Quadros leves são caracterizados pela presença de urticária e artralgias leves e, em geral, representam casos de vasculite urticarial normocomplementêmica;
O tratamento deve ser baseado nas recomendações fornecidas na seção de abordagem terapêutica do tema principal.
Objetivos do tratamento:
Controle da atividade da doença;
Prevenção de reativações.
Cuidados com o uso de AINEs:
Evitar uso contínuo da medicação;
Não deve ser usado por pacientes com doença renal crônica
, pelo risco de piora da função renal;
A associação com inibidores de bomba de prótons reduz a incidência de doença ulcerosa péptica
pelo AINE.
Tratamento Farmacológico
Anti-inflamatórios não esteroidais:
Escolha uma das opções abaixo:
Diclofenaco
(50 mg/comprimido) 25-50 mg VO de 8/8 horas, por 5-7 dias;
Cetoprofeno
(50 mg/comprimido) 25-50 mg de 8/8 horas ou de 6/6 horas, por 5-7 dias;
Meloxicam
(7,5 mg/comprimido) 7,5-15 mg VO de 24/24 horas, por 5-7 dias;
Naproxeno
(500 mg/comprimido) 500 mg VO de 12/12 horas, por 5-7 dias;
Ibuprofeno
(600 mg/comprimido) 600 mg VO até de 6/6 horas, por 5-7 dias;
Indometacina
(50 mg/comprimido) 50 mg VO de 8/8 horas, por 5-7 dias;
Celecoxibe
(200 mg/comprimido) 200 mg VO 1-2x/dia, por 5-7 dias.
Anti-histamínicos:
Escolha uma das opções abaixo:
Hidroxizina
25-100 mg VO, até de 6/6 horas;
Dexclorfeniramina
2 mg VO, até de 8/8 horas;
Loratadina
10 mg VO, de 24/24 horas;
Fexofenadina
180 mg VO, de 24/24 horas.
Orientações ao Prescritor
Recomendações:
É importante a participação de um reumatologista experiente no tratamento da doença, devido à sua complexidade;
Caso o paciente não apresente resposta aos AINEs e aos anti-histamínicos ou apresente doença moderada (sem risco à vida ou a órgãos), pode ser iniciado tratamento com corticoterapia isolada ou em associação com
Dapsona
(preferencialmente),
Colchicina
(2
a
opção) ou
Hidroxicloroquina
(alternativa);
Se a previsão de uso de corticoide for maior que 2-3 meses, deve-se preferir a combinação como terapia inicial;
O tratamento deve ser baseado nas recomendações fornecidas na seção de abordagem terapêutica da abordagem completa.
Objetivos do tratamento:
Controle da atividade da doença;
Prevenção de reativações.
Cuidados com o uso de Colchicina:
Não usar em pacientes em hemodiálise ou com doença hepatobiliar significativa;
Em idosos > 70 anos, usar 50% da dose;
Não deve ser associada com
Claritromicina
. Outras medicações que interferem com CYP3A4, como
Eritromicina
,
Ciclosporina
, devem ser evitadas em associação;
Risco de intolerância gastrointestinal.
Com o uso prolongado, atentar para efeitos colaterais neuromusculares;
Não deve ser usada durante a concepção, gestação ou lactação;
homens não precisam suspender a
Colchicina
para terem filhos, a não ser que ocorra oligo- ou azoospermia relacionada à droga (raro).
Cuidados com o uso de Dapsona:
Eventos adversos:
A
nemia hemolítica intravascular por deficiência de G6PD (se possível, sempre dosar atividade de G6PD antes do início da
Dapsona
), intolerância gastrointestinal, cefaleia, reações de hipersensibilidade;
Contraindicação:
Hipersensibilidade à
Dapsona
ou a compostos contendo sulfa.
Cuidados com o uso de Hidroxicloroquina:
A dose diária calculada não deve exceder 5 mg/kg/dia e também não deve ultrapassar 400 mg/dia (1 comprimido/dia), caso o paciente pese mais de 80 kg. Caso o paciente pese menos de 80 kg, os comprimidos podem ser distribuídos ao longo da semana (ex.: em um paciente de 70 kg, a dose será 1 comprimido de 400 mg 6 dias/semana);
Pode causar perda permanente da visão, embora a incidência de toxicidade retiniana seja reduzida com doses abaixo de 5 mg/kg/dia;
Fazer avaliação oftalmológica antes do início do tratamento com fundoscopia, campimetria automatizada e tomografia de coerência óptica (OCT);
Pacientes com exame basal normal, que não apresentem fatores de risco para toxicidade retiniana, podem iniciar a avaliação anual após 5 anos de uso de
Hidroxicloroquina
. Alternativamente, pode-se adotar estratégia de avaliação oftalmológica anual desde o início do tratamento;
O medicamento deve ser suspenso imediatamente em casos de suspeita de maculopatia;
Fatores de risco para toxicidade retiniana:
Doses maiores que 5 mg/kg/dia, uso de antimaláricos há mais de 5 anos, uso concomitante de
Tamoxifeno
, presença de doença macular;
Efeitos adversos importantes:
I
ntolerância gastrointestinal (causa mais comum de descontinuação), alterações cutâneas (incluindo hiperpigmentação cutânea), cefaleia, tontura, miopatia (rara), distúrbios de condução cardíaca (prolongamento do intervalo QTc), cardiomiopatia, retinopatia, depósitos na córnea;
Segura na gestação.
Tratamento Farmacológico
Corticoterapia:
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Prednisona
(5 ou 20 mg/comprimido) 0,5-1 mg/kg VO, de 24/24 horas, por 7-14 dias.
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Poupadores de corticoide (se paciente corticodependente ou refratário):
Escolha uma das opções abaixo:
Dapsona
(100 mg/comprimido)
1-2 mg/kg/dia VO, de 24/24 horas. Pode chegar a 300 mg, conforme a necessidade;
[cms-watermark]
Hidroxicloroquina
(400 mg/comprimido)
5 mg/kg/dia VO, de 24/24 horas. Calcular a dose diária para o paciente e distribuir o número de comprimidos ao longo da semana (ex.: 400 mg 5x/semana), uma vez que a dose dos comprimidos é fixa;
Colchicina
(0,5 mg/comprimido). Iniciar com 0,5 mg/dia, podendo chegar a 0,5 mg de 8/8 horas, conforme a necessidade. Corrigir pela função renal conforme descrito abaixo:
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ClCr > 50 mL/minuto/1,73 m
2
:
Sem correção;
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ClCr 30-50 mL/minuto/1,73 m
2
:
0,5 mg/dia;
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ClCr 10-30 mL/minuto/1,73 m
2
:
0,5 mg a cada 3-4 dias;
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ClCr < 10 mL/minuto/1,73 m
2
:
N
ão prescrever.
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Orientações ao Prescritor
Recomendações:
É importante a participação de um reumatologista experiente no tratamento da doença, devido à sua complexidade;
Em geral, há preferência para o uso de imunossupressores na seguinte ordem:
Micofenolato mofetil
,
Metotrexato
,
Azatioprina
e
Ciclosporina
. Raramente é utilizada a
Ciclofosfamida
devido ao seu potencial tóxico e ao benefício limitado. A decisão da terapia imunossupressora vai depender do quadro clínico e da preferência do paciente, além de levar em conta as contraindicações a cada fármaco;
Outras terapias possíveis incluem
Rituximabe
,
Canaquinumabe
e
Omalizumabe
. A maioria das respostas clínicas a essas medicações foram observadas em relatos de casos. À medida que mais evidências estiverem disponíveis, esses tratamentos podem se tornar preferíveis;
O tratamento deve ser baseado nas recomendações fornecidas na seção de abordagem terapêutica da abordagem completa
.
Objetivos do tratamento:
Controle da atividade da doença;
Prevenção de reativações.
Cuidados com o uso de Micofenolato mofetil:
Exames laboratoriais em 1 mês inicialmente; após, a cada 3 meses;
Teratogênico:
O
ferecer contracepção altamente eficaz;
Efeitos colaterais:
N
áuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal (frequentes), leucopenia, hepatotoxicidade.
Cuidados com o uso de Metotrexato:
Preferir via SC em doses maiores ou iguais a 20 mg/semana;
Em caso de pacientes idosos ou com doença renal crônica associada, iniciar com doses menores de
Metotrexato
(7,5-10 mg/semana);
Devem ser solicitados hemograma, creatinina e transaminases em 1 mês após início da medicação. A dose semanal pode ser aumentada em 5 mg (2 comprimidos ou 0,2 mL) a cada mês, após avaliação laboratorial. Dose máxima: 25 mg/semana (10 comprimidos ou 1 mL);
Efeitos adversos frequentes:
Náuseas, vômitos, dispepsia, alopecia, elevações de transaminases;
Evitar associações com sulfas, pelo risco de mielotoxicidade;
Teratogênico:
Em pacientes do sexo feminino que ainda estejam na menacme, deve ser prescrita contracepção altamente eficaz, já que o
Metotrexato
é teratogênico. A medicação deve ser suspensa, no mínimo, 3 meses antes de uma gestação programada, em pacientes do sexo feminino.
Cuidados com o uso de Azatioprina:
Efeitos colaterais mais frequentes:
Intolerância gastrointestinal, elevação de transaminases e anemia;
Não é recomendada dosagem de TPMT de rotina (maioria das leucopenias não são associadas à deficiência de TPMT);
Não associar com
Alopurinol
(risco de mielotoxicidade grave);
Seguro na gestação.
Cuidados com o uso de Ciclosporina:
Atualmente, devido à grande quantidade de efeitos adversos, tem sido reservada para situações específicas;
Contraindicações:
N
eoplasia passada ou atual, exceto carcinoma basocelular; DRC; hipertensão mal controlada; disfunção hepática;
Antes de iniciar a
Ciclosporina
, obter duas ou mais dosagens de creatinina para se estabelecer a creatinina basal (média entre as medidas);
Em caso de elevação de 30% da creatinina ou hipertensão, reduzir a dose em 1 mg/kg/dia e repetir exames em 1 a 2 semanas; caso persista, suspender temporariamente à
Ciclosporina
. A
Ciclosporina
pode ser reiniciada com uma dosagem menor quando a creatinina estiver até 15% acima do basal;
Outros efeitos colaterais:
H
iperuricemia, hiperplasia gengival, hipertricose, microangiopatia trombótica.
Cuidados com o uso de Ciclofosfamida:
Orientar hidratação adequada;
Em casos de hemodiálise, fazer a dose no dia em que não será realizada a diálise. Caso esteja em hemodiálise diária, infundir, de preferência, logo após a última sessão. Caso não seja possível, realizar a infusão até 12 horas antes do início da próxima sessão de hemodiálise;
Reajustar dose conforme hemograma com objetivo de manter uma contagem total de glóbulos brancos acima de 3.000 por mm
3
com uma contagem total; absoluta de neutrófilos de 1.000-1.500 mm
3
;
Discutir risco de infertilidade;
Prevenção de infertilidade em mulheres:
Acetato de leuprorrelina
(3,75 mg/frasco) 3,75 mg SC mensalmente;
Possíveis efeitos colaterais:
Náuseas e vômitos (frequentes), infertilidade (mais frequente com idades mais avançadas), cistite hemorrágica (rara), câncer de bexiga (raro);
Prednisona
(5 ou 20 mg/comprimido) 1 mg/kg/dia durante 2-4 semanas, seguida de desmame progressivo, até 5-10 mg, no final de 6 meses. Para mais informações, acesse Osteoporose induzida por Corticoide
para prevenção;
Metilprednisolona
500-1.000 mg/dia, diluídos em 250 mL de
SF 0,9%
ou
SG 5%
. Infundir EV em 2 horas. Duração: 3-5 dias.
Sempre fazer dose profilática de
Ivermectina
(200 microgramas/kg, dose única) antes da pulsoterapia;
Após a pulsoterapia, prescrever
Prednisona
ou
Prednisolona
0,5-1 mg/kg/dia, por 2-4 semanas, seguida de desmame até 5-10 mg/dia, em 6 meses de tratamento.
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Imunossupressor:
Escolha uma das opções abaixo:
Micofenolato mofetil
(500 mg/comprimido). Iniciar com 1 comprimido de 12/12 horas, com aumento de 1 comprimido de 12/12 horas por semana, até atingir dose pretendida de 2-3 g/dia.
Se intolerância gastrointestinal:
Substituir pelo
Micofenolato de sódio
(equivalência: 500 mg de mofetil = 360 mg de sódio);
Metotrexato
(2,5 mg/comprimido) 6 comprimidos 1x/semana. A dose semanal pode ser aumentada em 5 mg (2 comprimidos) a cada mês, após avaliação laboratorial. Dose máxima: 25 mg/semana (10 comprimidos).
Associar: Ácido fólico
5 mg/semana, 24 horas após
Metotrexato.
Metotrexato
(50 mg/2 mL) 0,6 mL SC 1x/semana. A dose semanal pode ser aumentada em 5 mg (0,2 mL) a cada mês, após avaliação laboratorial. Dose máxima: 25 mg/semana (1 mL).
Associar: Ácido fólico
5 mg/semana, 24 horas após
Metotrexato.
Azatioprina
(50 mg/comprimido). Iniciar com 50-100 mg/dia. Solicitar hemograma, creatinina e transaminases em 2-4 semanas, para aumento de dose (aumentar 50 mg por vez, após laboratório de controle). Dose-alvo: 2-2,5 mg/kg/dia;
Ciclosporina
(50 mg/comprimido).
Iniciar com 50 mg/dia; solicitar hemograma, creatinina e transaminases e rever a PA a cada 2 semanas nos primeiros 3 meses, para aumento de dose (aumentar 50 mg por vez, após laboratório de controle). Alvo: 2,5 mg/kg/dia. Dose máxima: 5 mg/kg/dia. Após dose estável, creatinina e PA mensais;
Ciclofosfamida
500-1.000 mg/m
2
de superfície corporal (não exceder 1.200 mg) +
SF 0,9%
ou
SG 5%
250 mL EV, a cada mês, por 6 meses. Infundir em 1 hora.
Não existem trabalhos que determinem o uso da dose na SVUH. Os dados são extrapolados de outras doenças;
Sempre associar:
Ondansetrona
8 mg EV antes da infusão.