (dose máxima: 6 mg/dia);
  • Olanzapina 5 mg VO (dose máxima: 20 mg/dia).
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Tratamento Não Farmacológico

As intervenções não medicamentosas são a primeira escolha. A contenção química deve ser a última conduta.

    Descalonamento verbal: Consiste na combinação de estratégias verbais e não verbais para acalmar o paciente: [cms-watermark]
  • Respeitar o espaço individual do paciente;
  • Usar linguagem apropriada (concisa e clara, com tom de voz calmo);
  • Evitar movimentos bruscos e contato visual;
  • Evitar comentários que possam ser entendidos como provocações;
  • Identificar as causas da agressividade, ouvindo com atenção o que o paciente fala;
  • Evitar ao máximo discordar do paciente;
  • Estabelecer regras e limites claros;
  • Acolher e mostrar preocupação com o bem-estar do paciente (pode ser oferecendo água, comida, cobertor).
    Contenção física:
  • Usada quando há falha no descalonamento verbal;
  • Precisa ser feita por equipe treinada, em que cada membro saiba previamente [cms-watermark] o que fazer;
  • O ideal é que haja cinco pessoas para a imobilização: cada uma fica responsável por um membro (braço e perna), e o coordenador segura a cabeça e evita traumas cranianos;
  • Importante garantir que o paciente seja informado sobre o que acontecerá;
  • Conter com faixas específicas para imobilização;
  • Não usar as faixas em locais que possam comprimir nervos e vasos;
  • O paciente deve ficar em decúbito dorsal e com a cabeceira da cama elevada;
  • Monitorar sinais vitais a cada 15 a 30 minutos e fazer reavaliação psiquiátrica a cada 30 minutos;
  • Manter a contenção até que o paciente esteja mais calmo ou a medicação tenha surtido efeito;
  • A contenção mecânica sempre deve ser seguida de contenção química.