Conteúdo copiado com sucesso!

Má Absorção Intestinal

Voltar

Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

  • A causa básica da má-absorção deve ser identificada e especificamente tratada;
  • A triagem nutricional e dosagem de macro e micronutrientes devem ser realizadas periodicamente (ferritina, ferro sérico e TIBIC – o IST é produto da relação entre o ferro sérico e TIBIC; B12; folato; 25-OH-vitamina D, retinol sérico, tocoferol e RNI, um parâmetro que reflete o status da vitamina K; cálcio e magnésio ). Deve-se ter atenção também ao zinco, fósforo, selênio e cobre;
  • Acompanhamento multidisciplinar, envolvendo equipe da nutrição, é fundamental.

Tratamento Farmacológico

    1. Reposição de vitaminas e minerais: Escolha uma das opções ou associe-as conforme a necessidade:
  • Vitamina A (manipulada) 50.000 unidades VO de 12/12 horas por 3 dias, seguidas de 50.000 unidades de 24/24 horas por 2 semanas. Manutenção: 10.000-20.000 unidades VO de 24/24 horas;
  • Vitamina D3 (50.000 unidades/comprimido) 50.000 unidades VO de 7/7 dias por 8-12 semanas ou até 25(OH) vitamina D > 30 ng/mL. Manutenção: 7.000-14.000 unidades por semana. Níveis séricos > 60 ng/mL apresentam potencial de toxicidade;
  • Vitamina K 2,5-10 mg VO de 24/24 horas;
  • Ácido fólico (5 mg/comprimido) 5 mg VO de 24/24 horas por 1-4 semanas ou até melhora dos níveis séricos;
  • Carbonato de cálcio (500 mg/comprimido) 1.500-2.000 mg VO 24/24 horas. Deve ser substituído por citrato de cálcio na hipocloridria (gastrite atrófica, gastrectomias, cirurgia bariátrica e uso crônico de terapia de supressão ácida);
  • Vitamina B 12 (Cianocobalamina) 5.000 microgramas IM 1x/semana por 4 semanas; depois, 1.000 microgramas IM 1x/mês ou 1.000 mcg via oral diariamente. Administração diária, por 5 dias, pode ser realizada em manifestações graves (anemia, pancitopenia, degeneração medular combinada subaguda e "loucura megagaloblástica". Ajustar o intervalo entre as doses conforme o nível sérico da vitamina B 12;
  • Zinco 25-50 mg de zinco elemento VO 8/8 horas por 2 semanas seguidos de nova dosagem.
    2. Tratamento da condição de base. Escolha uma das opções ou associe-as conforme a necessidade clínica:
  • Loperamida (2 mg/comprimido) 2-4 mg VO após cada evacuação diarreica (dose máxima diária: 16 mg). Pode ser empregada na presença de diarreia crônica não infecciosa;
  • Colestiramina (4 g/sachê) diluir 1 sachê em água e tomar VO 3x/dia, com ajuste posterior da dose, se necessário. Após seu uso, é recomendado respeitar um intervalo de 4 horas para a administração de outras medicações. Indicada para má-absorção de sais biliares (indicação: diarreia por sais biliares);
  • Pancreatina (25.000 unidades/comprimido) 1-2 comprimidos VO nas principais refeições. Ajustes posológicos conforme a evolução da diarreia/esteatorreia e ganho de peso do paciente. Indicada para quadros de insuficiência pancreática exócrina por pancreatite crônica ou pós- bypass gástrico;
  • Lactase (9.000 ou 10.000 unidades) 1-3 comprimidos VO antes da ingestão de alimentos com lactose. Indicada para quadros de intolerância à lactose;
  • Dieta isenta de glúten para pacientes com doença celíaca . Realizar acompanhamento bianual com sorologias e nova endoscopia a cada 1-2 anos. Orientações sobre contaminação cruzada, uso de talhares individualizados e evitar uso dos mesmos utensílios culinários empregados em alimentos com glúten;
  • Doença de Whipple: Ceftriaxona 1 g EV 12/12 horas por 2 semanas. Posteriormente, Sulfametoxazol + Trimetoprima 800/160 mg VO 12/12 horas por 12 meses;
  • Imunodeficiência comum variada: Imunoglobulina 200-400 mg/kg a cada 3-4 semanas, com alvo de IgG > 500-700 mg/dL. Tratamento reservado para casos de IgG < 300-500 mg/dL;
  • Síndrome do intestino curto: Teduglutida 0,05 mg/kg 1x/dia (indicada entre os pacientes com dependência de suporte nutricional parenteral).