Orientações ao Prescritor
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Como o uso desses compostos não costuma ocorrer de forma constante ao longo do tempo, o tratamento costuma ser voltado para os casos de intoxicação, aqui descritos com uma abordagem geral;
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A maioria dos quadros de intoxicação é autolimitada, permitindo uma abordagem conservadora:
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O paciente deve ser encaminhado para um ambiente tranquilo e seguro, no qual possa ser estabilizado e monitorado;
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Deve-se descartar outras causas, como hipoglicemia;
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Não há antídoto.
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Casos graves podem requerer uma abordagem mais complexa, sendo necessária a internação em unidade de cuidados intensivos;
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Se possível, evitar a contenção mecânica para não elevar o risco de rabdomiólise. Caso seja realmente necessário, mantê-la pelo menor tempo possível;
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O uso de antipsicóticos deve ser limitado ao mínimo possível, pois seus efeitos adversos (ex.: acatisia) podem agravar o quadro inicial:
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Antes de utilizá-lo, deve-se solicitar um eletrocardiograma.
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O uso de benzodiazepínico por via EV deve ser feito lentamente e com monitoração para evitar a depressão respiratória. No caso do Diazepam, sua administração IM é errática, sendo preferível a administração no deltoide;
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A lavagem gástrica é pouco útil (rápida absorção), e o carvão ativado está indicado quando houver ingestão de grande quantidade 1 hora antes do atendimento (1g/kg - dose máxima: 50 g);
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Deve-se evitar a acidificação da urina e o uso de betabloqueadores;
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As complicações clínicas de cada substância em particular devem ser tratadas de forma sintomática;
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Critérios de alta:
R
emissão dos sintomas + sinais vitais estáveis:
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Na legislação brasileira, há uma portaria sobre desintoxicação que sugere tempo de permanência de 24-48 horas para desintoxicação (Portaria GM/MS nº 2.197, de 14 de outubro de 2004 - artigo 8º, l).
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A ingestão de outras substâncias pode modificar a apresentação dos sintomas e o curso do tratamento;
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Tratar condições concomitantes:
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Hipertermia;
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Rabdomiólise;
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Hiponatremia.
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Dieta e Hidratação
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Dieta oral zero.
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Hidratação venosa com base nos parâmetros hemodinâmicos: SF 0,9%
30-40 mL/kg EV em 24 horas.
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Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas ou associe-os conforme necessidade clínica:
Esquema A:
Se hipertensão, taquicardia, pânico, ansiedade ou agitação:
Escolha uma das opções:
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Diazepam
5-20 mg VO;
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Diazepam
0,5-1 mL/minuto EV lento.
Esquema B:
Se sintomas psicóticos ou agitação refratária:
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Haloperidol
5 mg IM.
Profiláticos e Sintomáticos
1.
Analgésico e antitérmico:
Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das opções:
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Dipirona sódica
(500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 horas);
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Dipirona sódica
gotas
(500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
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Dipirona sódica
500-1.000 mg VO até de 4/4 horas;
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Paracetamol gotas
(200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
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Paracetamol
500-750 mg VO até de 6/6 horas.
2.
Antiemético:
Se presença de náuseas e/ou vômitos.
Escolha uma das opções:
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Metoclopramida
(10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluídos em água destilada, até de 8/8 horas;
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Metoclopramida
(4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
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Metoclopramida
10 mg VO de 8/8 horas;
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Bromoprida
(10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
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Bromoprida
(4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
3.
Proteção gástrica:
Escolha uma das opções:
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Omeprazol
(40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
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Pantoprazol sódico
20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum;
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Pantoprazol sódico
(40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.