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Transtorno por Uso de Álcool

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Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

  • Intervenções farmacológicas d e stinam-se ao tratamento da abstinência e do transtorno por uso de álcool visando reduzir a intensidade da ingestão alcóolica e aumentar os dias de abstinência. Tem pequenas medidas de efeito em estudos clínicos e por vezes contraditórias;
  • Inicialmente, deve se estabelecer o objetivo do tratamento. Abstinência é sempre o objetivo primário, mas para pacientes que não estão motivados a interromper o uso, uma redução na intensidade do consumo pode ser uma alternativa sob uma perspectiva de redução de danos;
  • Avaliar história prévia de sintomas de abstinência e estimar probabilidade de ocorrência de abstinência alcóolica conforme padrão de uso. Caso necessário, tratar primariamente a abstinência;
  • Para pacientes não motivados à mudança, recomenda-se a realização de entrevista motivacional e psicoeducação;
  • Avaliar gravidade do transtorno por uso de álcool e presença de comorbidades psiquiátricas;
  • Intervenções psicossociais e psicoterapia são efetivas e necessárias ao tratamento do transtorno por uso de álcool;
  • Deve-se dar maior enfoque à adesão às medidas psicossociais e psicoterapêuticas;
  • A recuperação do paciente pode ser um processo longo;
  • O plano de tratamento deve ser continuamente avaliado e modificado conforme necessário.

Tratamento Farmacológico

    1. Primeira linha:
  • Naltrexona i niciar 50 mg/dia VO. Evitar uso em hepatopatas. Não se deve introduzir para pacientes em uso crônico de opioides, pois pode desencadear síndrome de abstinência (iniciar após 7 dias de abstinência do opioide). Uma vez alcançados os objetivos, manter inicialmente por 3-6 meses, porém esse tempo pode ser individualizado;
  • Topiramato i niciar 25 mg/dia VO. A introdução deve ser escalonada, aumentando-se 25 mg/dia até atingir a dose alvo. Dose terapêutica entre 100-300 mg. [cms-watermark]
    2. Segunda linha:
  • Dissulfiram (não está disponível no mercado brasileiro, mas em alguns grandes centros há possibilidade de ser manipulado): 250 mg/dia em dose única diária, após um intervalo de, pelo menos, 12 horas de abstinência. Os pacientes também podem se beneficiar com doses de 500 mg/dia. A duração recomendada para o tratamento é de 1 ano;
  • Gabapentina 600-1.800 mg/dia VO, dividido em 3 tomadas. [cms-watermark]

Tratamento Não Farmacológico

    1. Psicoterapias: As terapias comportamentais e motivacionais - incluindo aconselhamento individual, familiar ou em grupo - são as formas mais eficazes de tratamento para abuso de drogas:
  • Entrevista motivacional: Busca trabalhar a ambivalência, possui larga evidência quanto à eficácia na redução do risco de beber pesado;
  • Terapia cognitivo comportamental (TCC) : Focada na mudança de distorções cognitivas, crenças disfuncionais e comportamentos negativos, melhorando a regulação das emoções e desenvolvimento de estratégias de enfrentamento;
  • Manejo de contingência: Visa reforçar o comportamento desejado e extinguir o comportamento problema, através de estratégias de reforço positivo ou negativo;
  • Programa de 12 passos : Algumas evidências que sugerem que é equivalente ao TCC em eficácia;
  • Intervenções baseadas em mindfulness ;
  • Terapia Dialética Comportamental (DBT) : Há um protocolo de cuidados e habilidades específicas para uso de substâncias, álcool e outros comportamentos compulsivos;
  • Grupos de psicoterapia de abordagens diversas: O tratamento em grupo cria um ambiente de acolhimento, identificação e validação para os participantes através da troca de vivências individuais e pode também funcionar como rede de apoio;
  • Grupos externos: A lcoólicos anônimos ;
  • Grupos/terapia individual com protocolo de Prevenção de recaída : Enfoque no desenvolvimento e reforço da autoeficácia, identificação de gatilhos/fatores de risco para o uso e também para a manutenção, criação de novas estratégias comportamentais em substituição ao uso.