Orientações ao Prescritor
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Deve-se tratar a doença de base associada ao prurido;
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Medidas gerais estão sempre recomendadas:
Hidratação regular da pele com emolientes (evitando-se cremes à base de ureia), uso de roupas confortáveis feitas de algodão ou outras fibras naturais, banhos em temperatura fria ou morna e cuidados com as unhas;
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Anti-histamínicos de primeira geração (como Dexclorfeniramina e Hidroxizina) podem contribuir para a melhora da qualidade do sono devido a seu potencial sedativo, mas não têm efeito sobre o prurido associado à colestase. Esses agentes podem causar ainda efeitos colaterais indesejáveis como fadiga e xerostomia. Seu uso tem sido desencorajado;
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Transplante hepático, com critério especial de prioridade, pode ser indicado dependendo da gravidade da doença hepática e da intensidade do prurido;
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O tratamento farmacológico específico é feito de forma escalonada
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seguindo a ordem apresentada abaixo, respeitando-se a tolerância de cada paciente, o limite de posologia e as eventuais contraindicações;
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A combinação de diferentes medicações pode ser feita, se necessário.
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Existem outros medicamentos em teste para prurido, porém, ainda não estão disponíveis no Brasil.
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas ou associe-os conforme a manifestação clínica.
Esquema A: Tratar conforme Orientações ao Prescritor:
Escolha uma das opções ou associe-as conforme a necessidade clínica, seguindo a ordem a seguir:
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1ª opção: Colestiramina
(4 g/sachê)
4-8 g VO de 12/12 horas (dose máxima de 16g/dia). Iniciar com 4 g/dia, com progressão gradativa:
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O efeito pode ser potencializado com a administração antes e após o café da manhã em pacientes com vesícula biliar intacta;
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Deve ser tomada pelo menos 2 horas após outras medicações. Evitar administração de outros medicamentos por 4 horas após seu uso;
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Limitações:
Pouco palatável, constipação intestinal, risco de deficiência de vitamina K, interferência na absorção de outros medicamentos.
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Rifampicina
(150 mg/comprimido) 150-300 mg VO até de 12/12 horas;
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Deve ser realizada revisão laboratorial com 6 e 12 semanas de tratamento ou após qualquer alteração de dose;
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Uso regulado no Brasil em decorrência do tratamento da tuberculose;
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Limitações:
Risco de hepatite medicamentosa
(5%-12% dos casos), anemia hemolítica, náusea, redução do apetite e insuficiência renal.
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Naltrexona
(50 mg/comprimido) 12,5-50 mg VO de 24/24 horas;
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Progredir a dose lentamente para minimizar o risco de síndrome de abstinência de opioide;
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Deve ser evitada em pacientes com disfunção hepática grave em uso de opioides ou com hepatite aguda.
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Naloxona
(0,4 mg/mL)
0,2 microgramas/kg/minuto EV contínuo por 12-72 horas em pacientes internados;
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Sertralina
(50 mg/comprimido) 75-100 mg VO de 24/24 horas. Iniciar com 25 mg/dia e progredir lentamente;
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Fenobarbital
(40 mg/mL)
90 mg VO à noite.
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Esquema B: Colangite esclerosante primária ou colangite biliar primária:
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Bezafibrato
(400 mg/comprimido) 400 mg VO de 24/24 horas. Deve ser evitado em pacientes com cirrose descompensada.
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Esquema C: Colestase intra-hepática da gestação:
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Ácido ursodesoxicólico
(150, 300 mg/comprimido)
13-15 mg/kg/dia VO fracionados em 2 tomadas.
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