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Rotação de Opioides

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Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

    Considerar nos seguintes cenários:
  • Eficácia insuficiente: Quando a dor não está bem controlada com o opioide atual, mesmo após ajuste de dose;
  • Efeitos colaterais intoleráveis: Como náusea, vômito, constipação ou sedação excessiva, que comprometem a adesão ao tratamento;
  • Desenvolvimento de tolerância: Quando o paciente necessita de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito analgésico;
  • Hiperalgesia induzida por opioide: Quando há piora da dor à administração do opioide;
  • A mudança da analgesia além dos fatores supracitados pode ser discutida individualmente, levando em consideração custo, via de administração e aceitabilidade do paciente ou familiar responsável.
    1° passo: Calcular a dose total de opioide utilizada nas 24 horas (incluir dose habitual + doses extras usadas para o controle da dor):
  • Se um único tipo de opioide usado: somar a dose e converter para dose equivalente de Morfina oral;
  • Se mais de um tipo de opioide utilizado: converter cada tipo para dose equivalente de Morfina oral e só depois somar tudo;
  • Utilizar as tabelas ou proporções de equianalgesia de cada opioide (abaixo).

2º passo: Diminuir em 25-50% da dose calculada de Morfina VO.

3º passo: Se dor descontrolada, aumentar 25% da dose total calculada de Morfina VO.

4º passo: Converter dose de Morfina VO calculada para dose equivalente do novo opioide a ser utilizado (utilize a tabela de conversão mais abaixo).

5º passo: Distribuir a dose total convertida de acordo com a posologia habitual (ex.: A posologia do Tramadol é 6/6 horas. Logo, se a dose total convertida for 100 mg, a prescrição será 25 mg de 6/6 horas).

    6º passo: Lembrar de sempre deixar prescrito dose de resgate com um opioide de ação rápida (preferir morfina VO ou EV/SC).
  • A dose de resgate é 1/10-1/6 da dose total de equivalência de Morfina VO (ex.: Se o paciente está usando 240 mg de Tramadol VO, isso equivale a 30 mg de Morfina VO, equivalendo a 10 mg de Morfina EV. Logo a dose de resgate será 1/10-1/6 de 10 mg de Morfina. Ou seja, 1-1,6 mg/dose.

Para mais informações sobre dose de resgate e posologia dos Opioides, acesse Abordagem Completa de Controle da Dor em Cuidados Paliativos e Prescrição do Controle da Dor em Cuidados Paliativos.

Tabela de Equianalgesia de Opioides
Opioide Dose equivalente a 30 mg de Morfina VO/dia
Morfina (VO) 30 mg
Codeína (VO) 300 mg
Tramadol (VO) ~240 mg (1/10-1/6)
Oxicodona (VO) 20 mg
Tramadol (EV) 150 mg
Morfina (EV/SC) 10 mg
Fentanil (EV) 100 microgramas (0,1 mg)

Exemplo: Rotação de Tramadol para Morfina SC/EV

    O paciente estava em uso de 400 mg/dia de Tramadol VO e precisou realizar 3 doses resgate de Morfina 10 mg para controle da dor. Ainda assim, chegou com dor não controlada.
  • 1º passo (calcular dose total do opioide): 400 mg (de Tramadol VO) e 30 mg (Morfina VO).
    • Conversão de Tramadol VO para Morfina VO (vide tabela de equianalgesia): 240 mg de Tramadol VO equivale a 30 mg de Morfina VO. Logo, 400 mg de Tramadol VO equivalerá a 50 mg de Morfina;
    • Dose total de Morfina oral utilizada: 80 mg (50 + 30).
  • 2º passo (diminuir 25-50% a dose): 80 mg - 25% = 60 mg;
  • 3º passo (se dor descontrolada, aumentar 25% da dose): 60 mg + 25% = 80 mg de Morfina VO;
  • 4º passo (converter dose para o novo opioide): 10 mg de Morfina SC equivalem a 30 mg de Morfina VO. Logo, 80 mg VO equivalem a ~26 mg de Morfina SC;
  • 5º passo (distribuir dose conforme posologia do novo opioide): A posologia da Morfina SC é de 4/4 horas (6 doses diárias). Logo, 26/6 = ~4 mg/dose;
  • 6º passo (dose de resgate): 1/10 de 26 mg equivalem a ~2,6-4 mg de Morfina EV de resgate;
  • Prescrição final: Morfina 4 mg SC de 4/ 4 horas (fixo) + Morfina 4 mg SC até de 4/4 horas, se dor.
    • Se dor descontrolada, acionar médico para reavaliações seriadas.

Para mais informações sobre dose de resgate e posologia dos Opioides, acesse Abordagem Completa de Controle da Dor em Cuidados Paliativos e Prescrição do Controle da Dor em Cuidados Paliativos.

Observação! As doses e porcentagens sugeridas nas rotações são com base na literatura atual. Contudo, podem ser individualizadas a partir de uma análise minuciosa da dor do paciente. Para casos mais complexos, um médico paliativista ou especialista em dor deverá ser consultado.

Orientações ao Prescritor

    Considerar nos seguintes cenários:
  • Eficácia insuficiente: Quando a dor não está bem controlada com o opioide atual, mesmo após ajuste de dose;
  • Efeitos colaterais intoleráveis: Como náusea, vômito, constipação ou sedação excessiva, que comprometem a adesão ao tratamento;
  • Desenvolvimento de tolerância: Quando o paciente necessita de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito analgésico;
  • Hiperalgesia induzida por opioide: Quando há piora da dor à administração do opioide;
  • A mudança da analgesia além dos fatores supracitados pode ser discutida individualmente, levando em consideração custo, via de administração e aceitabilidade do paciente ou familiar responsável.

Existem duas formas de se introduzir a Oxicodona: Conversão direta e Conversão gradual.

    Método Conversão direta :
    • Para pacientes hospitalizados com monitoramento próximo;
    • Suspender a morfina imediatamente;
    • Iniciar a Oxicodona (já com dose reduzida em 25%) na dose calculada dividida em 2 doses diárias;
    • Monitoramento rigoroso de efeitos adversos.
    Método Conversão gradual :
  • Pacientes frágeis ou ambulatoriais;
  • Reduzir a morfina gradualmente em 25% ao dia;
  • Introduzir a Oxicodona com aumento progressivo da dose ao longo de 3-5 dias;
  • Ajustar a dose conforme resposta.

Exemplo: Rotação para Oxicodona pelo Método de Conversão Gradual

Paciente chega ao consultório com dor controlada em uso de 10 mg/dose de Morfina VO de 4/4 horas, porém referindo náuseas persistentes ao qual atribui ao uso da Morfina.

  • 1º passo (calcular dose total do opioide): 6 doses de 10 mg de Morfina equivalem a 60 mg de Morfina/dia;
    • Não foram realizados resgates para controle da dor. Logo, a dose total será apenas os 60 mg/dia.
  • 2º passo (diminuir 25% da dose): 60 - 25% = 45;
  • 3º passo (se dor descontrolada, aumentar 25% da dose): Dor controlada. Logo, manteremos 45 mg/dia;
  • 4º passo (converter dose para o novo opioide): 30 mg de Morfina VO equivalem a 20 mg de Oxicodona. Logo, 45 mg equivalem a 30 mg;
  • 5º passo (distribuir dose conforme posologia do novo opioide): A posologia da Oxicodona é 2x/dia;
    • Observação! O comprimido disponível não pode ser triturado e não existe a formulação em comprimido de 5 mg ou 15 mg. Logo, podemos ajustar a dose para 10 mg de 12/12 horas e titular conforme necessidade.
  • 6º passo (dose de resgate): 1/6-1/10 de 60 mg de Morfina VO equivale a ~6-10 mg/dose;
  • Prescrição final: Oxicodona 10 mg de 12/12 horas (fixo) + Morfina 10 mg VO até 4/4 horas, se dor;
  • No método de conversão direita, retiraríamos a Morfina de imediato e deixaríamos apenas a Oxicodona fixa. Os resgates com Morfina poderiam ser realizados conforme necessidade do paciente.

Para entender a via de administração e mais detalhes da posologia de cada opioide, acesse Abordagem Completa de Controle da Dor em Cuidados Paliativos e Prescrição do Controle da Dor em Cuidados Paliativos.

Observação! As doses e porcentagens sugeridas nas rotações são com base na literatura atual. Contudo, podem ser individualizadas a partir de uma análise minuciosa da dor do paciente. Para casos mais complexos, um médico paliativista ou especialista em dor deverá ser consultado.

Prescrição Hospitalar

Orientações ao Prescritor

    Considerar nos seguintes cenários:
  • Eficácia insuficiente: Quando a dor não está bem controlada com o opioide atual, mesmo após ajuste de dose;
  • Efeitos colaterais intoleráveis: Como náusea, vômito, constipação ou sedação excessiva, que comprometem a adesão ao tratamento;
  • Desenvolvimento de tolerância: Quando o paciente necessita de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito analgésico;
  • Hiperalgesia induzida por opioide: Quando há piora da dor à administração do opioide. Metadona é a droga preferida nesse cenário.
  • A mudança da analgesia além dos fatores supracitados pode ser discutida individualmente, levando em consideração custo, via de administração e aceitabilidade do paciente ou familiar responsável.

Existem duas formas de se introduzir a Metadona: Stop and Go e Edmonton 3-Day Switch .

    Método Stop and Go :
    • Para pacientes hospitalizados com monitoramento próximo;
    • Suspender a morfina imediatamente;
    • Iniciar a Metadona na dose calculada dividida em 2-3 doses diárias;
    • Monitoramento rigoroso nas primeiras 72 horas devido ao risco de acúmulo e depressão respiratória.
    Método Edmonton 3-Day Switch :
    • Para pacientes ambulatoriais ou de maior risco para efeitos adversos;
    • Calcular dose total do antigo opioide usado, converter para Morfina VO ou EV e introduzir essa dose de Morfina no lugar do opioide anterior;
    • Reduzir a dose de Morfina em 30-50% no 1º dia e iniciar 30-50% da dose calculada de Metadona;
    • No 2º dia, reduzir mais a morfina e aumentar a Metadona;
    • No 3º dia, suspender a morfina e manter apenas a Metadona;
    • Quanto a dose de resgate: Alguns autores advogam usar a própria Metadona como resgate. Porém, para prescritores menos experientes com seu uso, recomenda-se a Morfina.
    Conversão para a Metadona:
  • Utilize a tabela abaixo ou acesse a Calculadora de Conversão de Opioides.
Texto alternativo para a imagem Tabela de conversão da Metadona. Adaptado de: Maria PSD et al, 2023
  • Monitorar intervalor QT por ECG antes e durante o tratamento com a Metadona.

Para entender a via de administração e mais detalhes da posologia de cada opioide, acesse Abordagem Completa de Controle da Dor em Cuidados Paliativos e Prescrição do Controle da Dor em Cuidados Paliativos.

Dieta e Hidratação

  1. Dieta tolerada pelo paciente.
  2. Hidratação conforme tolerância do paciente.

Exemplo: Rotação para Metadona pelo Método Edmonton 3-Day Switch

Paciente em uso de 100 mg/dia de Morfina EV e realização de 3 resgates de 10 mg de Morfina EV por dia, mantendo dor descontrolada.

  • 1º passo (calcular dose total do antigo opioide usado): 100 + 30 = 130 mg de Morfina EV. Isso equivale a 390 mg de Morfina VO;
  • 2º passo (reduzir a dose de Morfina em 30-50%): 390 - 30% = 300 mg de Morfina VO. Isso equivale a 30 mg de Metadona (vide tabela de conversão mais acima);
  • 3º passo (introdução gradual da Metadona):
    • 1º dia (iniciar 30-50% da dose): Iniciar com 15 mg/dia de Metadona (7,5 mg de 12/12 horas) e manter 100 mg de Morfina EV/dia + resgates, se necessário;
    • 2º dia (reduzir Morfina e aumentar Metadona): Aumentar para 20 mg de Metadona de 12/12 horas e diminuir para 50 mg de Morfina EV/dia;
    • 3º dia (suspender a Morfina e deixar dose plena da Metadona): Deixar Metadona 30 mg/dia (15 mg de 12/12 horas ou 10 mg de 8/8h) e retirar Morfina.
    • Prescrição final: Metadona 30 mg/dia (15 mg de 12/12 horas ou 10 mg de 8/8 horas) + Morfina 30 mg VO até de 4/4 horas ou 10 mg EV até de 4/4 horas, se dor.

Observação! As doses e porcentagens sugeridas nas rotações são com base na literatura atual. Contudo, podem ser individualizadas a partir de uma análise minuciosa da dor do paciente. Para casos mais complexos, um médico paliativista ou especialista em dor deverá ser consultado.

Profiláticos e Sintomáticos

    1. Analgésico e antitérmico: Se presença de febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções:
  • Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
  • Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
  • Dipirona sódica 500-1000 mg VO até 4/4 horas;
  • Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
    2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
  • Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluído em água destilada, até de 8/8 horas;
  • Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
  • Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
  • Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
  • Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas
    3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
  • Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
  • Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
  • Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.

Orientações ao Prescritor

    Considerar nos seguintes cenários:
  • Eficácia insuficiente: Quando a dor não está bem controlada com o opioide atual, mesmo após ajuste de dose;
  • Efeitos colaterais intoleráveis: Como náusea, vômito, constipação ou sedação excessiva, que comprometem a adesão ao tratamento;
  • Desenvolvimento de tolerância: Quando o paciente necessita de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito analgésico;
  • Hiperalgesia induzida por opioide: Quando há piora da dor à administração do opioide;
  • A mudança da analgesia além dos fatores supracitados pode ser discutida individualmente, levando em consideração custo, via de administração e aceitabilidade do paciente ou familiar responsável.
    Orientações gerais:
  • A conversão para formulações transdérmicas também podem ser realizadas ambulatorialmente;
  • A diminuição de 20-30% da dose na conversão para o adesivo é conflitante. As tabelas de equianalgesia buscam já incluir esse valor sem necessidade de ajustes.
    Cuidados com a Buprenorfina transdérmica:
    • A analgesia plena inicia a partir das 72 horas de aplicação. Até lá, deve-se usar Morfina em intervalores regulares de 4/4 horas e conforme necessidade;
    • A dose da Morfina será igual ou superior à dose equivalente do opioide que estava usando anteriormente (ex.: se estava usando 240 mg de Tramadol/dia, a dose equivalente será de 10 mg de Morfina EV/dia);
    • Após 24 horas, iniciar desmame gradual da Morfina até retirada total dela nas 72 horas após aplicação do adesivo;
    • Se após 72 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar aumento de mais adesivo de Buprenorfina.

Tabela de conversão da Buprenorfina transdérmica:

Morfina oral (mg/dia) Buprenorfina transdérmica (micrograma/hora)
12,5-19 5
20-30 10
40-70 20
80-100 35
120-160 52,5
180-240 70
260-320 105
340 140

Observação! Doses acima de 70 micrograma/hora devem ser avaliadas por médico paliativista ou especialista em dor.

    Cuidados com o Fentanil transdérmico:
  • A analgesia plena inicia a partir das 24 horas de aplicação. Até lá, deve-se usar Morfina em intervalores regulares de 4/4 horas e conforme necessidade;
  • A dose da Morfina será igual ou superior à dose equivalente do opioide que estava usando anteriormente (ex.: se estava usando 240 mg de Tramadol/dia, a dose equivalente será de 10 mg de Morfina EV/dia);
  • Após 12 horas, iniciar desmame gradual da Morfina até retirada total dela nas 48 horas após aplicação do adesivo;
  • Se após 48 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar adicionar mais 12,5 microgramas/hora de Fentanil.

Tabela de conversão do Fentanil transdérmico:

Morfina oral (mg/dia) Adesivo de FTD (micrograma/hora)
15 Não indicado
25-30 12
50 25
100 50
150 75
200 100
250 125
300 150

Para entender a via de administração e mais detalhes da posologia de cada opioide, acesse Abordagem Completa de Controle da Dor em Cuidados Paliativos e Prescrição do Controle da Dor em Cuidados Paliativos.

Dieta e Hidratação

  1. Dieta tolerada pelo paciente.
  2. Hidratação conforme tolerância do paciente.

Exemplo: Rotação para Buprenorfina Trandérmica

Idoso frágil, em uso de 40 mg de Morfina SC com previsão de alta breve. Optado por rotação para adesivo de Buprenorfina pela facilidade na posologia.

  • 1º passo (calcular dose total do antigo opioide usado): 40 mg de Morfina SC, equivalem a 120 mg de Morfina VO;
  • 2º passo (conversão para o novo opioide): Pela tabela, 120 mg de Morfina VO equivalem ao adesivo de 52,5 micrograma/hora de Buprenorfina;
  • 3º passo (aplicar adesivo e realizar desmame gradual da Morfina):
    • 1º dia: Manter 40 mg de Morfina SC ou 120 mg VO, divididos de 4/4 horas e aplicar o adesivo;
    • 2º dia em diante: Iniciar desmame gradual de morfina 25-50% da dose até atingir retirada total com 72 horas da aplicação do adesivo.
  • 4º passo (dose de resgate e reajuste do adesivo):
    • Dose de resgate: Será 120 mg de Morfina VO divididos de 4/4 horas;
    • Se após 72 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar aumento de mais adesivo de Buprenorfina (dose de 5 micrograma/hora ou titular dose conforme quantidade de resgates).
  • Prescrição final: Buprenorfina 52,5 micrograma/hora a cada 7 dias + Morfina 20 mg VO até de 4/4 horas, se dor.

Observação! As doses e porcentagens sugeridas nas rotações são com base na literatura atual. Contudo, podem ser individualizadas a partir de uma análise minuciosa da dor do paciente. Para casos mais complexos, um médico paliativista ou especialista em dor deverá ser consultado.

Exemplo: Rotação para Fentanil Transdérmico

Idoso hígido, em uso de 150 mg de Morfina VO/dia, com dor controlada. Reclama da quantidade diversa de medicações que faz uso e gostaria de simplificar o esquema. Optado rotação de opioide para Fentanil transdérmico.

  • 1º passo (calcular dose total do antigo opioide usado): 150 mg de Morfina VO/dia;
  • 2º passo (conversão para o novo opioide): Pela tabela, 150 mg de Morfina VO equivalem ao adesivo de 75 microgramas/hora de Fentanil;
  • 3° passo (iniciar desmame da Morfina): Retirar 50% da dose da Morfina a partir de 12 horas da aplicação do adesivo;
  • 4º passo (retirada da Morfina): Retirar a dose restante da Morfina e manter apenas o Fentanil em até 48 horas da aplicação do adesivo;
  • 5º passo (dose de resgate e reajuste do adesivo):
    • Dose de resgate: Será de 150 mg de Morfina VO divididos de 4/4 horas;
    • Se após 48 horas o paciente necessitar de mais de 2 resgates de Morfina por dia, considerar adicionar mais 12,5 microgramas/hora de Fentanil.
  • Prescrição final: Fentanil transdérmico 75 microgramas/hora + Morfina 20 mg até de 4/4 horas, se dor.

Observação! As doses e porcentagens sugeridas nas rotações são com base na literatura atual. Contudo, podem ser individualizadas a partir de uma análise minuciosa da dor do paciente. Para casos mais complexos, um médico paliativista ou especialista em dor deverá ser consultado.

Profiláticos e Sintomáticos

    1. Analgésico e antitérmico: Se presença de febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções:
  • Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
  • Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
  • Dipirona sódica 500-1.000 mg VO até 4/4 horas;
  • Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
  • Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
    2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
  • Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluído em água destilada, até de 8/8 horas;
  • Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
  • Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
  • Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
  • Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas
    3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
  • Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
  • Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
  • Pantoprazol sódico (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.

Orientações ao Paciente/Familiar

    Aplicação do adesivo:
  • Em uma área seca, limpa e sem pelos da parte superior do tórax, costas, flanco ou braço;
  • Evitar áreas de dobras da pele, regiões com cicatrizes ou pele irritada;
  • Se necessário, cortar os pelos com tesoura (não raspar para evitar irritação);
  • Não aplicar cremes, óleos ou loções antes da aplicação;
  • Lavar a pele apenas com água e secar bem;
  • Evitar tocar na parte adesiva para não comprometer a absorção;
  • Ao aplicar, pressionar firmemente por 30 segundos para garantir a aderência;
  • Lavar as mãos após a aplicação para evitar contato acidental com o Fentanil.
    Troca do adesivo:
  • Trocar a cada 3 dias, se Fentanil transdérmico;
  • Trocar a cada 5-7 dias, se Buprenorfina transdérmica;
  • Se houver perda da adesão antes do tempo, substituir por um novo no mesmo local e recomeçar contagem de dias;
  • Rotacionar os locais de aplicação para evitar irritação da pele.
    Remoção do adesivo:
  • Retirar lentamente para evitar danos à pele;
  • Lavar a pele com água e sabão se houver resíduos adesivos;
  • Não usar álcool ou solventes agressivos.