Orientações ao Prescritor
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Atualmente, não existem ensaios clínicos com alta qualidade metodológica que orientem o tratamento da doença mista do tecido conjuntivo. Desse modo, utilizamos estratégias baseadas em estudos observacionais e extrapolação de dados de outras doenças autoimunes (nesse caso, especialmente a esclerose sistêmica);
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Primeira linha de tratamento:
Bloqueadores do canal de cálcio di-hidropiridínicos (Nifedipina ou Anlodipino);
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Podem causar hipotensão arterial, cefaleia e
flushing
facial, além de eventualmente piorar os sintomas de DRGE;
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O Anlodipino pode causar edema perimaleolar.
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Inibidores da PDE5 (Silfenafila ou Tadalafila) podem ser utilizados em casos graves refratários ao Nifedipino ou Anlodipino;
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Cuidado com o uso em pacientes com insuficiência cardíaca com disfunção sistólica grave.
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O inibidor da endotelina (Bosentana) apresenta evidência apenas na prevenção de úlceras digitais, e não em seu tratamento. Reservado para casos graves, refratários às terapias habituais.
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas adiante.
Esquema A: Primeira linha: Tratamento inicial:
Bloqueadores do canal de cálcio di-hidropiridínicos.
Escolha uma das opções:
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Nifedipino
(10 ou 20 mg/comprimido). Iniciar com 10 mg de 12/12 horas e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Também pode ser dividido em doses de 8/8 horas. Dose máxima: 120 mg/dia;
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Anlodipino
(5 ou 10 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg/dia e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Dose máxima: 10 mg/dia.
Esquema B: Casos refratários:
Associação:
I.
Bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridínico.
+
II.
Inibidor da PDE5.
Opções de bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridínico (I):
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Nifedipino
(10 ou 20 mg/comprimido). Iniciar com 10 mg de 12/12 horas e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Dose máxima: 120 mg/dia;
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Anlodipino
(5 ou 10 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg/dia e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Dose máxima: 10 mg/dia.
Opções de inibidor da PDE5 (II):
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Sildenafila
(20, 25 ou 50 mg/comprimido). Iniciar com 20 mg de 12/12 horas e aumentar até o máximo de 50 mg de 12/12 horas, conforme sintomas e tolerância;
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Tadalafila
(5, 10 ou 20 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg/dia. Progredir a dose até 20 mg/dia, conforme sintomas/cicatrização das úlceras digitais e tolerância do paciente.
Esquema C: Recorrência frequente de úlceras refratárias aos esquemas já descritos:
Associação:
I.
Bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridínico.
+
II.
Inibidor da PDE5.
+
III.
Inibidores da endotelina.
Opções de bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridínico (I):
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Nifedipino
(10 ou 20 mg/comprimido). Iniciar com 10 mg de 12/12 horas e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Dose máxima: 120 mg/dia;
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Anlodipino
(5 ou 10 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg/dia e aumentar conforme a persistência dos sintomas. Dose máxima: 10 mg/dia.
Opções de inibidor da PDE5 (II):
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Sildenafila
(20, 25 ou 50 mg/comprimido). Iniciar com 20 mg de 12/12 horas e aumentar até o máximo de 50 mg de 12/12 horas, conforme sintomas e tolerância;
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Tadalafila
(5, 10 ou 20 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg/dia. Progredir a dose até 20 mg/dia, conforme sintomas/cicatrização das úlceras digitais e tolerância do paciente.
Opções de inibidores da endotelina (III):
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Bosentana
(62,5 ou 125 mg/comprimido). Iniciar com 62,5 mg de 12/12 horas por 4 semanas seguidos de 125 mg de 12/12 horas. Na esclerose sistêmica, há evidências apenas para a prevenção de úlceras, e não de cicatrização de úlceras abertas.
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Ambrisentana
(5 ou 10 mg/comprimido). Iniciar com 5 mg VO de 24/24 horas. Após uma semana, se tolerado, pode-se aumentar para 10 mg VO de 24/24 horas. Faltam evidências de boa qualidade.