Orientações ao Prescritor
Estabelecido o diagnóstico de obstrução maligna inoperável:
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Devem ser suspensas:
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edicações, hidratação e alimentação VO;
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A via parenteral é a escolha
(hipodermóclise ou endovenosa);
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O tratamento compreende três fases que são descritas em "Tratamento Farmacológico".
Dieta e Hidratação
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Passagem de sonda nasogástrica (SNG), em caso de episódios frequentes de vômito (grande volume > 4x/dia) e distensão abdominal importante, conforme desejo do paciente;
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A SNG aberta possibilita a liberação de dieta líquida sem resíduos (chás, água, sucos claros sem grumos e gelatina), caso seja o desejo do paciente, o que pode trazer conforto;
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Hidratação:
1-1,5 L/dia (SF 0,9% ou SG 5%) SC (hipodermóclise) ou EV.
Tratamento Farmacológico - 1
a
Fase
1.
Antieméticos:
Escolha uma das seguintes opções:
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Haloperidol
Iniciar com 1 mg SC a cada 8 ou 12 horas, em bólus. Deve-se ajustar a quantidade, podendo chegar à dose máxima de 10-15 mg/dia;
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Clorpromazina
25 mg SC a cada 12 horas, dose máxima de 100 mg/dia;
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Na prática, não é comum seu uso;
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Opção se o paciente tiver
delirium
hiperativo associado, pelo efeito sedativo.
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Ondansetrona
4-8 mg SC ou EV a cada 8 horas. Pode ser associada com sucesso às medicações acima, com dose máxima de 24 mg/dia;
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Se a opção for a administração pela via SC (hipodermóclise), deve ser feita a diluição da medicação de 4-8 mg em 30 mL de SF 0,9%, por infusão gravitacional.
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2.
Anticolinérgicos:
Escolha uma das seguintes opções:
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Butilbrometo de escopolamina
60-120 mg/dia, SC ou EV, divididos a cada 6 horas ou em bomba de infusão contínua (BIC). Dose máxima de 240 mg/dia;
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Devido ao efeito colateral de boca seca, como medida de conforto pode-se oferecer gelo e picolé de fruta ao paciente (ex.: limão, evitar os que contêm leite), uso de saliva artificial
Kin-Hidrat®
ou gel íntimo lubrificante KY®;
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Atenção!
Há risco de retenção urinária aguda pelo uso de anticolinérgico e opioide. Deixar sonda vesical de alívio, caso seja necessário.
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3.
Corticosteroide:
Escolha uma das seguintes opções:
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Dexametasona
12-16 mg/dia SC ou EV pela manhã;
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Se a opção for a via SC, deve ser realizada hipodermóclise exclusiva, diluindo-se a medicação em 30 mL de
SF 0,9% e administrando-a
por infusão gravitacional;
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O acesso
não
pode ser utilizado para administração de outras medicações, devido ao risco de reação local por incompatibilidade com outros fármacos;
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Metilprednisolona
1-4 mg/kg/dia EV, pela manhã.
4.
Analgésico:
Escolha uma das seguintes opções:
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Morfina:
Iniciar com 2 mg SC em bólus a cada 4 horas ou 10 mg SC ou EV em BIC em 24 horas;
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Não existe dose máxima, titular de acordo com a resposta do paciente;
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Quando administrada por EV, é boa prática que seja em infusão contínua para garantir o efeito analgésico. Essa infusão pode ser feita no mesmo soro da Escopolamina;
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Não se esquecer de administrar dose de resgate, caso o paciente sinta dor. Deixa-se 1/6 a 1/10 da dose total diária para ser administrada até 6x/dia.
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5.
Inibidor da bomba de prótons:
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Omeprazol
40 mg/manhã, EV ou hipodermóclise, diluídos em 100 mL de SF 0,9% em BIC por 40 minutos.
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Tratamento Farmacológico - 2
a
Fase
Escolha um dos esquemas a seguir conforme resposta à 1
a
fase.
Esquema A: Após 5 dias do início da 1
a
fase. Se houver reversão da obstrução e melhora dos sintomas:
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Iniciar desmame de corticosteroide;
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Reduzir dose de Escopolamina.
Esquema B: Após 5 dias do início da 1
a
fase. Se manutenção da obstrução:
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Iniciar desmame de corticosteroide;
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Suspender Escopolamina;
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Prescrever
Octreotida
600-900 mg/dia SC ou EV ou em infusão, divididos a cada 8 horas, em bólus.
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Tratamento Farmacológico - 3
a
Fase
Alterações nos tratamentos das fases anteriores:
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Após 3 dias do início da 2
a
fase, se houver melhora dos sintomas (menos de 2 episódios de vômito/dia), manter dosagem mínima eficaz de Octreotida;
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Considerar reduzir hidratação venosa para 250-500 mL/dia e colocar as medicações parenterais (Morfina) no soro único de hidratação;
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Se houver manutenção dos sintomas, suspender Octreotida e considerar gastrostomia endoscópica ou cirúrgica;
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Nesse caso, o paciente deve manter dieta líquida sem resíduos. É um paciente selecionado para admissão em hospital de cuidados paliativos;
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A atenção domiciliar requer uma estrutura mínima de assistência com enfermagem para administração das medicações por hipodermóclise e avaliação médica periódica no ajuste fino, caso seja necessário.
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Avaliação da SNG:
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Na prática de quem trabalha em cuidados paliativos, a manutenção da SNG pode ser razoável, pesando-se riscos/benefícios a longo prazo e considerando-se:
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Funcionalidade do paciente:
Escala de performance paliativa (PPS);
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Prognóstico:
Índice de prognóstico paliativos (PPI);
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Escore prognóstico paliativo (PaP).
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Profiláticos e Sintomáticos
1.
Analgésico e antitérmico:
Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções:
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Dipirona Sódica
(500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
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Dipirona Sódica
gotas
(500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
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Dipirona Sódica
500-1000 mg VO até 4/4 horas;
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Paracetamol gotas
(200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
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Paracetamol
500-750 mg VO até de 6/6 horas.
2.
Proteção gástrica:
Escolha uma das opções:
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Omeprazol
(40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas pela manhã;
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Pantoprazol Sódico
20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
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Pantoprazol Sódico
(40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.