Orientações ao Prescritor
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Como o único parâmetro fidedigno da resposta inicial à antibioticoterapia é a melhora clínica (melhora ou resolução do processo inflamatório intra-articular), não se deve fazer o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou corticoide em pacientes com artrite séptica, uma vez que promovem rápida resolução dos sinais cardinais de inflamação;
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Caso seja necessário o controle sintomático, dar preferência para analgésicos comuns ou analgésicos opioides.
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Deve-se realizar a artrocentese diária para drenagem do conteúdo purulento (até melhora em seu aspecto) da articulação. Abordagens cirúrgicas abertas ou artroscópicas raramente são necessárias. Análises seriadas do líquido sinovial devem ser realizadas e devem demonstrar esterilização do líquido e diminuição da contagem global de leucócitos no decorrer do tratamento;
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A drenagem cirúrgica é indicada nas seguintes situações: drenagem adequada não pode ser realizada por artrocentese ou artroscopia; suspeita de trauma penetrante com corpo estranho residual; preocupação com abscesso adjacente; articulações axiais profundas, como esternoclavicular e sacroilíaca;
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Como a artrite gonocócica é uma infecção sexualmente transmissível (IST), é fundamental solicitar sorologias para outras ISTs (HIV, HBV, HCV e sífilis), além de realizar o tratamento empírico para
Chlamydia trachomatis;
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Até a confirmação do diagnóstico de artrite gonocócica e teste de sensibilidade, deve-se manter tratamento empírico para causas de artrite séptica não gonocócica. Para mais informações, acesse Artrite séptica não gonocócica.
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Dieta e Hidratação
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Dieta oral livre (ajustar para comorbidades), conforme aceitação.
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Hidratação venosa:
Com base nos parâmetros hemodinâmicos e na cota básica:
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SF 0,9%
~30-40 mL/kg EV em 24 horas. Atenção à necessidade de reposição de eletrólitos (K
+
, Mg
2+
).
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Tratamento Farmacológico
1.
Tratamento em enfermaria:
Associação:
I.
Ceftriaxona
1 g EV de 24/24 horas, por 7-14 dias (para considerações sobre troca para regimes VO e IM, acesse a Abordagem Completa).
+
II.
Tratamento empírico de uretrite/cervicite por
Chlamydia trachomatis
.
Opções de tratamento empírico de uretrite/cervicite por
Chlamydia trachomatis
(
II)
:
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Azitromicina
1 g VO dose única
;
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Doxiciclina
100 mg de 12/12 horas, por 7 dias.
Profiláticos e Sintomáticos
1.
Analgésico e antitérmico:
Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C.
Escolha uma das opções:
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Dipirona sódica
(500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
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Dipirona sódica
gotas
(500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
-
Dipirona sódica
500-1.000 mg VO até de 4/4 horas;
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Paracetamol gotas
(200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
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Paracetamol
500-750 mg VO até de 6/6 horas.
2.
Analgésicos opioides:
Se dor refratária ao uso de analgésicos comuns. Evitar AINEs e corticoide.
Escolha uma das opções:
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Codeína
30 mg VO de 6/6 horas;
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Tramadol
50-100 mg V0 de 6/6 horas;
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Tramadol
(50 mg/mL) 50-100 mg EV de 6/6 horas;
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Morfina
10 mg VO de 4/4 horas;
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Morfina
(10 mg/mL) diluir 1 mL em 9 mL de SF 0,9% (concentração final: 1 mg/mL). Fazer 0,1 mg/kg EV como ataque e 0,05 mg/kg EV de 4/4 horas;
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Para equivalência de dose com outros opioides, consulte a calculadora específica.
3.
Antiemético:
Se presença de náuseas e/ou vômitos.
Escolha uma das opções:
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Metoclopramida
(10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluídos em água destilada, até de 8/8 horas;
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Metoclopramida
(4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
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Metoclopramida
10 mg VO de 8/8 horas;
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Bromoprida
(10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
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Bromoprida
(4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
4.
Proteção gástrica:
Escolha uma das opções:
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Omeprazol
(40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
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Pantoprazol sódico
20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
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Pantoprazol sódico
(40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.