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Doador de Órgãos

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Prescrição Hospitalar

Orientações ao Prescritor

    Recomendações:
  • Manter volemia, pressão arterial e fluxo sanguíneo para preservar estabilidade clínica, apesar da morte cerebral;

  • Corrigir distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico;

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  • Monitorizar a pressão arterial de forma invasiva, preferencialmente, em todo potencial doador de órgãos.
      Alvos terapêuticos:
    • Hb > 7g/dL ou > 10 g/dL, se instabilidade; [cms-watermark]
    • VC: 6-8 mL/kg; PEEP 8-10; pCO2 alvo de 40- 45 mmHg; PO2 alvo > 90; PaO2/FiO2 > 300 FiO2 < 40%, SaO2 ≥ 95%;
    • PAM > 60-65 mmHg ou PAS > 90 mmHg;
    • POAP ≤ 15 mm Hg e SvO2 > 70%;
    • Débito urinário > 1 mL/kg/hora (100 mL/hora);
    • Índice cardíaco > 2,5 L/minuto/m 2 ;
    • Na+ < 155 mEq/dL;
    • Magnésio > 1,6 mEq/L;
    • Potássio entre 3,5 e 5,5 mEq/L.
    • [cms-watermark]
    Cuidados adicionais:
  • Evitar uso de amidos, para não provocar distúrbio de coagulação ou piora da função renal; [cms-watermark]
  • Não utilizar Atropina para tratar bradiarritmias. Preferir Adrenalina (2-10 μg/minuto), ou Dopamina (5-10 μg/kg/minuto), ou Isoproterenol (2-10 μg/kg/minuto);
  • Controle de infecção deve ser feito sempre com antibiótico adequado;
    • Hemocultura e urocultura na abertura do protocolo de ME. [cms-watermark]
  • Eletrólitos, glicemia e gasometria arterial de 6/6 horas CKMB, troponina, ureia, creatinina, AST, ALT, TAP, BT de 24/24 horas TTPA e fibrinogênio se sangramento;
  • ECG e radiografia de tórax diária. ECO, se doador de coração ou sinais de disfunção miocárdica ou paciente idade menor 50 anos;
  • Cultura de aspirado se doador de pulmão. [cms-watermark]

Dieta e Hidratação [cms-watermark]

  1. Dieta: Via enteral ou parenteral. Manter suporte nutricional conforme tolerância do paciente.
  2. Ringer Lactato 20-30 mL/kg, aquecido, EV, em 30 minutos. Se necessário, fazer novas etapas. Infundir 500-1.000 mL sempre que houver sinais de hipofluxo.

Tratamento Farmacológico

Escolha um dos esquemas ou associe-os conforme necessidade clínica:

    Esquema A: Controle pressórico: Escolha uma das opções:
  • Dopamina (50 mg/10 mL) 50 mL + SF 0,9% 200 mL; concentração: 1 mg/mL. Dose inicial: 2 microgramas/kg/minuto, EV, em BI.
  • Noradrenalina (4 mg/mL) 20 mL + SG 5% 80 mL; concentração: 200 microgramas/mL. Dose inicial: 0,05-0,1 microgramas/kg/minuto EV, em BI.
  • Dobutamina (250 microgramas/20 mL) 40 mL + SG 5% 210 mL; concentração: 1.000 microgramas/mL. Dose inicial: 1-2,5 microgramas/kg/minuto EV, em BI.
  • Vasopressina (20 unidades/1 mL) 1 mL + 19 mL de SG 5%; concentração: 1 unidade/mL. Administrar 1 mL, em bólus, seguido de infusão contínua de 0,5-2,4 unidade/hora, EV, em BI.
    • Iniciar vasopressor antes de completar a expansão volêmica se PAM < 40 mmHg ou PAS < 70 mmHg; dose necessária para manter PAM > 60 mmHg e RVS entre 800-1.200; [cms-watermark]
    • Associar vasopressina na seguinte dose: 1 unidade em bólus + 0,5 - 2,4 unidades/hora;
    • Vasopressina deve ser utilizada preferencialmente quando houver instabilidade hemodinâmica associada a diabetes insipidus;
    • Associar Vasopressina no potencial doador em uso de Noradrenalina ou Dopamina.
    Observações: Limites de doses: [cms-watermark]
  • Dopamina e Dobutamina: < 10 microgramas/kg/minuto;
  • Noradrenalina e Epinefrina: < 0,05 microgramas/kg/minuto.

    Esquema B: Reposição hormonal (não administrar rotineiramente). Não há benefícios hemodinâmicos. Pode ser considerado quando há necessidade de manutenções prolongadas: Escolha uma das opções:
  • [cms-watermark] Levotiroxina (200 microgramas/mL) 0,1 microgramas EV (bólus), com manutenção de 10 microgramas/hora ou 2 microgramas/kg via enteral; [cms-watermark]
  • [cms-watermark] Metilprednisolona (40 mg/1 mL) 15 mg/kg EV de 24/24 horas;
  • Hidrocortisona 100 mg de 8/8 horas (protocolo Donors); [cms-watermark]
  • Acetato de Desmopressina (DDAVP) (4 microgramas/mL) 1-4 microgramas EV 1-2x/dia; [cms-watermark] [cms-watermark]
  • Acetato de Desmopressina (DDAVP) (0,1 mg/1 mL) 20-40 microgramas, spray nasal, 1-2x/dia ou conforme volume de diurese. Para controle da poliúria no potencial doador com diabetes insípidos.

    Esquema C: Anticoagulação (Indicada em fase precoce da RCP, caso planeje-se perfusão ou retirada imediata de órgãos): [cms-watermark]
  • Heparina não fracionada (25.000 unidades/5 mL) 5 mL + SF 0,9 % 245 mL (Concentração: 100 unidades/mL). Administrar 500 unidades/kg (5 mL/kg), EV, em BIC. [cms-watermark]
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Profiláticos e Sintomáticos

    1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções:
  • Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
  • Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
  • Dipirona sódica 500-1.000 mg VO até 4/4 horas;
  • Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
    2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
  • Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluído em água destilada, até de 8/8 horas;
  • Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
  • Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
  • Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
  • Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
    3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
  • Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
  • Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
  • Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.

Procedimentos

    1. Transfusão:
  • Concentrado de plaquetas: 1 unidade/7-10 kg de peso, EV. Indicações: se sangramento ativo e plaquetas < 100.000/mm3; se risco de sangramento ou pré-procedimento invasivo e plaquetas < 50.000/mm3;
  • Plasma fresco concentrado: 10 mL/kg, EV. Indicações: Se INR > 1,5 e alto risco de sangramento, pré-procedimento invasivo ou sangramento ativo significativo;
  • Crioprecipitado: 1 unidade/5-10 kg de peso, EV. Indicações: se fibrinogênio < 100 mg/dL e alto risco de sangramento.

Cuidados

  1. Controle glicêmico.
  2. Antibioticoterapia conforme quadro clínico e isolamento de germes.
  3. Cabeceira elevada a 30º ou mais.
  4. Mudança de decúbito de 2/2 horas.
  5. Passagem de cateter nasogástrico ou nasoentérico.
  6. Utilizar protocolos guiados por metas durante o manejo.
  7. Coletar duas hemoculturas, de sítios distintos, e cultura de urina, com técnica asséptica.