O quadro de intoxicação por opioides encontra-se descrito no guia de intoxicações;
O tratamento medicamentoso deve ser associado a intervenções psicossociais;
Conforme os critérios do paciente e a disponibilidade do sistema de saúde, essa abordagem pode ser realizada em contexto ambulatorial, em hospital-dia ou em regime de internação;
O manejo envolve um período de desintoxicação, seguido de uma fase de manutenção, sendo que a associação com a terapia de substituição com opioides mostrou-se mais eficaz do que a abstinência com controle sintomático apenas;
As diretrizes sugerem que a preferência no tratamento medicamentoso seja pelos agonistas opioides (Buprenorfina e metadona) em vez de pelos antagonistas (Naltrexona);
Como segunda linha, em especial naqueles que apresentam quadros leves, e que necessariamente conseguem se manter abstinentes e estão motivados a seguir o tratamento, tem-se a Naltrexona;
Não há uma recomendação bem estabelecida quanto ao tempo mínimo de duração do tratamento, mas há uma consistente associação de terapias de longo prazo com redução das taxas de recaída.
Tratamento Farmacológico
Terapia de substituição com agonistas e antagonistas opioides:
Metadona
10-30 mg VO no 1º dia + 10 mg se houver sintomas de abstinência. Dose máxima no 1º dia: 40 mg/dia. Progredir a dose conforme resposta e tolerância do paciente, com aumentos de 5-10 mg/dia a cada 3 dias. Dose habitual: 60-80 mg/dia. Dose máxima: 120 mg/dia. Descontinuação gradual: 5 mg da dose diária por semana, até a retirada completa, associando-se então Clonidina. No Brasil recomenda-se uso apenas em regime de internação hospitalar;
Naltrexona
25 mg/dia VO no 1º dia. Progredir a dose conforme resposta e tolerância do paciente. Dose máxima: 50 mg/dia;
Clonidina
d
ose inicial de 0,1 mg a cada 6 ou 8 horas. Aumento gradual até 0,3 mg a cada 6 ou 8 horas. Dose máxima: 1,2 mg/dia. Descontinuação gradual: 0,1 mg/dia a cada 2 ou 3 dias, por efeitos rebote de hiperatividade simpática.
Tratamento Não Farmacológico
Psicoeducação;
Psicoterapias
baseadas em evidência, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) e entrevista motivacional (EM);
Terapias em grupo e grupos de aconselhamento e autoajuda (ex.: Narcóticos Anônimos).