Orientações ao Prescritor
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O tratamento de primeira linha é feito com AINEs por, no mínimo, 4 semanas. Se a resposta for inadequada, trocar por outro AINE por período semelhante;
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Na artrite psoriásica, deve-se atentar para a possibilidade de reativação cutânea com o uso de AINEs e corticoides;
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Caso o BASDAI se mantenha > 4 ou ASDAS se mantenha > 2,1 em uso de AINEs, o emprego de biológicos está indicado. Os anti-TNF ou os anti-IL17 são as primeiras escolhas, assim como os inibidores de JAK (após avaliação de risco):
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Os anti-IL23 (Guselcumabe e Risanquizumabe) também surgiram recentemente como uma opção terapêutica, porém estudos direcionados para o acometimento axial estão em andamento. Dessa forma, não está entre as opções de primeira linha e não foi incluído nas recomendações.
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A presença de lesões cutâneas graves de psoríase indica o uso preferencial de anti-IL17A (Secuquinumabe ou Ixequizumabe) ou anti-IL-23 (Guselcumabe e Risanquizumabe), já que estes demonstraram melhor resposta no domínio cutâneo, quando comparados aos anti-TNF;
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Na ausência de resposta, considerar troca entre biológicos;
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Na presença de doença inflamatória intestinal
ou uveíte, preferir os anti-TNF monoclonais;
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Cuidados com o uso de AINEs:
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Em pacientes com idade mais avançada, os AINEs devem ser prescritos com cautela, dado o risco de aumento de eventos adversos e de eventos cardiovasculares;
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Não devem ser usados por pacientes com doença renal crônica pelo risco de piora da função renal;
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A associação a inibidores de bomba de prótons reduz a incidência de doença ulcerosa péptica pelo AINE.
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Regras práticas para início de biológicos e MMCD sintéticos alvo específicos:
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Sempre checar as contraindicações para o uso de cada um dos medicamentos biológicos/inibidores de JAK;
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Todo paciente deve ser rastreado para infecções com sorologias para HIV, HBV, HCV e sífilis, bem como para tuberculose, através da história de contato com bacilífero, radiografia de tórax e PPD/IGRA;
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Todo paciente deve ser vacinado conforme as recomendações vigentes. Vacinas com vírus vivos devem ser indicadas com cautela e preferencialmente antes do início da imunossupressão; como regra geral, devem ser evitadas;
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Realizar o rastreamento neoplásico indicado para a idade;
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Exames para o início de tratamento:
Hemograma
, VHS
, PCR
, creatinina, TGO
, TGP
, FA, GGT;
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Anti-TNF:
Risco aumentado de reativação de tuberculose latente e infecções graves;
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Anti-IL17A:
Risco aumentado de candidíase mucocutânea;
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Inibidores de JAK:
Risco aumentado de herpes-zóster e dislipidemia e possível associação com trombose, eventos cardiovasculares (usar com cautela, uma vez que os pacientes com psoríase frequentemente apresentam alto risco cardiovascular) e neoplasias (especialmente câncer de pulmão e linfoma).
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas a seguir.
Esquema A:
AINEs
: Pacientes virgens de tratamento. Usar doses máximas, sob demanda, por no mínimo 4 semanas. Se a resposta for inadequada, trocar por outro AINE por período semelhante. Escolha uma das opções:
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Diclofenaco
25-50 mg VO de 8/8 horas;
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Cetoprofeno
25-50 mg de 8/8 horas ou de 6/6 horas;
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Meloxicam
7,5-15 mg VO de 24/24 horas;
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Naproxeno
500 mg VO de 12/12 horas;
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Ibuprofeno
600 mg VO de 6/6 horas;
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Indometacina
50 mg VO de 8/8 horas;
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Celecoxibe
200 mg VO de 12/12 horas ou de 24/24 horas.
Esquema B:
Anti-TNF:
Pacientes refratários ao uso de AINEs. Escolha uma das opções:
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Infliximabe
5 mg/kg EV; indução nas semanas 0, 2 e 6. Seguida de uma dose a cada 8 semanas;
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Etanercepte
50 mg/semana SC;
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Adalimumabe
40 mg SC a cada 2 semanas (em caso de atividade cutânea, ver dose de indução no tema específico);
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Golimumabe
50 mg SC a cada 4 semanas;
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Certolizumabe pegol
indução com 200 mg SC nas semanas 0, 2 e 4. Seguida de manutenção com 200 mg SC a cada 2 semanas
ou
400 mg SC a cada 4 semanas.
Esquema C:
Anti-IL17A:
Pacientes refratários ao uso de AINEs. Escolha uma das opções:
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Secuquinumabe
indução com 150 mg SC nas semanas 0, 1, 2, 3 e 4. Seguida de manutenção com 150 mg SC, a cada 4 semanas. Em caso de resposta inadequada, pode-se considerar o aumento para 300 mg SC a cada 4 semanas (essa dose também deve ser considerada para pacientes com lesões cutâneas moderadas a graves ou com falha prévia aos anti-TNF);
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Ixequizumabe
indução com 160 mg SC (2 canetas de 80 mg) na semana 0. Seguida de manutenção com 80 mg SC a cada 4 semanas.
Esquema D:
Inibidor de JAK:
Pacientes refratários ao uso de AINEs:
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Tofacitinibe
5 mg VO de 12/12 horas;
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Upadacitinibe
15 mg VO de 24/24 horas.
Esquema E: Anti-IL23:
Pacientes refratários ao uso de AINEs e outros MMCD biológicos (anti-TNF alfa e anti-IL17), com acometimento cutâneo importante (não é medicamento de primeira escolha para tratamento do quadro axial; estudos em andamento para avaliar melhor a eficácia):
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Guselcumabe
100 mg SC nas semanas 0 e 4. Seguido de 100 mg SC a cada 8 semanas.
Observação!
Considerar descontinuação caso o paciente não apresente melhora com 16 semanas;
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Risanquizumabe
150 mg SC nas semanas 0 e 4, seguido de 150 mg SC a cada 12 semanas.