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Vacinação na Gravidez

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Preferencialmente, as mulheres deveriam ser imunizadas antes da gestação, no entanto, muitas vezes, a vacinação é feita durante a assistência pré-natal.

A vacinação durante a gestação tem o objetivo de proteger a gestante e o feto.

Em geral, as vacinas produzidas com vírus vivos atenuados são contraindicadas na gestação. As vacinas recomendadas na gestação são: Influenza (gripe); tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou dTpa-VIP; hepatite B; vírus sincicial respiratório e Covid-19.

Dose: Ú nica anual. Em situação epidemiológica de risco, especialmente para gestantes imunodeprimidas, pode ser considerada uma segunda dose a partir de 3 meses após a dose anual.

Indicações: É recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional.

    Contraindicações: A vacina contra influenza sazonal não deve ser administrada em:
  • Pessoas com história de alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados, assim como alergia a qualquer componente da vacina;
  • Pessoas que apresentaram reações anafiláticas graves a doses anteriores da vacina.

Calendário vacinal: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza essa vacina na rede pública de saúde a todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza sazonal.

A vacina influenza 4V é preferível quando comparada com a 3V, uma vez que confere maior cobertura às cepas circulantes.

Todavia, na falta da 4V, deve-se realizar a influenza 3V.

Observação! A H1N1 também está disponível e deve ser administrada.

Definição: A vacina dT (difteria e tétano) é indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e para a prevenção do tétano neonatal.

Na gestação, a vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) tem o objetivo específico de proteger o recém-nascido contra o tétano neonatal e a coqueluche.

Na falta da dTpa, pode ser usada a dTpa-VIP, a critério médico.

A dTpa está recomendada em todas as gestações, pois, além de proteger a gestante e evitar que ela transmita a Bordetella pertussis ao recém-nascido, permite a transferência de anticorpos ao feto, protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado.

Mulheres não vacinadas na gestação devem ser vacinadas no puerpério, o mais precocemente possível.

    Dose:
  • Se a gestante já tem seu esquema de vacinação contra tétano completo (três doses prévias) ou com vacinação incompleta, tendo recebido duas doses de vacina contendo o componente tetânico , ela precisa tomar apenas a dTpa a partir da 20ª semana, o mais precocemente possível;
  • Se a gestante está com vacinação incompleta, tendo recebido uma única dose de vacina contendo o componente tetânico , ela precisa tomar uma dose de dT e uma dose de dTpa (sendo essa, a partir da 20ª semana, o mais rápido possível). Respeitar intervalo mínimo de 30 dias entre as vacinas;
  • Se a gestante não foi vacinada e/ou tem histórico vacinal desconhecido , ela deve ser vacinada com duas doses da dT e uma dose da dTpa (sendo essa, a partir da 20ª semana, o mais rápido possível). O intervalo entre as doses deve ser entre 30 dias;
  • Mulheres que não foram vacinadas durante a gestação devem recebê-la o mais rápido possível, durante o puerpério.
    Calendário vacinal:
  • Primeira dose: Precoce;
  • Segunda dose: 30 dias depois da primeira dose;
  • Terceira dose: 30 dias depois da segunda dose.

Para reduzir os riscos da gestante suscetível a contrair a doença e por haver transmissão vertical, deve-se vaciná-la contra a hepatite B após o primeiro trimestre de gestação.

Dose: O esquema completo consiste em três doses (nos meses 0, 1 e 6).

Gestantes com esquema completo e soroconversão comprovada: Não devem ser vacinadas novamente.

Há duas vacinas disponíveis atualmente: uma indicada para idosos, e a outra indicada para idosos e gestantes, com o objetivo de proteger o recém-nascido.

Dose: Recomenda-se como rotina uma dose, entre 32 e 36 semanas de gestação, a qualquer momento, independentemente da sazonalidade.

A vacina é licenciada pela ANVISA a partir da 24ª semana de gestação, fica a critério médico o uso antes das 32 semanas.

Não há indicação a partir da 36ª semana porque a estratégia só tem sucesso na prevenção de doença do trato respiratório inferior no recém-nascido caso a vacinação ocorra pelo menos 14 dias antes do parto.

Onde podem ser encontradas: Nos serviços privados de vacinação.

Os grupos prioritários têm indicação de dose anual (ou a cada 6 meses, para pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos e gestantes/puérperas).

A vacinação contra Covid-19 durante a gravidez e puerpério tem sido recomendada amplamente para prevenir doença grave e mortes nesta população.

    Dose:
  • Gestantes e puérperas que não tenham sido vacinados anteriormente (nenhuma dose prévia) ou que tenham recebido apenas uma dose da vacina contra a Covid-19: D everão iniciar e/ou completar o esquema primário de vacinação. Esse consiste em duas doses da vacina Covid-19 disponível e recomendada para a idade, com intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses;
  • Gestantes e puérperas com duas ou mais doses: C onsiderar uma dose da vacina Covid-19 para aquelas que tenham recebido a última dose há mais de 6 meses durante o período gestacional.
    Vacina contra raiva humana:
  • Em situações de pós-exposição , a vacina contra raiva humana pode ser utilizada durante a gestação;
  • Na pré-exposição , a gestante também pode ser vacinada. Entretanto, devido ao risco da ocorrência de eventos adversos, é preferível que ela receba a vacina somente se não puder evitar as situações de possível exposição ao vírus rábico.
    Vacina contra febre amarela (atenuada):
  • A gestante não deve receber a vacina contra febre amarela de rotina;
  • Em situações de surto , caso a gestante resida ou vá se deslocar para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de receber a vacina;
  • Lactantes que amamentam crianças menores de 6 meses de idade também não devem ser vacinadas. Caso não possa ser evitada a realização da vacina, o aleitamento deve ser suspenso por 10 dias após a realização.
    Vacina meningocócica B:
  • Consiste em uma vacina inativada, devendo ser realizada duas doses com intervalo de 1-2 meses;
  • Indicada em situação epidemiológica e/ou na presença de comorbidades consideradas de risco para a doença meningocócica;
  • Não é ofertada no SUS.
    Vacina pneumocócica:
  • Consiste em uma vacina inativada, devendo ser realizada em esquema sequencial de VPC13 e VPP23;
  • Indicada para gestantes com risco de doença pneumocócica invasiva;
  • Não é ofertada no SUS.
    Vacina contra hepatite A:
  • O esquema é realizado em duas doses, com intervalo de 6 meses entre elas;
  • Em caso de situações de risco de exposição ao vírus, a vacina deve ser considerada. No entanto, não está disponível nas UBS.

Atenção! É contraindicada em gestante vacina contra varicela, dengue, HPV e tríplice viral.

Autoria principal: Juliana Sá Ferraz (Ginecologia).

    Revisão: Ênio Damaso (Ginecologista e Obstetra, especialista em Medicina Fetal).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis, Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações. 6 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Estratégia de vacinação contra a covid-19 – 2024 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis. Brasília: Ministério da Saúde; 2024.

Calendário de vacinação gestante. Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2024/2025.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo Position Statement). Imunização na vida das mulheres: presente e futuro. n o 10; 2024.

Nota Técnica – Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). [internet] Vacinas Influenza no Brasil em 2024. (Accessed on Dec. 6, 2024).

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Programa Vacinal para Mulheres. 2 ed. (Série Orientações Recomendações Febrasgo, n o 1/Comissão Nacional Especializada de Vacinas). 2021.

Zugaib M. Zugaib obstetrícia. 5 ed. Barueri: Manole; 2023.