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Zumbido

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Prescrição Ambulatorial

Orientações ao Prescritor

  • O tratamento deverá ser individualizado;
  • O tratamento baseia-se em quatro etapas:
    • Orientação;
    • Enriquecimento sonoro;
    • Fatores agravantes;
    • Tratamento da doença de base;
    • Tratamento inespecífico. [cms-watermark]
  • Possíveis medidas preventivas devem ser explicadas ao paciente, que deve saber a causa e o prognóstico e ser instruído quanto às opções de tratamento:
    • Fantasias e preocupações a respeito do zumbido devem ser abordadas e esclarecidas. [cms-watermark]
    Enriquecimento sonoro:
  • Naqueles pacientes com perda auditiva, avaliar a indicação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), o qual pode auxiliar na redução do incômodo produzido pelo zumbido. Recomenda-se o molde aberto (observar o AASI do paciente e encaminhar ao fonoaudiólogo se o modelo do molde for fechado);
  • A tinnitus retraining therapy (TRT) apresenta forte recomendação (porém com evidência de baixa qualidade) para pacientes muito sintomáticos. O paciente deve ser encaminhado para fonoaudiólogo capacitado em TRT.
    Controle dos fatores agravantes:
  • Mudança nos hábitos de vida podem ter um efeito positivo no controle do zumbido, pois melhoram a qualidade de vida global;
  • Medidas que podem auxiliar incluem: [cms-watermark]
    • Realizar uma adequada higiene do sono;
    • Praticar atividades físicas;
    • Cessar o tabagismo;
    • Reduzir a ingestão de álcool, cafeína e açúcares. [cms-watermark]
  • O tratamento da insônia e dos distúrbios de humor (principalmente ansiedade e depressão) é essencial para o adequado controle do incômodo provocado pelo zumbido (forte recomendação com evidência de moderada qualidade);
  • Terapia cognitivo-comportamental: eficácia comprovada nos transtornos de humor associados;
  • Fisioterapia para os zumbidos rítmicos de origem e/ou modulados pelas contraturas de musculatura cervical e/ou disfunção temporomandibular;
  • Avaliar suspensão dos seguintes medicamentos ototóxicos:
    • Adenosina;
    • Alfabloqueadores;
    • Aminoglicosídeos;
    • Anfotericina;
    • Antidepressivos tricíclicos;
    • Anti-inflamatórios não esteroidais;
    • Antimaláricos (Cloroquina e Hidroxicloroquina);
    • Bismuto;
    • Bloqueadores dos canais de cálcio;
    • Carbamazepina;
    • Claritromicina;
    • Clotrimazol;
    • Ciclobenzaprina;
    • Cisplatina;
    • Dapsona;
    • Diuréticos de alça;
    • Enalapril;
    • Fluoroquinolonas;
    • Ganciclovir;
    • Imipenem; Inibidores da bomba de prótons;
    • Linezolida;
    • Macrolídeos;
    • Metoprolol;
    • Nitroprussiato;
    • Quinidina; Ribavirina;
    • Sertralina;
    • Sibutramina;
    • Sildenafila;
    • Tadalafila; T
    • eicoplanina;
    • Tetraciclina;
    • Valproato;
    • Vancomicina;
    • Voriconazol. [cms-watermark]

Tratamento Farmacológico – Doença de Base

Escolha um dos esquemas ou associe-os conforme a apresentação clínica.

    Esquema A: Pacientes com mioclonia da musculatura palatal:
  • Alguns pacientes com mioclonia da musculatura palatal se beneficiam com o uso da toxina botulínica injetada no palato, e aqueles com mioclonia de estruturas da orelha média podem obter melhora com a secção tendínea do músculo tensor do tímpano ou tensor do estapédio.

    Esquema B: Pacientes com hidropisia endolinfática diagnosticada:
  • Devem ser tratados com mudanças de hábitos de vida e Betaistina associada, se necessário.

Tratamento Não Farmacológico

    1. Estimulação magnética transcraniana: Tratamento em fase experimental:
  • Baseada na neuroplasticidade cerebral e na hiperexcitabilidade da via auditiva, vem sendo estudada como opção terapêutica potencial para pacientes com zumbido; [cms-watermark]
  • O efeito benéfico no zumbido foi demonstrado em 40-50% dos pacientes tratados, e esse resultado parece ser mantido em um seguimento de 3 meses.

2. Cirurgia: Na otosclerose, cerca de 32% dos pacientes melhoraram e 56% tiveram o zumbido eliminado após terem sido submetidos a estapedo ou estapedectomia.

Tratamento Farmacológico – Inespecífico [cms-watermark]

    1. Tratamento ansiolítico : Opções: [cms-watermark]
  • Alprazolam (0,25/comprimido) 0,5-3 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Bromazepam (3 mg/comprimido) 1,5-9 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Clonazepam (2 mg/comprimido) 4-10 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Diazepam (5 mg/comprimido) 5-20 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Lorazepam (1 mg/comprimido) 1-10 mg/dia VO. [cms-watermark]
    2. Tratamento antidepressivo : Opções: [cms-watermark]
  • Nortriptilina iniciar com 25 mg VO à noite. Dose usual de 100 mg/dia; [cms-watermark]
  • Trazodona iniciar com 50 mg VO à noite; [cms-watermark]
  • Paroxetina iniciar com 10 mg VO 1x/dia. [cms-watermark]
    3. Tratamento da insônia (primeira linha é a terapia cognitivo-comportamental) : Opções: [cms-watermark]
  • Alprazolam (0,25/comprimido) 0,5-3 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Zolpidem (5, 6,25, 10 e 12,5 mg comprimido revestido) 5-12,5 mg/dia VO; [cms-watermark]
  • Zopiclona (7,5 mg/comprimido) 3,75-7,5 mg/dia VO. [cms-watermark]

Outras Informações

    Autoria principal : Felipe Nobrega (Neurologia).
    Revisão:
  • Gabriel Caetani (Otorrinolaringologia); [cms-watermark]
  • Eveline Tasca Rodrigues (Otorrinolaringologia).

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