Orientações ao Prescritor
Recomendações gerais:
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Para hiperidrose primária, a primeira opção terapêutica inclui os antitranspirantes à base de
C
loreto de alumínio:
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Desodorante para hiperidrose axilar e loção ou creme para hiperidrose palmoplantar;
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Para hiperidrose primária, os anticolinérgicos tópicos e orais também são opções medicamentosas;
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Para hiperidrose secundária, o tratamento tem foco na causa subjacente, podendo-se utilizar um anticolinérgico oral em associação.
Antitranspirantes à base de Cloreto de alumínio 10-35%:
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Em todos os casos de hiperidrose localizada, principalmente aqueles com sintomas leves a moderados;
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Manipulados ou fórmulas comerciais (ex.: Perspirex
®
loção ou desodorante, Spirial
®
creme ou desodorante, Rexona Clinical
®
desodorante, M&P Dry
®
loção);
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Requer uso contínuo 1-2x/dia;
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Pode causar dermatite de contato irritativa.
Anticolinérgicos tópicos e orais:
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Glicopirrolato
e
Oxibutinina
tópico ou oral;
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Glicopirrolato
pode ser a primeira linha para hiperidrose craniofacial moderada a grave;
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São terceira linha para hiperidrose axilar e craniofacial e quarta linha para hiperidrose palmoplantar;
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Efeitos colaterais:
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Boca seca (mais comum e, em geral, o único);
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Olhos secos;
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Alterações na visão;
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Glaucoma agudo de ângulo fechado;
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Sonolência;
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Diminuição da motilidade intestinal;
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Retenção urinária;
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Possível comprometimento cognitivo (apenas com uso por longo período).
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Demais opções para hiperidrose primária:
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Iontoforese;
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Toxina botulínica
;
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Termólise por micro-ondas;
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Radiofrequência microagulhada;
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Laser
;
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Ultrassom focal;
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Cirurgia local;
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Simpatectomia endoscópica;
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Outras medicações estão sendo estudadas
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Bloqueadores dos canais de cálcio;
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Indometacina
;
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Clonidina
;
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Topiramato
;
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Paroxetina
;
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Amitriptilina.
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas adiante.
Esquema A: Antitranspirantes manipulados à base de Cloreto de alumínio:
Escolha uma das opções:
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Cloreto de alumínio hexa-hidratado
(10-35% solução ou creme ou loção). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar e/ou craniofacial 1x/dia antes de dormir (deixar por 6-8 horas); manutenção 1-2x/semana após melhora clínica;
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Cloreto de alumínio hexa-hidratado + Ácido salicílico
(15-20% + 1-2% solução aquagel ou gel). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar 1x/dia antes de dormir (deixar por 6-8 horas); manutenção 1-2x/semana após melhora clínica;
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Cloreto de alumínio hexa-hidratado + Ácido salicílico + Petrolatum (manipulado)
(135 g + 10% pomada + 157,5 g em glicerina 75 mL). Aplicar na região palmoplantar e associar oclusão 1x/dia antes de dormir (deixar por 6-8 horas); manutenção 1-2x/semana após melhora clínica;
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Cloridrato de alumínio + Ácido salicílico + Alantoína + formol (manipulado)
(5-10% + 2% + 0,5% + 1% solução ou creme ou loção). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar 1x/dia antes de dormir (deixar por 6-8 horas); manutenção 1-2x/semana após melhora clínica;
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Cloridrato de alumínio + Ácido bórico (manipulado)
(10% + 2% em álcool canforado). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar e/ou craniofacial 1x/dia antes de dormir (deixar por 6-8 horas); manutenção 1-2x/semana após melhora clínica.
Esquema B: Anticolinérgico tópico:
Escolha uma das opções:
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Glicopirrolato
(0,5-4% gel, solução ou creme). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar e/ou craniofacial 1x/dia a cada 2-3 dias até melhora clínica ou uso contínuo.
Atenção!
Poder ser 1ª linha para hiperidrose craniofacial moderada a grave;
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Oxibutinina (manipulado)
(3 ou 10% gel, solução ou creme). Aplicar nas axilas e/ou região palmoplantar e/ou craniofacial 1x/dia a cada 2-3 dias até melhora clínica ou uso contínuo.
Esquema C: Se hiperidrose extensa (generalizada ou multifocal), grave ou sem resposta à terapia tópica, usar anticolinérgico oral:
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Oxibutinina (manipulado)
(5 mg/comprimido) 0,5-1 comprimido VO 1x/dia com aumento gradual até 2-3 comprimidos/dia VO 1-2x/dia.
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Tratamento Não Farmacológico
Procedimentos:
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Iontoforese:
Corrente elétrica atravessa a pele durante a submersão das mãos e/ou pés em água da torneira:
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Segunda linha para hiperidrose palmoplantar;
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Pode ser feita em casa com o aparelho adequado;
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15-20 mA por 20-30 minutos;
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Reposta observada entre a quinta e a sexta sessão (total de 6-15 sessões);
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Até a melhora da sudorese, fazer
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3-4x/semana e, depois, manter 1x/semana ou a cada 4 semanas;
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Efeitos colaterais mínimos: irritação cutânea local e queimadura;
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Também pode servir como
drug delivery
para substâncias como antitranspirantes com
C
loreto de alumínio
e anticolinérgicos.
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Toxina botulínica:
Injeção intradérmica na junção dermossubcutânea, inserindo-se a agulha a 30-45º, com distância de 1-2 cm entre os pontos:
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Segunda linha para hiperidrose axilar e craniofacial e terceira linha para hiperidrose palmoplantar;
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Teste de Minor deve ser realizado antes para delimitar a área de aplicação;
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Uma a três sessões por ano;
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Axilas: 50 U (10-15 pontos) por lado, com duração de 6-9 meses;
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Mãos: 75-100 U (5-50 pontos) por mão, com duração de 3-12 meses;
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Pés: 100-200 U (15-50 U) por pé, com duração de 3-6 meses;
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Craniofacial: 50-300 U, com duração de 4,5 meses;
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Podem ocorrer dor no local da injeção, "sudorese fantasma" (aumento subjetivo da sudorese) e fraqueza muscular reversível.
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Termólise por micro-ondas:
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Indicada para casos refratários de hiperidrose axilar;
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Tratamento de alto custo, porém de longa duração por destruir as glândulas écrinas;
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Pode haver:
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Dor;
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Edema;
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Irritação da pele local;
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Nódulos subcutâneos;
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Neuropatia reversível transitória.
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Radiofrequência microagulhada:
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Agulhas de 2-3 mm;
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Indicada para casos refratários de hiperidrose axilar;
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Pode provocar dor, edema e vermelhidão.
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Laser
:
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Nd:YAG (1.064 nm, efetivo) e diodo (800 nm, em estudo);
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Indicado para casos refratários de hiperidrose axilar;
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Pode apresentar longa duração por destruição das glândulas écrinas;
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Podem ocorrer:
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Dor;
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Edema;
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Queimadura;
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Neuropatia transitória;
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Perda de cabelo;
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Despigmentação local.
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Ultrassom focal:
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Indicado para casos refratários de hiperidrose axilar;
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Pode apresentar longa duração por destruição das glândulas écrinas;
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Em geral, duas sessões são necessárias;
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Pode haver:
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Dor;
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Parestesia;
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Hematomas;
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Bolhas;
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Seroma;
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Hiperpigmentação.
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Cirurgia local:
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Terapia invasiva definitiva;
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Envolve destruição e remoção das glândulas por curetagem, sucção, excisão ou pela combinação de técnicas;
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Podem ocorrer:
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Dor;
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Hematomas;
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Sangramento;
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Edema;
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Cicatriz;
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Infecção.
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Simpatectomia endoscópica:
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Terapia definitiva mais invasiva, endoscópica, que causa dano às saídas simpáticas torácicas e lombares que culminam nas glândulas sudoríparas;
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A torácica é considerada a última linha de tratamento para hiperidrose refratária e grave palmar (mais efetiva), axilar e craniofacial. A lombar, para hiperidrose plantar;
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Pode haver:
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Sudorese compensatória
(alta incidência, principalmente em abdome, dorso, glúteo e pernas);
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Pneumotórax;
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Síndrome de Horner;
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Neuropatia;
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Enfisema subcutâneo;
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Bradicardia.
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