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Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) em Pediatria

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Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

Para crianças com menos de 6 anos, recomenda-se psicoeducação, treino parental e intervenções comportamentais em sala de aula.

Para crianças entre 6-18 anos as intervenções medicamentosas são preconizadas como primeira linha. Psicoeducação, treino parental e da escola também são recomendados nessa faixa etária.

Os estimulantes possuem um tamanho de efeito maior do que não estimulantes na melhora de sintomas de TDAH e comprometimento funcional.

Metilfenidato é a medicação de escolha em crianças e adolescentes, sem uma recomendação específica quanto a formulação de curta ou longa duração.

As formulações dos estimulantes de longa duração estão associadas a maior adesão medicamentosa e menor potencial de abuso.

Avaliar a presença de doenças cardíacas ou fatores de risco antes de começar a medicação (ECG e encaminhamento para especialista só deve ser feito caso haja algum elemento positivo no rastreio clínico).

Trocar de medicação após 6 semanas de tratamento com dose apropriada de metilfenidato sem melhora clínica, devendo uma anfetamina ser prescrita - no Brasil, só está disponível a Lisdexanfetamina, composto derivado de anfetamina.

Recomenda-se pausa na medicação, como, por exemplo, nas férias escolares e aos finais de semana. As interrupções auxiliam a diminuir a tolerância, bem como permitem a avaliação da necessidade de manutenção do tratamento medicamentoso.

O período de duração do tratamento não é bem estabelecido na literatura.

A evolução dos sintomas durante o desenvolvimento deve ser avaliada e após um período assintomático (mesmo durante interrupções temporárias), pode ser tentada a interrupção da medicação.

Tratamento Não Farmacológico

  • Orientações gerais: Treinamento por reforço positivo, ambiente de estudo com poucos fatores de distração e com rotinas previsíveis;
  • Orientações aos familiares: O rientar estratégias facilitadoras de organização e de planejamento das atividades diárias da criança ou adolescente;
  • Orientações à escola: Necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos; rotinas diárias consistentes e ambiente escolar previsível; atendimento individualizado; colocação da criança em locais com pouca distração durante as aulas;
  • Tratamento comportamental: Envolve o uso de gratificações ou reforçadores comportamentais, consequências negativas (para coibir de forma imediata um comportamento disruptivo ou ofensivo) e tempo fora do reforço social (quando o comportamento indesejado é reforçado pela atenção de outros).

Tratamento Farmacológico

    1. 1ª linha : Metilfenidato:
  • Liberação imediata (Ritalina®): 0,3-1,2 mg/kg/dia (20-60 mg/dia) VO até 3x/dia (manhã, meio dia, após o lanche), duração de 4 horas;
  • Liberação modificada (Ritalina LA®): 0,3-1,2 mg/kg/dia (20-60 mg/dia) VO 1x/dia (manhã). Se necessário, aumentar a dose em 10 mg/semana. Dose máxima: 60 mg/dia;
  • Liberação prolongada (Concerta®): 18 mg/dia VO 1x/dia (manhã). Dose máxima: 54 mg/dia.
    2. 2ª linha :
  • Lisdexanfetamina 30, 50 ou 70 mg: i niciar com dose mais baixa (30 mg) e aumentar conforme necessidade clínica, de 20 em 20 mg, com intervalos de 1 semana entre cada aumento, até, no máximo, 70 mg/dia VO. Dose única diária pela manhã.
    3. 3ª linha: [cms-watermark]
  • Atomoxetina 0,5-1,4 mg/kg/dia VO. Iniciar com a dose mínima. Após 7 dias é possível aumentar para 1,2 mg/kg, em uma dose pela manhã ou duas doses diárias (manhã /final da tarde). Dose máxima: 100 mg/dia;
  • Clonidina 0,01-0,04 mg/kg/dia VO. Dividir em 2-3x/dia. Usualmente se inicia com a dose à noite.