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Hipertireoidismo

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Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

    Recomendações:
  • Na presença de manifestações clínicas de tireotoxicose, solicitar a dosagem de TSH e T4L;
  • Considerar as principais causas (doença de Graves, bócio multinodular tóxico e adenoma tóxico) para definir o tratamento;
  • Os objetivos da terapia são: Controlar os efeitos da tireotoxicose e inibir a hiperfunção glandular;
  • Os tratamentos de primeira linha são medicamentos antitireoidianos, tratamento com iodo radioativo (RAI) e cirurgia da tireoide;
  • Na ausência de contraindicações, os betabloqueadores podem ser administrados assim que o diagnóstico de hipertireoidismo for feito, mesmo antes de obter um diagnóstico definitivo quanto à etiologia da tireotoxicose. Eles devem ser continuados até a resolução do hipertireoidismo;
  • Tireotoxicose sem hipertireoidismo pode ter indicação apenas de betabloqueadores;
  • Em pacientes com doença de Graves, os betabloqueadores são tipicamente coadministrados com uma tionamida quando uma tionamida é escolhida para o tratamento inicial, e eles são tipicamente administrados a pacientes que são tratados inicialmente com radioiodo que não requerem pré-tratamento com uma tionamida;
  • O Metimazol é geralmente preferido ao Propiltiouracil porque ele reverte o hipertireoidismo mais rapidamente e tem menos efeitos colaterais;
  • Propiltiouracil é o medicamento de escolha durante o primeiro trimestre da gravidez;
  • [cms-watermark] Agranulocitose é a diminuição grave na produção de glóbulos brancos. É um efeito colateral raro que pode ocorrer com o uso de DATs. Orientar o paciente a procurar atendimento se dor de garganta, febre ou outros sintomas de infecção para afastar o diagnóstico;
  • Dosar T4 livre e T3 total em 4-6 semanas após o início do tratamento:
    • Enquanto o TSH estiver suprimido, o T4 livre deve ser o principal parâmetro; [cms-watermark]
    • Depois de obtido o controle bioquímico, monitorar TSH e T4 livre em intervalos de 2-3 meses. [cms-watermark]
  • Em caso de falha terapêutica (ausência de remissão, recidiva ou impossibilidade de uso das drogas antitireoidianas), deve-se avaliar tratamento definitivo (iodo radioativo ou cirurgia);

Tratamento Farmacológico

    1. Drogas antitireoidianas: Escolha uma das opções:
  • Tiamazol/Metimazol (TPZ) (5 mg e 10mg /comprimido). A dose diária inicial é de 5-10 mg VO 1x/dia (se o T4 livre for 1–1,5 vezes o limite superior do normal (LSN)); 10-20 mg VO 1x/dia (para T4 livre 1,5–2 vezes o LSN) e 30-40 mg VO 1x/dia (para T4L 2-3 vezes o LSN). A duração ideal da terapia é entre 12-18 meses.
    • Droga inicial na maioria dos pacientes pela maior eficácia, comodidade de uso em dose única e menor incidência de efeitos colaterais. [cms-watermark]
  • Propiltiouracil (PTU) (100 mg/comprimido) 100 mg VO de 8/8 horas. Em pacientes com hipertireoidismo grave e/ou grandes bócios, a dose inicial poderá ser de 200 mg de 8/8 horas. A dose máxima é de 800 mg/dia. A duração ideal da terapia é entre 12-18 meses.
    • Medicamento de escolha no 1º trimestre da gestação e na crise tireotóxica (inibe conversão T4-T3). [cms-watermark]
    2. Betabloqueadores: Escolha uma das opções:
  • Propranolol (10 mg/comprimido) 10-40 mg VO de 8/8 horas a 6/6 horas;
  • Atenolol (25 mg/comprimido) 25-100 mg VO de 24/24 horas a 12/12 horas;
  • Metoprolol (25 mg/comprimido) 25-50 mg VO de 12/12 horas a 8/8 horas.
    3. Terapia adjuvante: Preparação pré-operatória para tireoidectomia na doença de Graves e tempestade tireoidiana:
  • Solução de Lugol 5% (0,25-0,35 mL) 5-7 gotas (misturado em água) VO de 8/8 horas por 10 dias antes da cirurgia.

Outras Informações

Autoria principal: Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade).

    Revisão:
  • Raphaella Nagib C. Santos (Endocrinologia e Metabologia);
  • Juliane B. Braziliano (Endocrinologia e Clínica Médica).

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