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Controle da Dor em Cuidados Paliativos

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Prescrição Ambulatorial/Hospitalar

Orientações ao Prescritor

    Cuidados no uso dos AINEs:
  • A prescrição de AINEs deve levar em conta o perfil de risco para eventos adversos gastrointestinais (idoso, história de úlcera péptica, uso de corticoide sistêmico, uso de anticoagulantes) e cardiovasculares (angina estável, doença arterial periférica, antecedentes de AVE, revascularização arterial e síndrome coronariana aguda);
  • Recomenda-se a utilização da dose eficaz mais baixa durante o menor período e combinação do tratamento com um agente gastroprotetor (IBP ou antagonistas H2 de dose elevada), particularmente para pacientes de alto risco de sangramento;
  • Dar preferência ao inibidor de COX-2 (ex.: Celecoxibe).
    Cuidados no uso de medicamentos adjuvantes: Fazem parte de todos os degraus da escada analgésica da Organização Mundial da Saúde (OMS): [cms-watermark]
  • Anticonvulsivantes: F ármacos de primeira linha pra dor neuropática. Inicia-se com doses baixas, titulando progressivamente, particularmente em idosos:
    • Gabapentina e Pregabalina: Iniciar com doses mais baixas e aumentar gradativamente para minimizar efeitos colaterais (a sonolência é frequente no início). Primeira escolha para dor neuropática;
    • Carbamazepina: Primeira escolha na neuralgia do trigêmeo. Interage com opioides e reduz o potencial analgésico.
  • Corticoides: Eficaz para dor óssea, dor neuropática por infiltração ou compressão de estruturas neurais, cefaleia por aumento da pressão intracraniana, artralgia e dor por obstrução intestinal, ureteral:
    • No ato da prescrição, já planejar a retirada o mais breve possível;
    • Considerar protetor gástrico em pacientes de alto risco;
    • Em razão da ação euforizante central, administrar preferencialmente pela manhã (após alguma refeição). [cms-watermark]
  • Antidepressivos: Bons para dor neuropática e para pacientes com ansiedade, insônia ou depressão associadas:
    • Não há diretrizes para a seleção de medicamentos. Escolher de acordo com as comorbidades e perfil de efeitos adversos;
    • O efeito analgésico é alcançado dentro de uma semana ou mais após atingir a dose efetiva. Risco de não adesão do paciente pelos efeitos colaterais desconfortáveis. Deve-se sempre informar ao paciente sobre os efeitos;
    • Tricíclicos: Evidência do potencial analgésico na população com câncer. Uso limitado pelos efeitos adversos. Efeito analgésico pode ser obtido com dosagens baixas (ex.: Amitriptilina 25 mg/dia). Reserve doses mais altas para casos associados a depressão;
    • Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN): Eficácia analgésica, alívio da dor neuropática; menor efeito anticolinérgico e cardiovascular;
    • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): Não são preferidos quando a dor é a principal indicação. Considerar em pacientes com ansiedade ou depressão.

Tratamento Farmacológico

Escolha uma das classes ou associe-as conforme "Orientações ao Prescritor":

    Classe A: AINEs: Escolha uma das opções:
  • Naproxeno 250-500 mg VO 2x/dia até 10 dias. Dose máxima de 1.000 mg/dia;
  • Ibuprofeno 200-800 mg VO a cada 6-8 horas. Dose máxima de 2.400 mg/dia;
  • Diclofenaco 50 mg VO a cada 8-12 horas. Dose máxima de 150 mg/dia;
  • Cetoprofeno:
    • Comprimido: 50-75 mg VO a cada 6-8 horas;
    • Ampola: 100 mg EV ou IM até a cada 12 horas;
    • Dose máxima: 300 mg/dia.
  • Celecoxibe 200-400 mg/dia VO 24/24 horas.

    Classe B: Analgésicos comuns: Escolha uma das opções:
  • Dipirona 1 g de 6/6 até 4/4 horas; [cms-watermark]
  • Paracetamol 500-750 mg até de 6/6 horas. Não ultrapassar 4 g/dia. [cms-watermark]

    Classe C: Adjuvantes. Anticonvulsivantes: Escolha uma das opções:
  • Gabapentina I niciar com 300 mg/dia em adultos e 100 mg/dia em idosos, de preferência à noite. Se necessário, aumentar 300 mg com intervalo de 3 dias, até 3.600 mg/dia. Analgesia costuma iniciar a partir de 300 mg 3x/dia;
  • Pregabalina I niciar com 50-75 mg/noite. Se necessário, aumentar gradativamente a cada 5-7 dias, até 300 mg divididos em 2x/dia;
  • Carbamazepina Iniciar com 100-200 mg/dia. Dose máxima de 1.600 mg, dividida em 3-4x/dia.

    Classe D: Adjuvantes. Corticoides: Escolha uma das opções:
  • Dexametasona 4-20 mg/dia, pela manhã (preferencial); [cms-watermark]
  • Prednisona 30 mg/dia, pela manhã;
  • Metilprednisolona 30-50 mg/dia, pela manhã.

    Classe E: Adjuvantes. Antidepressivos: Escolha uma das opções:
  • Tricíclicos : [cms-watermark]
    • Amitriptilina 25-75 mg/dia VO; em idosos iniciar com 10 mg/dia. Dose máxima de 150 mg/dia;
    • Nortriptilina Iniciar com 25 mg e titular até alcançar analgesia ou 150 mg/noite.
  • IRSN:
    • Venlafaxina Iniciar 75 mg e titular até alçancar analgesia ou 225 mg/dia;
    • Duloxetina Iniciar com 30 mg e progredir até alcançar analgesia ou 60 mg/dia.
  • ISRS : Sertralina 50-200 mg/dia; [cms-watermark]
  • Bupropiona 50 mg/dia para controle de dor em pacientes que estão sonolentos, fatigados ou apáticos. [cms-watermark]

Orientações ao Prescritor

    Opioides:
  • Para minimizar os efeitos colaterais, prescrever antieméticos e laxativos (irritativos) para uso contínuo; [cms-watermark]
  • Na rotação de um opioide para o outro, atentar para a escala de equipotência de doses, assim como ocorre na conversão de corticoides.
    Cuidados no uso do Tramadol:
  • Pode ter interação inibitória com Paroxetina, Fluoxetina, Sertralina, Bupropiona, Terbinafina, Cimetidina;
  • É o mais nauseante dos opioides, mas não deve ser associado a Ondansetrona devido ao risco de redução do efeito analgésico;
  • Se administração parenteral, preferir SC contínua (hipodermóclise) ou intermitente ( bólus );
  • Pode diminuir limiar convulsivo (cuidado com idosos);
  • Caso insuficiência hepática grave, não prescrevê-lo;
  • Equipotência analgésica: 1/6 a 1/10 da Morfina oral.
    Cuidados no uso da Codeína:
  • Baixo efeito analgésico;
  • Eficaz contra tosse;
  • Efeito obstipante importante;
  • Equipotência analgésica: 1/6 a 1/10 da Morfina oral.

Tratamento Farmacológico

    1. Controle da dor moderada a intensa: Escolha uma das opções:
  • Codeína Iniciar com 15-30 mg de 4/4 horas e progredir até alcançar analgesia ou dose de 360 mg/dia;
  • Tramadol 50-100 mg de 6/6 horas. Dose máxima de 400 mg/dia.

Orientações ao Prescritor

    Orientações sobre o uso de opioides: [cms-watermark]
  • Orientar o paciente/família estabelecendo comunicação empática e procurando desmitificar percepções preconceituosas acerca do uso de opioides. Via de regra: Morfina não vicia; [cms-watermark]
  • Orientar quanto aos efeitos colaterais relacionados ao uso: Náusea, sonolência, depressão respiratória, constipação; [cms-watermark]
  • A maioria dos efeitos é tolerável, que tende a desaparecer em 3-4 dias. A constipação é a única refratária; [cms-watermark]
  • Necessita de intervenção medicamentosa através da prescrição de laxativos irritativos . Ideal é que o paciente evacue a cada 2 dias;
  • Na rotação de um opioide para o outro, atentar para a escala de equipotência de doses, assim como ocorre na conversão de corticoides:
    • Se a dor estiver controlada, diminuir 25% da dose total diária antes calcular a dose do novo opioide. Caso não esteja controlada, não necessitará de diminuição.
    Cuidados no uso da Morfina:
  • A dose noturna deve ser dobrada para o paciente não acordar durante a madrugada para tomar (mais cômodo);
  • Primeira escolha entre os opioides: Menor risco de intoxicação pela meia-vida curta, maior disponibilidade nos serviços de saúde;
  • Morfina de resgate: A dose de resgate aplicada será de 1/10 a 1/6 da dose total diária do opioide usado, podendo ser titulada até controle efetivo da dor (ex.: paciente usa 30 mg de Morfina, logo, a dose de resgate será de 3-5 mg e poderá aumentar até controlar a dor):
    • A Morfina é o opioide de escolha no resgate devido à sua facilidade de aplicação (VO, SC ou EV), à sua potência (alta) e ao seu início de ação rápido (inicia efeito em 15-30 minutos após a aplicação). [cms-watermark]
  • Não existe dose máxima. Efeitos adversos é que limitam o teto terapêutico;
  • Morfina endovenosa é três vezes mais potente que a oral;
  • Usar com cautela em casos de insuficiência hepática e renal.
    Cuidados no uso da Metadona:
  • É preferência se paciente com insuficiência renal, hepática;
  • Boa para dor neuropática-antagonista NMDA;
  • Nesse caso, ajustar dose a cada 7 dias, meia-vida longa (12-150 horas);
  • Atentar para náusea, primeiro sinal de alerta de intoxicação;
  • Pode ser feita de 12/12 horas ou 8/8 horas , na maioria dos pacientes, com segurança;
  • Pode ser feito resgate com Dipirona 1 g até 6/6 horas no início. Com dose estabelecida, calcular 1/6 a 1/10 da dose diária de Metadona para ser administrada até 3x/dia, caso necessário;
  • Não misturar opioides ; [cms-watermark]
  • Metadona parenteral é 2 vezes mais potente que a oral;
  • Aguardar 3-5 dias antes de considerar aumentar a dose;
  • Sugere-se realizar acompanhamento com eletrocardiograma (ECG) devido ao risco de prolongamento do intervalo QT;
  • Equipotência analgésica: Não ocorre de forma linear, devendo ser realizada conforme o gráfico a seguir.
Texto alternativo para a imagem Tabela de conversão da Metadona. Adaptado de: Daniel FR, 2023
    Cuidados no uso da Buprenorfina:
  • A analgesia plena da Buprenorfina é a partir de 72 horas da aplicação. Até lá, deve-se usar a Morfina em intervalos regulares de 4/4 horas e conforme necessidade. Após as primeiras 24 horas, iniciar desmame gradual da Morfina;
  • Se após 72 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar aumento de mais um adesivo de Buprenorfina;
  • O adesivo deve ser trocado a cada 4-7 dias . Para lembrar, deve-se escrever a data no adesivo que foi colado;
  • Equipotência analgésica: Não ocorre de forma linear, devendo ser realizada conforme a tabela a seguir. Converta antes para dose equivalente de morfina oral (ex.: o paciente usa 10 mg de Morfina EV, isso equivale a 30 mg de Morfina VO. Logo, o adesivo inicial de Buprenorfina seria de 5 mg).
Dose de Morfina oral Dose inicial de Buprenorfina transdérmica
< 30 mg ou paciente virgens de opioides
5 mg (5 microgramas/hora)
30-80 mg
10 mg (10 microgramas/hora)
    Cuidados no uso do Fentanil transdérmico (FTD):
  • O início da analgesia plena do Fentanil transdérmico (FTD) é a partir de 24 horas da aplicação. Até lá, deve-se manter o uso da Morfina com intervalos regulares de 4/4 horas e resgates conforme necessidade. Iniciar desmame gradual da Morfina após as primeiras 12 horas;
  • Se após 48 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar 12,5 microgramas/hora;
  • O adesivo do FTD deve ser trocado a cada 72 horas ;
  • Equipotência analgésica: A equianalgesia é calculada conforme a tabela a seguir. Converta antes para dose equivalente de morfina oral (ex.: o paciente usa 10 mg de Morfina EV, isso equivale a 30 mg de Morfina VO. Logo, o adesivo inicial seria de 12 microgramas/hora).
    Morfina oral (mg/dia) Adesivo de FTD (microgramas/hora)
    15 Não indicado
    25-30 12
    50 25
    100 50
    150 75
    200 100
    250 125
    300 150

Tratamento Farmacológico

Escolha um dos esquemas conforme "Orientações ao Prescritor":

    Esquema A: Paciente com facilidade de via oral: Escolha uma das opções:
  • Morfina ( 10 mg) iniciar com 5 mg VO de 4/4 horas (ou dose equivalente via EV, SC) e titular até alcançar analgesia; [cms-watermark]
    • Cápsula de liberação prolongada (30, 60, 100 mg): Iniciar com 30 mg VO de 12/12 horas e titular até alcançar analgesia.
  • Metadona (5 mg) 0,5-1 comprimido VO de 12/12 horas.

    Esquema B: Para pacientes sem via oral e/ou insuficiência renal, considerar o uso/troca: Escolha uma das opções:
  • Buprenorfina adesivo doses de acordo com tratamento prévio no controle da dor, conforme descrito a seguir: [cms-watermark]
    • Pacientes virgens de opioides: Adesivo de 5 mg; [cms-watermark]
    • Pacientes com uso prévio de opioides: Utilizar a equivalência para Morfina oral (vide tabela em "Orientações ao Prescritor").
  • Fentanila adesivo e quivalência para Morfina de 25 microgramas/hora = 60 mg/dia de Morfina via oral. Indicado para pacientes com dose estável de Morfina por mais de 1 semana.

Orientações ao Paciente

    Orientações gerais para aplicação de adesivos:
  • Aplicar em pele seca, não inflamada, não irradiada, de preferência sem pelo:
    • Locais preferenciais: Braços região anterior e tórax superior anterior. [cms-watermark]
  • Evitar dorso em pacientes acamados pelo risco de aumentar a liberação da droga pelo calor;
  • Pressionar por cerca de 30 segundos após a aplicação;
  • Se necessário, pode usar Micropore ® ou Tegaderm ® para assegurar a aderência;
  • Durante o banho, usar no local apenas água para lavar. Evitar sabão, hidratantes ou óleos;
  • Evitar aplicar em locais quentes, evitar banhos quentes;
  • Retirar o adesivo no caso de realização de ressonância;
  • Quando trocar o adesivo, escolher uma nova posição, deixando a pele onde estava o antigo descansar por 3-6 dias;
  • Para ambos, utilizar Morfina como resgate, se necessário;
  • Atenção ! Lembrar que tanto Buprenorfina quanto Fentanil em adesivo não são indicados para controle de dor aguda ou em casos que necessitam de rápida titulação para controle de dor descontrolada e intensa.

Prescrição Hospitalar

Orientações ao Prescritor

    Cuidados no uso dos AINEs:
  • A prescrição de AINEs deve levar em conta o perfil de risco para eventos adversos gastrintestinais (idoso, história de úlcera péptica, uso de corticoide sistêmico, uso de anticoagulantes) e cardiovasculares (angina estável, doença arterial periférica, antecedentes de AVE, revascularização arterial e síndrome coronariana aguda);
  • Recomenda-se a utilização da dose eficaz mais baixa durante o menor período e combinação do tratamento com um agente gastroprotetor (IBP ou antagonistas H2 de dose elevada), particularmente para pacientes de alto risco de sangramento;
  • Dar preferência ao inibidor de COX-2 (ex.: Celecoxibe).
    Cuidados no uso de medicamentos adjuvantes: Fazem parte de todos os degraus da escada analgésica da OMS:
  • Anticonvulsivantes: F ármacos de primeira linha pra dor neuropática. Inicia-se com doses baixas, titulando progressivamente, particularmente em idosos:
    • Gabapentina e Pregabalina: Iniciar com doses mais baixas e aumentar gradativamente para minimizar efeitos colaterais (a sonolência é frequente no início). Primeira escolha para dor neuropática;
    • Carbamazepina: Primeira escolha na neuralgia do trigêmeo. Interage com opioides e reduz o potencial analgésico.
  • Corticoides: Eficaz para dor óssea, dor neuropática por infiltração ou compressão de estruturas neurais, cefaleia por aumento da pressão intracraniana, artralgia e dor por obstrução intestinal, ureteral:
    • No ato da prescrição, já planejar a retirada o mais breve possível; considerar protetor gástrico em pacientes de alto risco;
    • Em razão da ação euforizante central, administrar preferencialmente pela manhã (após alguma refeição). [cms-watermark]
  • Antidepressivos: Bons para dor neuropática e para pacientes com ansiedade, insônia, ou depressão associadas:
    • Não há diretrizes para a seleção de medicamentos. Escolher de acordo com as comorbidades e perfil de efeitos adversos;
    • O efeito analgésico é alcançado dentro de uma semana ou mais após atingir a dose efetiva. Risco de não adesão do paciente pelos efeitos colaterais desconfortáveis. Deve-se sempre informar ao paciente sobre os efeitos;
    • Tricíclicos: Evidência do potencial analgésico na população com câncer. Uso limitado pelos efeitos adversos. Efeito analgésico pode ser obtido com dosagens baixas (ex.: Amitriptilina 25 mg/dia). Reserve doses mais altas para casos associados a depressão;
    • Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN): Eficácia analgésica, alívio da dor neuropática; menor efeito anticolinérgico e cardiovascular;
    • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): Não são preferidos quando a dor é a principal indicação. Considerar em pacientes com ansiedade ou depressão.

Tratamento Farmacológico

Escolha uma das classe ou associe-as conforme "Orientações ao Prescritor":

    Classe A: AINEs: Escolha uma das opções:
  • Naproxeno 250-500 mg VO 2x/dia até 10 dias. Dose máxima de 1.000 mg/dia;
  • Ibuprofeno 200-800 mg VO a cada 6-8 horas. Dose máxima de 2.400 mg/dia;
  • Diclofenaco 50 mg VO a cada 8-12 horas. Dose máxima de 150 mg/dia;
  • Celecoxibe 200-400 mg/dia VO 24/24 horas;
  • Cetoprofeno:
    • Comprimido: 50-75 mg VO a cada 6-8 horas;
    • Ampola: 100 mg EV ou IM até a cada 12 horas;
    • Dose máxima de 300 mg/dia.

    Classe B: Analgésicos comuns: Escolha uma das opções:
  • Dipirona 1 g de 6/6 até 4/4 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg até de 6/6 horas. Não ultrapassar 4 g/dia.

    Classe C: Adjuvantes. Anticonvulsivantes: Escolha uma das opções:
  • Gabapentina I niciar com 300 mg/dia em adultos e 100 mg/dia em idosos, de preferência à noite. Se necessário, aumentar 300 mg com intervalo de 3 dias, até 3.600 mg/dia. Analgesia costuma iniciar a partir de 300 mg 3x/dia;
  • Pregabalina Iniciar com 50-75 mg/noite. Se necessário, aumentar gradativamente a cada 5-7 dias, até 300 mg divididos em 2x/dia;
  • Carbamazepina Iniciar com 100-200 mg/dia. Dose máxima de 1.200 mg, dividida em 3-4x/dia.

    Classe D: Adjuvantes. Corticoides: Escolha uma das opções:
  • Dexametasona 4-20 mg/dia, pela manhã (preferencial);
  • Prednisona 30 mg/dia, pela manhã;
  • Metilprednisolona 30-50 mg/dia, pela manhã.

    Classe E: Adjuvantes. Antidepressivos: Escolha uma das opções:
  • IRSN:
    • Venlafaxina i niciar 75 mg e titular até alçancar analgesia ou 225 mg/dia;
    • Duloxetina i niciar com 30 mg e progredir até alcançar analgesia ou 60 mg/dia.
  • ISRS : Sertralina 50-200 mg/dia;
  • Bupropiona 50 mg/dia para controle de dor em pacientes que estão sonolentos, fatigados ou apáticos;
  • Tricíclicos :
    • Amitriptilina 25-75 mg/dia VO; em idosos iniciar com 10 mg/dia. Dose máxima de 150 mg/dia;
    • Nortriptilina iniciar com 25 mg e titular até alcançar analgesia ou 150 mg/noite.

Orientações ao Prescritor

    Orientações sobre o uso de opioides:
  • Orientar o paciente/família estabelecendo comunicação empática e procurando desmitificar percepções preconceituosas acerca do uso de opioides. Via de regra: Morfina não vicia; [cms-watermark]
  • Orientar quanto aos efeitos colaterais relacionados ao uso: Náusea, sonolência, depressão respiratória, constipação; [cms-watermark]
  • A maioria dos efeitos é tolerável, que tende a desaparecer em 3-4 dias. A constipação é a única refratária; [cms-watermark]
  • Necessita de intervenção medicamentosa através da prescrição de laxativos irritativos . Ideal é que o paciente evacue a cada 2 dias;
  • Na rotação de um opioide para o outro, atentar para a escala de equipotência de doses. Assim como ocorre na conversão de corticoides:
    • Se a dor estiver controlada, diminuir 25% da dose total diária antes calcular a dose do novo opioide. Caso não esteja controlada, não necessitará de diminuição.
    Cuidados no uso da Morfina:
  • Primeira escolha entre os opioides: Menor risco de intoxicação pela meia-vida curta, maior disponibilidade nos serviços de saúde;
  • Morfina de resgate: A dose de resgate aplicada será de 1/10 a 1/6 da dose total diária do opioide usado, podendo ser titulada até controle efetivo da dor (ex.: paciente usa 30 mg de Morfina. Logo, a dose de resgate será de 3-5 mg e poderá aumentar até controlar a dor);
  • Não existe dose máxima. Efeitos adversos é que limitam o teto terapêutico;
  • Morfina endovenosa é 3 vezes mais potente que a oral; usar com cautela em casos de insuficiência hepática e renal;
  • Dose de resgate: Deve ser prescrita na dose de 1/6 a 1/10 da dose total diária (ex.: paciente usa 30 mg de Morfina. Logo, a dose de resgate será de 3-5 mg e poderá aumentar até controlar a dor);
  • Todas as doses iniciais devem ser tituladas de acordo com a resposta do paciente;
  • A dose total diária pode ser aumentada em 30-50% ou baseada na quantidade de resgates realizados nas últimas 24 horas para se obter um bom controle de dor (ex.: o paciente usava 30 mg de Morfina, mas precisou realizar 3 resgates de 3 mg para obter controle de dor nas 24 horas. Logo, a dose total diária do dia seguinte será 39 mg/dia).
    Principais indicações de Morfina em bomba de infusão contínua:
  • Dor não adequadamente controlada com opioides orais ou transdérmicos em doses apropriadas;
  • Necessidade de controle preciso e ajustável da dor;
  • Resgates mais frequentes e doses gradativamente maiores para controle de analgesia com efeitos adversos potencialmente graves.

Dieta e Hidratação [cms-watermark]

  1. Dieta tolerada pelo paciente.
  2. Hidratação tolerada pelo paciente.

Tratamento Farmacológico

    1. Controle da dor intensa: Escolha uma das opções:
  • Morfina (2 mg) 0,2 mL da ampola de 10 mg/mL SC de 4/4 horas ou 2-3 mg EV de 4/4 horas. Titular dose a cada 25-30 minutos até controle da dor; [cms-watermark]
  • Morfina (10 mg) Iniciar com 1 ampola (10 mg) diluída em 100 mL de SF 0,9% para correr em BIC em 24 horas por hipodermóclise (SC) ou EV e titular até analgesia. É preferível aumentar a concentração da solução até a proporção de 1 mg/mL;
  • Metadona (1 mg) 0,1 mL da ampola de 10 mg/mL SC de 12/12 horas ou hipodermóclise:
    • Ajustar dose a cada 72 horas, meia-vida longa (8-180 horas). Atentar para náusea (primeiro sinal de alerta de intoxicação) ;
    • Não fazer EV devido aos efeitos colaterais, como sudorese e taquicardia.

Observação! N o caso de pacientes que já faziam uso de opioides, é preferível iniciar pela dose que habitualmente usavam e titular até alcançar a analgesia adequada. Atentar para sinais de intoxicação.

Profiláticos e Sintomáticos

    1. Se constipação por opioides: Escolha uma das opções:
  • Bisacodil (5 mg) 1-2 comprimidos à noite;
  • Senna (50 mg) 1 comprimido/dia ou chá com 1 colher de café de folhas de sene em 150 mL de água fervida. Deixar abafado por 5 minutos e consumir em seguida. Pode misturar com outro chá preferido do paciente;
  • Se refratário ao tratamento inicial: Lactulose 15-60 mL/dia, associada à alternativa que foi iniciada;
  • Se uso de sonda enteral ou gastrostomia: Picossulfato de sódio 10-20 gotas/dia;
  • Alternativas não farmacológicas: Hidratação oral e dieta laxativa:
    • Agentes formadores de bolo fecal não são indicados, pois requerem alta ingestão de líquidos. [cms-watermark]
    2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos por o pioides (efeito adverso presente nos primeiros dias de uso de opioides. Após o período, o paciente desenvolve tolerância). Escolha uma das opções:
  • Metoclopramida (10 mg) 1 comprimido VO até 6/6 horas ou dose equivalente SC/EV);
  • Haloperidol 1 mg VO/SC de 12/12 horas até 8/8 horas.

Orientações ao Prescritor

    Quando considerar procedimentos invasivos de analgesia:
  • Dor intensa e/ou debilitante;
  • Dor refratária ao esquema não invasivo otimizado;
  • Impacto significativo na qualidade de vida do paciente;
  • Impossibilidade de progressão de dose analgésica não invasiva por efeitos adversos analgésicos ou outros motivos;
  • Dor localizada e específica com possibilidade de controle ou reversão;
  • Necessidade de alívio imediato da dor.
    Considerações gerais:
  • Equipe envolvida: A indicação de analgesia invasiva, preferencialmente, deverá incluir equipes especializadas (especialista em dor, médico paliativista, entre outros);
  • A escolha pelo tipo de procedimento deverá ser individualizada;
  • Avaliação do paciente: A condição clínica, a intensidade da dor, a resposta a tratamentos anteriores e os objetivos do tratamento são fatores importantes;
  • Risco versus benefício: Avaliar os riscos e benefícios potenciais, incluindo possíveis complicações e a expectativa de benefícios para o paciente;
  • Discussão com o paciente: Garantir que o paciente e sua família compreendam os objetivos, benefícios e riscos do procedimento;
  • Podem ser isolados ou combinados com outros procedimentos ou com analgesia não invasiva.

Tratamento Analgésico Invasivo

    Principais representantes:
  1. Bloqueio neural (periférico, epidural ou de plexo).
  2. Bomba de infusão intratecal:
    • Controlada pelo paciente: Realiza bólus de opioide/anestésico/Clonidina, conforme demanda e comando do paciente;
    • Programado: Analgesia contínua ou bólus programados de opioide/anestésico/Clonidina;
    • Mista: Combinação dos dois subtipos anteriores.
  3. Ablação por radiofrequência.
  4. Estimulação da medula espinal (SCS).
  5. Estimulação de coluna dorsal.
  6. Vertebroplastia.
  7. Cifoplastia.